Este artigo analisa as limitações da prática assistencial de profissionais de equipes de saúde da família a mulheres em situação de violência na rede integrada de atenção em um município da região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Os dados fazem parte de uma pesquisa participante realizada com seis equipes de saúde da família durante oito encontros, nos quais o grupo identificou os limites e as potencialidades da prática. Discutiram-se as causas dos limites, soluções e ações de melhoria em um movimento de reflexão, ação e aprendizagem. O material empírico foi gravado, transcrito e submetido à análise de conteúdo temático de Bardin. Os resultados mostram ausência de articulação entre os setores da rede; falta de protocolo, fluxo e organização de referência e contrarreferência; ineficiência dos setores da polícia, justiça e de segurança; e o despreparo dos profissionais para trabalhar com a violência contra a mulher e na perspectiva de rede como condições restritivas para uma prática eficiente. Ressalta-se a necessidade de maior apoio dos gestores municipais aos profissionais para trabalhar em rede e incentivo à qualificação por meio de cursos e educação permanente, que abordem temas como equidade de gênero, garantia de direitos e rede de atenção.
Violência contra a mulher; Profissional de saúde; Programa Saúde da Família; Rede social