Open-access Validade Concorrente e de Face da Escala de MacArthur para Avaliação do Status Social Subjetivo: Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)

Resumo

Este trabalho avaliou a validade concorrente e de face da escala de MacArthur, que busca aferir o status social subjetivo (SSS) na sociedade, na vizinhança e no trabalho. A amostra de 159 adultos, participantes da coorte ELSA-Brasil, em Minas Gerais (2012-2014), foi selecionada e a análise incluiu métodos epidemiológicos, a teoria cognitiva da metáfora e a linguística de corpus. A validade concorrente foi moderada para a escada da sociedade (kappaw = 0,55) e boa para a vizinhança (kappaw = 0,60) e do trabalho (kappaw = 0,67). A validade de face da escala de MacArthur mostrou que o instrumento realmente captura o SSS por meio dos indicadores de posição socioeconômica. Portanto, a escala de MacArthur demonstra ser um valioso instrumento para estudar as desigualdades sociais em saúde

Palavras-chave Classe social; Linguística; Metáfora; Validade dos testes

Abstract

This work assessed the concurrent and face validity of the MacArthur scale, which attempts to capture subjective social status in society, neighborhood and work contexts. The study population comprised a convenience sample made up of 159 adult participants of the ELSA-Brasil cohort study conducted in Minas Gerais between 2012 and 2014. The analysis was conducted drawing on Conceptual Metaphor Theory and using corpus linguistic methods. Concurrent validity was shown to be moderate for the society ladder (Kappaw = 0.55) and good for the neighborhood (Kappaw = 0.60) and work (Kappaw = 0,67) ladders. Face validity indicated that the MacArthur scale really captures subjective social status across indicators of socioeconomic position, thus confirming that it is a valuable tool for the study of social inequalities in health Brazil.

Key words Social class; Linguistics; Metaphor; Validity

Introdução

O status social objetivo (SSO), indicador frequente em estudos de desigualdade social em saúde, pode ser definido como o prestígio associado a uma determinada posição hierárquica, que possibilita acesso a certos bens, serviços e conhecimentos1. Além do prestígio, o status social engloba também o poder e a honra atribuídos a uma determinada posição social alocada na hierarquia de classes2. Já o status social subjetivo (SSS) é compreendido como a percepção de senso comum que o indivíduo possui de sua posição social3,4. Trata-se de um sentimento de pertencimento, no qual o indivíduo se sente mais ou menos identificado aos valores, interesses e hábitos de uma determinada classe social5. Acredita-se que as desigualdades sociais em saúde sejam determinadas tanto pelos indicadores objetivos de status quanto pelas percepções subjetivas e psicossociais69. Apesar da importância do SSS, os indicadores objetivos, como renda e escolaridade, têm sido mais frequentemente estudados, possivelmente por serem de mais fácil mensuração10.

A escala de MacArthur é um dos instrumentos que avaliam o SSS mais utilizados nos estudos epidemiológicos. Ela foi desenvolvida com o propósito de capturar a percepção de senso comum de status social tendo como referência os indicadores socioeconômicos, como renda, escolaridade e ocupação3. A escala original de MacArthur é constituída por duas versões: uma visa capturar o status na sociedade e a outra na vizinhança (community). Ambas as instruções são apresentadas com a imagem de uma escada contendo dez degraus. O menor SSS mensurado por essa escala tem sido associado à maior ocorrência de hipertensão arterial11, diabetes tipo 24, e infecções respiratórias12, além da pior autoavaliação de saúde13, mesmo após ajuste por indicadores socioeconômicos objetivos. Um estudo comparativo da capacidade preditiva dos status objetivo e subjetivo constatou que apenas o segundo permaneceu independentemente associado às respostas de saúde, embora ambos predissessem, separadamente, pior situação de saúde14. Esses autores levantaram três hipóteses para explicar esses resultados: 1) o SSS representa uma média cognitiva dos indicadores socioeconômicos objetivos (cognitive average); 2) o SSO é absoluto, enquanto o SSS é relativo; 3) a associação entre o SSS e os processos saúde-doença seria espúria, viés de resposta ou confundida por outras variáveis.

