Resumo
Este artigo analisa o cotidiano de trabalho de maqueiros em um Hospital Federal de Ensino e Pesquisa no contexto da COVID-19, explorando os aspectos subjetivos referentes ao trabalhar em constante contato com a morte e à invisibilidade a que esses trabalhadores estão submetidos. Adotamos o referencial da Psicologia Social do Trabalho, como técnica de pesquisa foram feitas observação direta no cotidiano de trabalho e rodas de conversa com os maqueiros, o que permitiu capturar nuances do trabalho numa análise dialética junto aos trabalhadores. A transitoriedade e invisibilidade foram identificadas enquanto importantes categorias de análise desse cotidiano trabalho, onde o processo de tornar-se maqueiro era marcado por aspectos de precarização do trabalho e vulnerabilização do trabalhador. O trabalho em contato com a morte também foi compreendido como um fator de invisibilidade, onde a criação de vínculos e humor emergem como estratégias coletiva de enfrentamento da dureza inerente ao trabalho. Conclui-se a importância de olhar para os aspectos subjetivos do trabalho realizado pelos maqueiros, assim como a ampliação de pesquisas sobre a saúde desses trabalhadores.
Palavras-chave:
Saúde do Trabalhador; Psicologia Social do Trabalho; Trabalhadores da Saúde; COVID-19