O presente estudo tem por objetivo analisar os sentidos atribuídos ao toque retal, buscando refletir acerca de questões subjacentes a falas masculinas a partir de aspectos do modelo hegemônico de masculinidade. O método do estudo baseia-se numa abordagem de pesquisa qualitativa, através de entrevistas semi-estruturadas, com 28 homens, realizadas na cidade do Rio de Janeiro, em 2004. Dentre os principais resultados, destaca-se a idéia de que o exame do toque retal pode suscitar interdições e violações, podendo ser percebido como algo que compromete o que se entende comumente por ser homem; ou seja, o toque retal não toca apenas a próstata, mas também toca na masculinidade, podendo arranhá-la. Conclui-se que, para a compreensão e problematização das questões sobre a prevenção do câncer prostático, em específico, e as relacionadas ao cuidar de si masculino, em geral, se faz necessário levar em consideração os aspectos estruturais e simbólicos que perpassam tais questões.
Câncer de próstata; Prevenção; Toque retal; Masculinidade