Recentemente, o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) realizou a tradução e adaptação da escala de MacArthur para utilizá-la no contexto brasileiro, tendo boa confiabilidade15. Entretanto, ao analisar as instruções dessa escala, tomando como referência o arcabouço teórico da linguística cognitiva16,17, é possível questionar se a escala avalia diretamente o status, como pressupõe. Tal hipótese deriva da ausência de menção explícita à palavra status nas instruções da escala, que se referem apenas a “renda”, “escolaridade”, “trabalho” e “padrão de vida”. Tendo em vista a ampla diversidade sociocultural brasileira18 e sua recente história republicana19, supõe-se que nem todos consigam apreender o significado de status nas instruções. Dizer que alguém “tem renda elevada, mas não tem status” não é uma contradição semântica per si. Tal afirmação seria contraditória apenas se o modelo cognitivo idealizado (MCI) de status social fosse compartilhado em todo o escopo da cultura brasileira. Os MCIs são teorias e representações estáveis, organizadas e idealizadas acerca do mundo e atuam como estruturas de expectativas socioculturais20,21. Eles estão intimamente relacionados aos protótipos, que são “representações” abstratas, envolvidas em processos de categorização, que reúnem atributos e significados que melhor designam uma categoria20,21.

Essas hipóteses baseiam-se no fato de que os linguistas cognitivos geralmente trabalham com a tese fraca do relativismo linguístico16, que considera a existência de diferentes visões de mundo (Weltanschauung)22. Essa versão do relativismo destaca que a linguagem não determina e nem estrutura completamente a cognição (pensamento, percepção, memória etc.) e a cultura, mas que as influencia parcialmente. Nesse contexto, as variações linguísticas percebidas entre indivíduos de diferentes classes sociais, escolaridades e faixas etárias refletiriam diferentes visões de mundo e, possivelmente, de status. Como se trata da versão fraca do relativismo, essas diversas visões de mundo não são completamente isoladas e excludentes, mas podem possuir zonas de interseção experiencial. Em resumo, pode-se dizer que indivíduos de gêneros, classes e escolaridades distintos tendem a possuir visões de mundo próprias, com MCIs que resultam em diferentes protótipos de categorização social.

Vale lembrar ainda que as acepções de status dicionarizadas na língua portuguesa brasileira no senso comum, embora contemplem o prestígio e o renome, nem sempre envolvem diretamente aspectos socioeconômicos23,24, comuns em dicionários da língua inglesa25,26 e da sociologia27. Nossa hipótese, portanto, é que no senso comum do brasileiro, o STATUS pode não ser captado a partir das instruções da escala de MacArthur, já que indivíduos de diferentes estratos sociais podem ter diferentes concepções de status. No presente estudo, foi elaborada uma escala de Status para estimar a validade concorrente da escala de MacArthur e investigar se essa validade difere segundo características sociodemográficas. Além disso, investigou-se, por meio das metodologias da linguística de corpus28,29, a validade de face da escala de MacArthur.

Método

População de estudo

O ELSA-Brasil é um estudo de coorte, multicêntrico, desenvolvido em instituições de ensino superior e pesquisa em seis diferentes estados brasileiros. A primeira onda do estudo, realizada entre 2008 e 2010, incluiu 15.105 servidores ativos e aposentados das instituições participantes. Os principais objetivos do ELSA-Brasil são investigar a incidência e a progressão do diabetes e das doenças cardiovasculares e os fatores biológicos, comportamentais, ambientais, ocupacionais, psicológicos e sociais relacionados a essas doenças e às suas complicações30,31. O ELSA-Brasil foi realizado conforme normas que regulamentam princípios éticos e aprovado pelos comitês de ética e Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde (CONEP 976/2006).

Este estudo realizou-se em uma amostra de conveniência de 159 participantes do ELSA-Brasil do Centro de Investigação de Minas Gerais (CI-MG), durante a segunda onda de exames e entrevistas entre novembro de 2012 e fevereiro de 2014. Os participantes foram convidados a participar do estudo aleatoriamente, mas de forma a garantir percentuais equivalentes segundo gênero, faixa etária e categoria ocupacional. Eles foram entrevistados no CI-MG por pesquisador treinado e certificado para a aplicação do questionário. Todas as entrevistas foram realizadas em ambiente que garantisse a privacidade dos participantes e sigilo das informações, tendo sido gravadas para análises qualitativas.

Coleta de dados

Foi utilizado um questionário semiestruturado submetido a pré-testes e estudo piloto composto por três partes: 1) aplicação da escala de Status, 2) da escala de MacArthur e 3) entrevistas abertas sobre a opção escolhida. Após responder as perguntas fechadas das escalas de Status e de MacArthur, foi solicitado aos participantes que respondessem a três perguntas: 1) “Quais pessoas estão no topo da escada?”; 2) “Quais pessoas estão na parte mais baixa da escada?”; 3) “Quais pessoas estão no meio da escada?”. Apenas as respostas abertas relativas à escala de MacArthur foram utilizadas na validação de face.

