O objetivo deste artigo é refletir sobre a medicalização da sexualidade masculina a partir do contraponto entre dois processos históricos distintos. O primeiro deles se refere ao grande movimento de intervenção na sexualidade masculina ocorrido no início do século XX no Brasil em torno da sífilis e do combate mais geral das doenças venéreas. O segundo diz respeito à medicalização da sexualidade via o foco na disfunção erétil e na chamada andropausa e a criação de uma nova farmacologia do sexo que se torna incontornável na passagem para o século XXI. Esse contraste permite perceber certas diferenças importantes. Destaca-se a nova ênfase na noção de saúde sexual baseada no aprimoramento individual e uso de medicamentos além da promoção do interesse masculino no desempenho sexual como porta de entrada para se chegar ao tratamento da saúde do homem.
Sexualidade masculina; Medicalização; Saúde sexual; Disfunção erétil