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A gravidade oculta da pandemia de COVID-19 em crianças e adolescentes no Brasil: uma análise territorial da mortalidade hospitalar

Resumo

O objetivo deste artigo é descrever a distribuição geográfica da mortalidade hospitalar por COVID-19 em crianças e adolescentes durante a pandemia de 2020-2021 no Brasil. Estudo ecológico, censitário (SIVEP GRIPE), de indivíduos até 19 anos, internados com SRAG por COVID-19 ou SRAG não especificada, em municípios brasileiros, estratificados de duas formas: 1) nas cinco macrorregiões e 2) em três aglomerados urbanos: capital, municípios da região metropolitana e do interior. Verificou-se 44 internações/100 mil habitantes por COVID-19 e 241/100 mil ao se incluir a SRAG não especificada (subnotificação estimada de 81,8%). Ocorreram1.888 óbitos por COVID-19 e 4.471 óbitos se somados à SRAG não especificada, estimando-se subnotificação de 57,8% dos óbitos. A mortalidade hospitalar foi 2,3 vezes maior nas macrorregiões quando considerados apenas os casos de COVID-19, com exceção das regiões Norte e Centro-Oeste. Registrou-se também maior mortalidade hospitalar em municípios do interior. O contexto urbano esteve associado à maior mortalidade hospitalar por SRAG durante a pandemia de COVID-19 no Brasil. Residir nas macrorregiões Norte e Nordeste, e distante das capitais, ofereceu maior risco de mortalidade para crianças e adolescentes que necessitaram hospitalização.

Palavras-chave:
COVID-19; Pandemia; Criança; Adolescente; Estudos ecológicos

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