Escala de status

A Escala de Status, utilizada como teste critério na validade concorrente da Escala de MacArthur, foi construída a partir da escala original de MacArthur, tendo como fundamentação a Teoria Cognitiva da Metáfora Conceptual (TCM)3237. Basicamente, ela substituiu a equivalência semântica usada pelas instruções originais da Escala de MacArthur pela palavra status. Foram preservados os trechos originais da escala de MacArthur, buscou-se criar instruções mais referenciais e alocar sintagmas preposicionais (ex. “na sociedade”, “na sua vizinhança” e “no seu trabalho”) visando ativar os respectivos domínios conceptuais. Essa metodologia foi desenvolvida para desencadear o efeito priming: um estímulo precedente que ativa um nó na rede cognitiva desencadeando a ativação propagada de outros nós38, de tal forma que o domínio ESCADA fosse utilizado na metaforização do domínio STATUS. Essa ideia foi baseada na metáfora conceptual HIGH STATUS IS UP37 e nas metáforas primárias “desigualdades são distâncias, para cima é bom e para baixo é ruim”36.

Sociedade:

Esta escada representa o status na sociedade. No topo desta escada, estão as pessoas que possuem mais status na sociedade. Na parte mais baixa da escada, estão as pessoas que possuem menos status na sociedade. Quanto mais alto o(a) senhor(a) se considerar nesta escada, mais próximo estará das pessoas que estão no topo da escada e quanto mais baixo, mais próximo das pessoas que se encontram na parte mais baixa. Onde o(a) senhor(a) se colocaria nesta escada?

Vizinhança:

Agora, na mesma lógica da pergunta anterior, considere que esta escada representa o status na sua vizinhança. As pessoas definem suas vizinhanças de diversas formas. Por favor, faça esta definição da maneira mais significativa para o (a) senhor(a). No topo desta escada, estão as pessoas que possuem mais status na sua vizinhança. Na parte mais baixa da escada, estão as pessoas que possuem menos status na sua vizinhança. Considerando o status das pessoas da sua vizinhança, onde o (a) senhor(a) se colocaria nesta escada?

Trabalho:

Por fim, seguindo a mesma lógica, considere que esta escada representa o status no seu trabalho. As pessoas definem seu trabalho de diversas formas. Por favor, faça esta definição da maneira mais significativa para o (a) senhor(a). No topo desta escada, estão as pessoas que possuem mais status no seu trabalho. Na parte mais baixa da escada, estão as pessoas que possuem menos status no seu trabalho. Considerando o seu trabalho, onde o (a) senhor(a) se colocaria nesta escada?

Escala de MacArthur

A Escala de MacArthur foi aplicada em suas versões originais da mesma forma como foi utilizada na linha de base do ELSA- Brasil (entre 2008 e 2010)15:

Sociedade:

Considere que a escada que estou lhe mostrando representa o lugar que as pessoas ocupam na sociedade. No topo desta escada estão as pessoas que possuem mais dinheiro, maior escolaridade e os melhores empregos. Na parte mais baixa da escada, estão as pessoas que possuem menos dinheiro, menor escolaridade e piores empregos (empregos com menor reconhecimento) ou estão desempregadas. Quanto mais alto o (a) senhor(a) se considerar nesta escada, mais próximo estará das pessoas que estão no topo da escada e quanto mais baixo, mais próximo das pessoas que se encontram na parte mais baixa. Onde o (a) senhor(a) se colocaria nesta escada?

Vizinhança:

Na mesma lógica da pergunta anterior, agora considere que essa escada representa o lugar que as pessoas ocupam na vizinhança onde o (a) senhor(a) vive. As pessoas definem suas vizinhanças de diversas formas. Por favor, faça esta definição da maneira mais significativa para o (a) senhor(a). No topo desta escada, encontram-se as pessoas que têm um padrão de vida mais alto, em sua vizinhança. Na parte mais baixa da escada, estão as pessoas que tem um padrão mais baixo em sua vizinhança. Considerando o padrão de vida das pessoas da sua vizinhança, onde o (a) senhor(a) se colocaria nesta escada?

