O conceito de "cuidado centrado na pessoa/paciente |
Os conceitos propiciam a comunicação entre os indivíduos. |
O que define o conceito de cuidado centrado no paciente (CCP) para a realidade brasileira? |
Optou-se pela utilização do termo "cuidado centrado na pessoa. Destacou-se, entretanto, que a escolha do termo pode ser condicionada ao nível de complexidade em que se dá a prestação do cuidado e, neste sentido, enfatizou-se a necessidade de cautela a fim de se evitar descaracterizações, obscuridades e perda do foco central do cuidado de saúde. Não se chegou a uma definição precisa do cuidado centrado na pessoa, ficando a proposta de se constituir uma agenda específica para esta discussão. |
Aspectos contextuais relevantes para a implementação do cuidado centrado na pessoa/paciente. |
Reconhecimento de que fatores contextuais, em diferentes níveis, influenciam o sucesso (ou não) de ações. |
Quais são os aspectos contextuais que facilitam ou dificultam uma cultura de provisão do cuidado de saúde centrado no paciente? |
O reconhecimento de aspectos contextuais é essencial quando se quer promover mudanças. As variações de contexto influenciam as práticas de saúde, afetando sua efetividade. Os aspectos de contexto aracterizam-se por práticas organizacionais, tais como o trabalho em equipe, bem como tudo que está no entorno das práticas que pode constituir entrave ou facilitar a implementação do cuidado centrado na pessoa/paciente. |
As estratégias políticas para implementação do cuidado centrado na pessoa. |
Ainda que existam políticas que considerem elementos do cuidado centrado na pessoa em sua composição e na definição de suas estratégias, ainda não há uma política de saúde voltada para o cuidado centrado na pessoa no país. |
Cabe o estabelecimento de uma política neste sentido? Quais estratégias seriam cabíveis? Quais as similaridades e diferenças existentes entre a PNH e o cuidado centrado na pessoa? |
Não se nega a existência de interfaces entre o cuidado centrado na pessoa e a Política Nacional de Humanização (PNH), mas se reconhece que não se tratam da mesma coisa. Destacou-se a contribuição do cuidado centrado na pessoa para um cuidado seguro. Fica proposto que se busque estabelecer uma interlocução entre grupos que atuam na área da qualidade do cuidado de saúde e o grupo que participa da formulação da PNH. |
A comunicação entre profissionais de saúde e pacientes. |
Toda relação construída entre profissionais, pacientes e familiares é permeada pela comunicação e por aspectos organizacionais que interferem na continuidade do tratamento. |
Quais os desafios para o desenvolvimento de habilidades de comunicação? Qual o papel das tecnologias na comunicação desenvolvida nos serviços de saúde? Como promover a melhoria da comunicação entre profissionais de saúde e entre profissionais e pacientes no sentido de promover o cuidado centrado na pessoa? |
Elementos organizacionais e a falta de habilidades comunicacionais são aspectos que podem interferir no processo de comunicação. Dentre os fatores organizacionais destacados: tempo de consulta; o ambiente da consulta médica; o papel das tecnologias na organização do cuidado; a redução dos gradientes de hierarquia nas relações entre profissionais; o compartilhamento de informações; a criação de meios que possibilitem a aquisição de informações precisas e confiáveis; aumento da literacia em saúde. Uma comunicação efetiva contribui para o compartilhamento de informações. |
O compartilhamento de informações e decisões como elemento do cuidado centrado na pessoa |
Há grandes desafios para que o compartilhamento de decisões seja uma prática frequente nos serviços de saúde. |
Que limites são importantes, do ponto de vista do paciente, para o compartilhamento de decisões? |
A comunicação é um elemento essencial para o compartilhamento de decisões. A privacidade foi citada como um princípio que deve ser respeitado e preservado. A declaração de direitos do paciente foi apontada como um documento que deve estar disponibilizado nos serviços de saúde. A confiança influencia no compartilhamento das decisões. As notícias veiculadas pela mídia alimenta a "cultura do medo" e interfere na construção da confiança. |
Aspectos contextuais que interferem na continuidade do cuidado e adesão ao plano terapêutico |
|
|
