O artigo discute aspectos das respostas brasileiras à violência urbana, focalizando tanto políticas governamentais de segurança pública como ações da sociedade civil. Identifica a inexistência de uma política nacional de segurança pública, indica experiências governamentais bem-sucedidas em estados e municípios e focaliza a atuação das polícias. Ao analisar as respostas da sociedade civil, destaca a experiência da campanha do desarmamento e o papel da mídia. O trabalho situa o surgimento de grupos de jovens de favelas organizados em torno de experiências culturais que, em vários aspectos, caracterizam-se como "novos mediadores" na sociedade. Esses grupos tematizam a violência e procuram construir novos estereótipos que dissociem os jovens de periferia das imagens de criminalidade. O artigo descreve em particular o caso do Grupo Cultural AfroReggae, do Rio de Janeiro, e a experiência-piloto em batalhões da Polícia Militar de Minas Gerais, o projeto "Juventude e Polícia". Argumenta-se que o Grupo AfroReggae é tipicamente um novo mediador, e que a iniciativa de realizar um projeto com a polícia abre novas perspectivas no campo da reduzida tradição participativa de organizações da sociedade civil na esfera segurança pública e em projetos de cooperação com a polícia.
Violência; Juventude; Sociedade civil; Movimentos sociais; Favelas