Trabalho:

Por fim, seguindo a mesma lógica, considere mais uma vez que essa escada representa o lugar que as pessoas ocupam no seu trabalho. As pessoas definem seu trabalho de diversas formas. Por favor, faça esta definição da maneira mais significativa para o (a) senhor(a). No topo desta escada estão as pessoas que estão no escalão superior, como direto ou presidente, por exemplo. Na parte mais baixa da escada, estão as pessoas que estão nos trabalhos menos valorizados. Considerando o seu trabalho, onde o critério na validade concorrente, porque a introdução explicita da palavra status seria uma forma objetiva, referencial e direta de mensurar o Status Social Subjetivo (SSS). Do ponto de vista da linguística pragmática39, ao aplicar a Escala de Status, o entrevistador a) diz exatamente o que b) intenciona comunicar ao participante (ex.: “No topo desta escada, estão as pessoas que possuem mais status na sociedade”): o SSS é avaliado diretamente. Já ao aplicar a Escala de MacArthur, o entrevistador: a) diz uma coisa (ex.: “No topo desta escada, estão as pessoas que possuem mais dinheiro, maior escolaridade e melhores empregos”); com a b) intenção real de comunicar outra (ex.: “Na verdade, por meio desses indicadores socioeconômicos, quero dizer que no topo estão as pessoas com mais status na sociedade”): o SSS é avaliado indiretamente. Na Escala de Status, o SSS precisa ser deduzido, semanticamente, diretamente e referencialmente, a partir da própria verticalidade da escada (ex.: topo: mais status; base: menos status; meio: status mediano). Já na Escala de MacArthur, o SSS precisa ser inferido, pragmaticamente e indiretamente, a partir dos indicadores socioeconômicos clássicos (ex.: “x” tem muita escolaridade, renda média e trabalho mediano, então, provavelmente, tem um status um pouco acima da média”).

Variáveis de estudo

Para investigar as características sociodemográficas associadas às diferenças de 1, ou de 2 ou mais degraus escolhidos por um participante entre as respectivas escadas de Status e MacArthur, foram criadas três variáveis respostas, uma para cada contexto. Elas foram obtidas a partir das diferenças absolutas e em módulo entre os degraus escolhidos e categorizadas em 1) ausência de diferença, 2) diferença de um degrau e 3) diferença de dois ou mais degraus. As variáveis sociodemográficas utilizadas foram gênero (masculino; feminino), idade categorizada segundo o percentil 50% (39-52; 53-76 anos), ensino superior (sim; não), renda familiar líquida (1-4; 5-8; 9-10 salários mínimos), classe social (baixa; média; alta) e situação no trabalho (ativo; aposentado). As variáveis ensino superior, renda familiar líquida e classe social são relativas aos dados obtidos na linha de base do ELSA-Brasil, enquanto a situação no trabalho e idade referem-se ao momento da entrevista na segunda onda.

Análise quantitativa

A análise tem como pressuposto que, se a Escala de MacArthur avalia o SSS na sociedade, na vizinhança e no trabalho, como propõe em teoria, o participante escolheria os mesmos degraus nas respectivas escadas de Status. Inicialmente foi realizada a descrição das características da população de estudo. Foram estimadas as concordâncias entre as respostas das escalas de MacArthur e de Status por meio da estatística kappa ponderada e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. Para estimar o kappa, foi utilizado o peso quadrático, por ser uma estimativa do coeficiente de correlação intraclasse40. Além disso, foram obtidas as estatísticas kappa ponderadas estratificadas de acordo com as variáveis de estudo (IC 95%). A classificação da estatística kappa foi baseada em Altman41: concordância pobre: -1 a 0,2; fraca: 0,2 a 0,4; moderada: 0,4 a 0,6; boa: 0,6 a 0,8; muito boa: 0,8 a 1,0.

A estatística kappa ponderada foi utilizada na validade concorrente, por representar a magnitude da sobreposição entre as áreas semânticas dos construtos das escalas de Status e MacArthur, dado que as instruções da Escala de Status foram construídas com o propósito de salvaguardar, a priori, a sinonímia em relação a de MacArthur. Portanto, um kappa ponderado igual a 1,0 significaria que as áreas dos construtos das escalas de Status e MacArthur são semanticamente equivalentes (sinonímia de conteúdo); ou seja, seriam escalas “congruentes”, equiparáveis, aspectos necessários para validação de instrumentos42. Cabe destacar que procedimentos metodológicos semelhantes, utilizando o kappa, são realizados na linguística de corpus43.

