Resumo
Este artigo pretende compreender a construção e a repercussão dos tabus que envolvem o suicídio de crianças e adolescentes, considerando o incômodo, o silêncio e o pavor que esse tema provoca em toda a sociedade. Diante do reconhecimento de um continuum de tabus (tabu da morte < tabu do suicídio < tabu do suicídio infantojuvenil), propôs-se, como tentativa de clarificar essa questão, o conceito de um triplo tabu, valorizando a incomensurabilidade das mortes autoprovocadas que têm as crianças e os adolescentes como protagonistas. Tendo sido desenvolvido a partir de um estudo qualitativo com pediatras em formação, este documento se configura como um chamado aos profissionais que assistem crianças e adolescentes no país. É preciso que a formação pediátrica reconheça esses tabus e as dimensões do comportamento suicida como uma manifestação de violência e um agravo à saúde mental, identificando-o como um elemento crítico e urgente na assistência contemporânea a crianças e adolescentes.
Palavras-chave:
Morte; Suicídio; Tabu; Criança; Adolescente