Investigou-se a interdisciplinaridade no trabalho de profissionais de um Curso de Residência em Saúde da Família na Região Sul do Brasil em um estudo qualitativo com 11 residentes e 5 supervisores de sete profissões. Através de entrevistas, observação e grupo focal analisou-se a vivência da interdisciplinaridade, identificando elementos facilitadores e dificultadores. A interdisciplinaridade foi expressa como um processo complexo e de ação concreta, que ocorre nas dramáticas do uso de si, numa relação dialética com o contexto político institucional. O estudo evidenciou que trabalhar na saúde da família complexifica o trabalho e que os profissionais vivenciam a dificuldade de compartilhar saberes e de transitar entre o multi e o inter. Conclui-se que a interdisciplinaridade requer uso integrado de conhecimentos na prática multiprofissional, invasão das fronteiras disciplinares, desenvolvimento de competências para lidar com os desafios do meio e atitude individual como componente fundamental para o agir profissional.
Trabalho; organização e administração; Equipe de assistência ao paciente; Serviços de Saúde; Recursos humanos; Saúde da família; Ergologia