Em seguida, investigaram-se, por meio de regressão logística ordinal, as características sociodemográficas associadas às diferenças absolutas entre as respectivas escalas de Status e de MacArthur. A magnitude das associações foi estimada pelo odds ratio (OR) por meio da função logit e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. Procedeu-se à análise univariável e, em seguida, à análise multivariável, na qual foram incluídas as variáveis explicativas que apresentaram valores de p <0,20 na análise univariável. Foram mantidas nos modelos finais somente as variáveis que apresentaram associações ao nível de significância estatística de 5%. O teste da razão de máxima verossimilhança foi utilizado para checar a premissa da proporcionalidade do odds.

Análise qualitativa

A validade de face refere-se apenas às entrevistas relativas à Escala de MacArthur, nos âmbitos da sociedade, da vizinhança e do trabalho. A análise utilizou metodologias da linguística de corpus, que têm por objetivo coletar criteriosamente e analisar dados linguísticos (também chamados de corpora) empírica e computacionalmente28,29. Toda análise foi realizada por meio do programa AntConc (3.4.3w)44.

Primeiramente, as respostas dos participantes foram transcritas por meio das normas do Projeto da Norma Urbana Oral Culta do Rio de Janeiro (NURC)45. Como 62% dos participantes tinham ensino superior, foi feita a escolha aleatória dessas entrevistas para que não fossem muito discrepantes do número de entrevistas dos indivíduos sem ensino superior. Nesse processo, considerou-se também a distribuição por gênero, já que foram essas duas variáveis que se mantiveram estatisticamente associadas às diferenças absolutas nas escalas de MacArthur e Status. Esse equilíbrio no tamanho do corpus é importante para realizar comparações entre subgrupos28.

Em seguida, as transcrições foram organizadas em 9 corpora: A) sociedade (1. topo, 2. meio e 3. parte mais baixa); B) vizinhança (idem); e C) trabalho (idem). Por meio da ferramenta keyword do AntConc, foram extraídas as 100 palavras-chave centrais de cada um deles. Portanto, foram extraídas 900 palavras-chave no total. No entanto, foram selecionados para análise apenas os substantivos, ignorando-se aqueles redundantes ou semanticamente esvaziados (ex.: “gente”, “coisa”). O foco nos substantivos se deve ao fato de que a rede semântica se organiza em torno de conceitos (ou nós), que estruturam o conhecimento38. Para extração de palavras-chave, é necessário um corpus de referência28,29. Nesse trabalho, foi utilizado o do Projeto Corpus Brasileiro (GELC)46. Ele busca a representatividade do português brasileiro contemporâneo e é atualmente constituído por quase um bilhão (989.012.584) de palavras de diferentes gêneros textuais47. Basicamente, a ferramenta keyword compara estatisticamente (Log-Likehood) as listas de palavras do corpus de estudo com a distribuição do corpus de referência.

Em seguida, cada uma das palavras-chave foi qualitativamente analisada no co-texto por meio das ferramentas n-grams e concordance do AntConc O co-texto é o ambiente textual onde a palavra alvo encontra-se inserida. A primeira ferramenta lista as periferias textuais à direita (D) ou à esquerda (E) do núcleo (ex.: “poder”; “poder aquisitivo”; “poder aquisitivo maior”; D: “Eu tenho poder”; “tenho poder”;poder”). Já a segunda ferramenta lista a palavra-chave no co-texto (ex.: “(…) as pessoas com poder aquisitivo maior (…)”). Essas estratégias foram utilizadas com o propósito de apreender as nuanças de significado (ex.: “não tem acesso à educação” é diferente de “não teve acesso à educação”). Esses enquadramentos semânticos foram estratégias para melhor descrever os campos semânticos nos quais se encontram vinculados às palavras-chave48.

Nesse momento, alguns cuidados metodológicos foram tomados com o intuito de conservar a sinonímia entre linguagem e cognição: 1) cada palavra-chave foi descrita, quando possível, por meio dos verbos ter, ser e estar (ex. “Tem mais dinheiro”; “são empresários”); 2) optou-se em manter expressões o mais próximo das respostas (ex. “não tem/teve oportunidade”); 3) foi dada atenção especial às 3.1) quantificações (ex. “mais/menos rico”) e 3.2) categorizações (ex.: “casa própria/alugada”). Essa metodologia justifica-se pelo fato de que a estrutura gramatical reflete, pelo menos em parte, os processos de conceptualização49. Por fim, as palavras-chave pertencentes a um mesmo campo semântico foram agrupadas (ex.: mais escolaridade: “instrução”, “educação”).

