Partindo do pressuposto de que indicações metodológicas seguras com respeito à avaliação de programas de promoção da saúde devem se fundamentar numa reflexão crítica acerca da natureza dos referidos programas, o presente artigo faz uma revisão de duas perspectivas ontológicas tradicionais na base da maior parte da atividade científica. Enquanto para o realismo empírico os programas são objetos naturais, o idealismo e o relativismo os confinam rigorosamente ao domínio das representações e dos modelos. Ambas as perspectivas ontológicas, porém, deixam a desejar quanto aos programas de promoção da saúde. Sugere-se que o realismo crítico, o qual propõe uma ontologia em três camadas, oferece uma melhor estrutura para a compreensão dos programas de promoção da saúde. Nesta ontologia, a natureza dos programas reside em ações empreendidas para se criar as condições pelas quais engatilham-se mecanismos causais sociais, situando, em última análise, os programas no domínio da prática.
Programa de promoção de saúde; Ontologia; Realismo crítico