Fica a proposta de desmembramento deste item: a "continuidade do cuidado" foi referida como uma dimensão do sistema de saúde; a "adesão" foi relacionada a aspectos inerentes ao sujeito do cuidado, mas que não negligencia o aspectos organizacionais. |
A relação do princípio da integralidade com o modelo de cuidado centrado no paciente. |
|
|
Recomendou-se a retirada deste item, visto que, a integralidade consiste em um conceito multidimensional que não deve ser discutido isoladamente; Considerou-se a necessidade de um referencial para discutir integralidade. A integralidade foi destacada como a essência do cuidado centrado na pessoa. |
A incorporação de mudanças nas bases curriculares e nos processos de formação no sentido de uma nova orientação teórica e das práticas em saúde. |
A educação e treinamento do profissional de saúde ainda estão predominantemente dominados pela perspectiva biomédica (DNV/GL, 2013, p.126), mas as mudanças sociais decorrentes do processo de transição demográfica e epidemiológica, modificam as demandas e necessidades da população. |
Considerando o envelhecimento populacional e o predomínio das condições crônicas de saúde, que tipo de disciplinas poderiam ser incorporadas nas bases curriculares? Que novas demandas e responsabilidades são impostas à academia? |
A influência do mercado na formação dos profissionais de saúde; O Estado como indutor de mudanças no processo de cuidado; Inclusão de disciplinas teórico-práticas voltadas para o desenvolvimento da empatia e compaixão; A interdisciplinaridade e o trabalho em equipe são elementos importantes a serem incentivados durante o processo de formação. |
O cuidado centrado na pessoa para produção de um cuidado seguro |
Alta incidência de eventos adversos no Brasil. Evidências que o envolvimento de pacientes e seus familiares no cuidado contribuem para um cuidado mais seguro. Preocupação dos sistemas de saúde com a questão da qualidade do cuidado e da segurança do paciente. |
Em que grau a legitimação do paciente e companhantes no processo de cuidado contribui para um cuidado seguro? Como o paciente e acompanhantes podem ser envolvidos no processo de cuidado de saúde de modo a torna-lo mais seguro? |
A legitimação do paciente e acompanhantes no processo de cuidado contribui em alto grau para um cuidado seguro; O compartilhamento de informações é essencial para um cuidado mais seguro. |
Criação de instrumentos de mensuração específicos voltados para estudo de elementos do cuidado centrado na pessoa. |
Instrumentos para mensuração de componentes do cuidado centrado na pessoa/paciente são utilizados, com maior ênfase nos países desenvolvidos. E uma área em que o Brasil precisa avançar, validando instrumentos existentes ou propondo novos instrumentos. |
Que dimensões e aspectos devem ser considerados na mensuração do cuidado centrado na pessoa. Em que medida a proposição ou validação deinstrumentos de mensuração do cuidado centrado na pessoa/paciente pode contribuir para a melhoria da qualidade da atenção? |
Destacou-se a possibilidade da adaptação de instrumentos internacionais utilizados para mensuração de elementos do cuidado centrado no paciente ou até mesmo a livre criação condizente com a cultura do cuidado de saúde no Brasil |
Desenvolvimento de trabalhos empíricos no Brasil sobre o cuidado centrado na pessoa |
O desenvolvimento de trabalhos empíricos no Brasil sobre o cuidado centrado na pessoa/ paciente, que reconheça-o como dimensão da qualidade dos serviços de saúde ainda é insuficiente. |
As percepções sobre o cuidado centrado na pessoa/paciente existentes no contexto de saúde brasileiro se distinguem daquelas observadas nos países desenvolvidos? Considerando as diversas perspectivas do cuidado centrado na pessoa/paciente, como incentivar o desenvolvimento de trabalhos empíricos no Brasil voltados para esta temática? Há questões especialmente relevantes? |
Destacou-se a insuficiência de trabalhos empíricos no Brasil na área da qualidade dos serviços de saúde de uma maneira geral, sublinhando-se, em particular, a necessidade de subsídios governamentais e financeiros de fomento ao desenvolvimento de pesquisas sobre o cuidado centrado na pessoa. Foi levantado que há poucos trabalhos no Brasil sobre o cuidado centrado na pessoa/paciente e os que existem possuem denominações genéricas e estudam isoladamente elementos teóricos desta prática de cuidado. |