Resultados

Análise quantitativa

Dentre os 159 participantes, 54% eram homens; 51% tinham entre 39 e 52 anos de idade e 49% entre 53-76 anos; 62% tinham ensino superior; 33% relataram renda familiar entre 9 e 10 salários mínimos, 29% entre 5 e 8 salários e 36% entre 1 e 4 salários; 45% eram da classe social alta, 33% da média, 16% da baixa e 46% eram aposentados.

Com relação à distribuição dos degraus escolhidos nas escalas nos âmbitos da sociedade, a moda foi 6 (25%) na Escala de MacArthur e 7 (24%) na de Status; ambas medianas foram 6. Já na vizinhança, a moda foi 8 tanto na Escala de MacArthur (26%) quando na de Status (27%); a mediana 6 e 5, respectivamente. Por fim, no trabalho, a moda foi 8, tanto na Escala de MacArthur (24%) quando na de Status (26%) e a mediana 6 e 6,5, respectivamente.

Os valores da estatística kappa apresentaram concordância geral moderada para a escada da sociedade (0,55) e boa para as escadas da vizinhança (0,60) e do trabalho (0,67) (Tabela 1). Não foi observada, em nenhuma das três escadas, diferenças estatisticamente significantes nas estatísticas kappa segundo as características sociodemográficas. No entanto, nos âmbitos da sociedade e da vizinhança, as concordâncias foram fracas para indivíduos sem estudo superior (0,27) e aposentados (0,22), respectivamente.

Tabela 1
Concordância entre as escalas de MacArthur e de Status geral e segundo características sociodemográficas, ELSA-Brasil.

Os resultados da análise multivariável mostram que apenas a escolaridade manteve-se associada à diferença de 1, ou de 2 ou mais degraus na escada da sociedade. Já nas escadas da vizinhança, apenas o gênero manteve-se associado à diferença de 1, ou de 2 ou mais degraus. Nenhuma das variáveis sociodemográficas foi associada à diferença nas escalas de trabalho. O teste de razão de verossimilhança não indicou evidências estatísticas de quebra do pressuposto de proporcionalidade do odds ratio na regressão logística ordinal (Tabela 2).

Tabela 2
Associação entre as características sociodemográficas e as diferenças absolutas entre os degraus reportados nas escalas de MacArthur e de Status, ELSA-Brasil.

Análise qualitativa

O Quadro 1 mostra os protótipos obtidos para a escada da sociedade de MacArthur. No topo, exemplos prototípicos foram os empresários e políticos, enquanto na parte mais baixa os moradores de rua, analfabetos e desempregados. No meio da escada, os exemplos prototípicos foram os assalariados, funcionários públicos e trabalhadores de classe média. Dos três indicadores de status, “poder” (“político”, “aquisitivo”, “econômico” e de “persuasão”) e “prestígio” emergiram como palavras-chave, enquanto “honra” não foi mencionada em nenhum momento da entrevista.

Quadro 1
Protótipos da “Escada” de MacArthur na Sociedade (geral), ELSA-Brasil.

O Quadro 2 mostra os protótipos obtidos para a escada da vizinhança de MacArthur. No topo, o exemplo prototípico que permaneceu foi o dos empresários, enquanto na parte mais baixa os moradores de rua, desempregados e indivíduos que moram em favelas. No meio da escada, os protótipos foram os trabalhadores e assalariados de classe média e os antigos moradores do bairro ou do prédio. Dos três indicadores de status, apenas o “poder” (“aquisitivo”, “econômico” e “financeiro”) emergiu como palavra-chave.

Quadro 2
Protótipos da “Escada” de MacArthur na Vizinhança (geral), ELSA-Brasil.

O Quadro 3 mostra os protótipos obtidos para a escada do trabalho de MacArthur. No topo, os exemplos prototípicos foram os reitores, chefes de departamento, diretores de unidades, empresários e outros, enquanto na parte mais baixa os faxineiros, porteiros, serventes, jardineiros, terceirizados. No meio da escada, os protótipos foram os trabalhadores técnico-administrativos, professores novatos, chefes de divisões e funcionários públicos.

Quadro 3
Protótipos da “Escada” de MacArthur no Trabalho (geral), ELSA-Brasil.

Discussão

Os resultados do presente estudo mostram que as concordâncias gerais entre as escalas de MacArthur e de Status foram moderada para as escadas da sociedade e boa para as escadas da vizinhança e do trabalho. Essas concordâncias não variaram segundo as características socidemográficas investigadas. Entretanto, na análise de regressão ordinal, foram identificadas diferenças não aleatórias na escolha dos degraus nos âmbitos da sociedade e vizinhança. A chance de diferença de 1, ou de 2 ou mais degraus na escada da sociedade foi mais elevada entre os participantes que não tinham ensino superior e mais elevada entre as mulheres no âmbito da vizinhança. Esses resultados, apesar de apoiarem nossa hipótese de que, no senso comum do brasileiro, indivíduos de diferentes estratos sociais podem ter concepções distintas de status, precisam ser relativizados. Diferenças de 1 degrau podem expressar apenas preferências sem conotações importantes de posição socioeconômica. Vale ressaltar ainda que o kappa ponderado, que valoriza mais as maiores distâncias, não indicou influência da escolaridade ou do gênero nos âmbitos da sociedade e da vizinhança, respectivamente.

As diferenças observadas na escolha dos degraus entre as escadas de Status e de MacArthur da sociedade podem ser explicadas por meio de duas hipóteses, sendo uma de natureza linguísticocognitiva e outra sociocultural. Pelo ponto de vista linguístico-cognitivo, supõe-se que indivíduos sem ensino superior possuam maiores dificuldades em compreender as instruções de MacArthur da sociedade. A instrução de MacArthur da sociedade é linguisticamente mais complexa, pois possui períodos longos e construções subordinadas, demandando substancialmente mais da cognição. A memória de curto prazo é limitada e aloca por volta de 7 (IC: 5-9) pacotes de informação38 e os vários constituintes linguísticos podem sobrecarregá-la (ex.: “mais dinheiro”, “maior escolaridade”, etc.). Essa hipótese linguístico-cognitivo coaduna-se com o fato de que indivíduos de menor escolaridade geralmente têm piores desempenhos em testes cognitivos inclusive no ELSA-Brasil50,51. Já do ponto de vista sociocultural, pode-se supor que indivíduos sem ensino superior possuam uma visão de mundo com uma concepção de status que não é exatamente igual àquela proposta pela escala de MacArthur. Essa hipótese, menos provável, coaduna-se com o fato de que o Brasil é formado por várias matrizes culturais18. Apesar dessas considerações, nossos resultados mostram que a escada de MacArthur da sociedade pode ser utilizada como indicador de status social subjetivo, sobretudo por representar uma média cognitiva (cognitive average) dos indicadores de posição socioeconômica ao longo da vida e capturar aspectos que vão além dos indicadores objetivos14.

Embora a hipótese linguístico-cognitiva seja uma possível explicação para as diferenças observadas na escolha dos degraus entre as escadas de Status e de MacArthur da sociedade, o mesmo não se pode afirmar acerca das mulheres no âmbito da vizinhança. Além de homens e mulheres não se diferirem em relação à inteligência geral (Fator G), elas geralmente possuem melhores habilidades verbais, de velocidade perceptual e de memória de curto prazo52. Portanto, o fato das mulheres tenderem a escolher degraus distintos nas escadas de MacArthur e Status na vizinhança provavelmente não se deve a diferenças linguístico-cognitivas. Vale observar que a força da associação entre sexo e a diferença na escolha dos degraus foi fraca e, além disso, não notamos grandes diferenças entre os protótipos escolhidos por homens e mulheres nas entrevistas abertas da escada de MacArthur da vizinhança. Portanto, nossos resultados indicam que a escada de MacArthur da vizinhança pode ser utilizada como indicador de status social subjetivo, principalmente por capturar nuanças de percepções dentro de populações mais pobres3.

Das três escadas de MacArthur, a do trabalho foi a que teve melhor validade concorrente e também pode ser utilizada como indicador de status social subjetivo, sobretudo por relativizar as percepções das hierarquias ocupacionais. As três escadas de MacArthur obtiveram bons resultados no que se refere à validade de face, evidenciando que realmente capturam o status. Na escada da sociedade de MacArthur, o principal indicador de status foi o poder, seja ele político, econômico ou de persuasão, sendo o prestígio menos frequente. Nesse contexto, os grandes empresários, políticos e doutores foram os protótipos de elevado status na sociedade. Já na escada de MacArthur da vizinhança não houve menção ao prestígio, predominando o poder econômico, aquisitivo e financeiro. Os empresários e proprietários (moradias, veículos etc.) continuaram como protótipos de elevado status na vizinhança. Por fim, na escada de MacArthur do trabalho, os indicadores de status não apareceram de forma explicita, embora pudessem ser deduzidos semanticamente (ex.: quanto maior a escolaridade e a renda no trabalho, maior a tendência em ter maior status). Nesse contexto, reitores, pró-reitores, diretores e chefes de departamento foram os protótipos de elevado status no trabalho, juntamente com empresários. Cabe destacar que não houve menção à “honra” em nenhum momento das entrevistas, sendo esse indicador o que menos caracteriza o status na população de estudo.

Esses resultados da validade de face estão parcialmente de acordo com a literatura, pois a função da escala de MacArthur é capturar a percepção de senso comum de status por meio dos indicadores de posição socioeconômica3. Segundo Adler e Stew3, o indício mais frequente de status na sociedade foi riqueza material (90%) e, em seguida, ocupação (72%) e escolaridade (62%). Além disso, foram relatados também aspectos éticos, espirituais e altruísticos (~25%), que também parecem ser importantes na caracterização do status. Nossos resultados estão de acordo com o estudo de Adler e Stew3, pois além de riquezas, escolaridade e ocupação, a escada de MacArthur da sociedade contempla “merecimento”, “oportunidade” e “acesso”. Já no âmbito da vizinhança, ainda de acordo com os autores citados acima, riqueza (25%), ocupação (22%) e educação (7%) não tiveram a mesma importância. Na vizinhança, aspectos como ajudar os outros (87%) (voluntários, doadores, bons cidadão etc.) e ser bem-visto ou respeitado (52%) foram mais mencionados. Dessa vez, nossos resultados discordam dos de Adler e Stew3, pois em nosso estudo os protótipos para vizinhança priorizaram aspectos relacionados à riqueza material, como poder aquisitivo, dinheiro, casa luxuosas, etc. Dentre os possíveis indicadores éticos, espirituais e altruísticos na vizinhança, apenas a palavra-chave “oportunidade” emergiu nos protótipos associada à escada de MacArthur da vizinhança.

Cabe destacar que a escala de Status foi utilizada como teste critério para validação concorrente da escala de MacArthur por não haver, na literatura vigente, outra escala já validada. Pelo ponto de vista da linguística pragmática39, as instruções da escala de Status (ao explicitarem a palavra status) possuem maior validade na captação do SSS, pois demandam processos cognitivos semânticos, raciocínios dedutivos. Já as instruções da escala de MacArthur (ao explicitar apenas indicadores como “dinheiro”, “escolaridade” e “trabalho”) demandam processos cognitivos pragmáticos, raciocínios inferenciais, que, para serem efetivos e corretos, dependem não unicamente das instruções linguísticas, mas também do contexto de uso e do conhecimento de mundo39. Dessa forma, consideramos que a escala de Status possua instruções mais objetivas, referenciais e diretas que as instruções de MacArthur na mensuração do SSS, uma vez que o conteúdo do teste não se julga apenas por seu título ou pelo que se diz mensurar53.

Este estudo apresenta algumas limitações, em especial, o pequeno número de participantes que reduziu o poder estatístico nas análises estratificadas por escolaridade e gênero. Além disso, a natureza ordinal da escada pode ter reduzido a acurácia das respostas e induzido à preferência pela resposta do meio (degrau 5 ou em torno de 5). Essa tendência na centralização das respostas é um fenômeno comumente observado em estudos e testes que requerem escolhas em escalas numéricas ou figuras como uma escada ou uma régua54. Por fim, é fundamental ressaltar que a junção entre metodologias quantitativas e qualitativas possibilitou que a validade concorrente e de face da escala de MacArthur fossem investigadas de forma inovadora e abrangente.

Agradecimentos

A linha de base do ELSA-Brasil foi financiada pelo Ministério da Saúde (Departamento de Ciência e Tecnologia), Ministério da Ciência e Tecnologia (Financiadora de Estudos e Projetos e Conselho Nacional de Pesquisa).

WA Ferreira recebeu bolsa de doutorado do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). SM Barreto, L Giatti e HR Mello são pesquisadores do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). SM Barreto recebeu também apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). Os autores agradecem a equipe e os participantes do Estudo ELSA-Brasil por sua importante contribuição.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Abr 2018

Histórico

  • Recebido
    28 Nov 2015
  • Revisado
    04 Jul 2016
  • Aceito
    06 Jul 2016
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