Cien Saude Colet
csc
Ciência & Saúde Coletiva
Ciênc. saúde coletiva
1413-8123
1678-4561
ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva
Abstract
The scope of this study was to analyze the association between ultra-processed food (UPF) consumption and lipid parameters. It was a cross-sectional study performed with high school adolescents. Food consumption was analyzed by means of a 24-hour food recall form, where UPF were identified in line with the NOVA system of food classification. The total cholesterol levels, HDL-c and triglycerides were determined by enzymatic colorimetry and the LDL-c fraction estimated by formula. The Student’s t-test or Mann-Whitney was used to compare averages, and linear regression to make associations among the variables. The results show that UPF consumption was more frequent in female adolescents between 17 and 19 years of age, with a family income above two minimum wages and from private schools. It was observed that individuals in the upper third of UPF consumption had a higher energetic, carbohydrate and sodium intake, with a lower intake of proteins and fibers. Moreover, it was found that a higher UPF intake was negatively associated with HDL-c levels and positively associated with triglyceride levels and dyslipidemia. Therefore, UPF is associated with a worsening of the nutritional profile of the diet and contributes to negative changes in the lipid parameters of young individuals.
Introdução
A prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) relacionadas à alimentação inadequada, como dislipidemias, diabetes tipo II, hipertensão e alguns tipos de cânceres, está crescendo em todo o mundo1,2. Segundo Balbinot3, 63% dos óbitos anuais são decorrentes das DCNT, representando 14 milhões de pessoas com menos de 70 anos.
Ao mesmo tempo que a prevalência de DCNT é crescente, a produção e o consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) estão aumentando, tanto nos países de alta renda quanto nos de baixa renda4. Alimentos ultraprocessados, conforme definido pelo sistema de classificação de alimentos NOVA, são formulações industriais obtidas a partir de substâncias derivadas de alimentos, que normalmente contêm vários tipos de aditivos5. Análises de inquéritos alimentares representativos conduzidos nos Estados Unidos6, Canadá7 e Brasil8 mostraram que o elevado consumo de AUP resulta em dietas nutricionalmente desequilibradas.
Na adolescência, é comum que o hábito alimentar inadequado esteja associado ao estilo de vida moderno, fato que se conecta ao desenvolvimento econômico e crescimento constante do processo de urbanização, provocando modificações importantes na forma de acesso e composição do próprio alimento9. Portanto, é importante destacar que a substituição das refeições tradicionais por AUP é cada vez mais comum, tanto no ambiente domiciliar quanto fora do domicílio10,11.
O impacto na saúde dos alimentos ultraprocessados na dieta permanece incerto, uma vez que não foram realizados estudos epidemiológicos e de intervenção suficientes para esse fim12. No entanto, existem evidências para alguns AUP específicos: bebidas açucaradas são um dos principais contribuintes para alterações lipídicas, obesidade infantil, ganho de peso, doenças cardiovasculares (DCV) e diabetes tipo 2; as gorduras trans presentes nos alimentos ultraprocessados afetam negativamente a saúde cardiovascular; e carnes processadas estão associadas ao aumento do risco de mortalidade por DCV e alguns tipos de cânceres13-15. Além disso, estudos observacionais mostraram que o consumo de fast food está positivamente associado a maior ingestão de energia, ganho de peso, resistência à insulina e níveis elevados de triglicerídeos16-18.
Neste contexto, nota-se a importância de um levantamento a respeito do consumo alimentar e parâmetros lipídicos de adolescentes e suas associações com o crescimento da ingestão de AUP, contribuindo com as políticas de saúde e intervenções educativo-terapêuticas nas escolas, serviços e comunidade, o que poderia prevenir a ocorrência precoce de doenças crônicas não transmissíveis. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi analisar a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e parâmetros lipídicos em adolescentes.
Metodologia
O presente estudo faz parte do projeto base Saúde na escola: diagnóstico situacional no ensino médio. Trata-se de um estudo transversal, realizado no ano de 2016 com adolescentes matriculados no ensino médio, na rede pública estadual e particular de ensino do município de Teresina-PI.
A amostragem aleatória simples foi utilizada para a seleção das escolas, com estratos por área geográfica, tipo de gestão e porte, em que foram sorteadas uma escola pública e uma particular para área geográfica que corresponde a cada Gerência Regional de Ensino (GRE) e de cada porte (pequeno: até 115 alunos; médio: 116 a 215 alunos; grande: mais de 215 alunos), constituindo um total de 12 escolas públicas e 12 particulares.
A seleção dos adolescentes foi realizada por meio de amostragem probabilística estratificada proporcional. Utilizou-se o programa Epi Info 6.04d (Centers for Disease Control and Prevention, Atlanta, Estados Unidos) para calcular a amostra mínima, partindo do universo de 40.136 estudantes do ensino médio de escolas públicas estaduais e particulares, de acordo com o Censo Escolar de 201419, com o intervalo de confiança de 95%, prevalência de obesidade de 17,1%20, precisão de 5%, efeito de desenho de 1,4 e nível de significância de 5%21. A amostra mínima exigida para esse estudo foi de 316 adolescentes. Considerando haver possíveis perdas de casos durante a coleta de dados, sortearam-se 10% a mais da amostra de cada escola, totalizando uma amostra final de 348 adolescentes.
A amostra foi distribuída nas escolas sorteadas proporcionalmente ao número de adolescentes por tipo de gestão das escolas e porte. A amostra destinada para cada escola foi distribuída por sorteio proporcional à série, sexo e idade.
A seleção dos participantes atendeu aos seguintes critérios de inclusão: adolescentes de 14 a 19 anos de idade, que estivessem devidamente matriculados na instituição de ensino que foi realizado o estudo, cujos estudantes, pais ou responsáveis aceitassem sua participação na pesquisa por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ou Termos de Assentimento Livre e Esclarecido. Foram excluídos do estudo aqueles que não respeitassem o período de jejum, adolescentes grávidas e ainda adolescentes com alguma doença que repercutisse na alimentação.
As informações sobre o consumo alimentar dos adolescentes, foram obtidas mediante aplicação do recordatório alimentar de 24 horas por nutricionistas previamente treinados, feito com base no método multiple pass22 e reaplicado em 40% da amostra após dois meses para correção da variabilidade intrapessoal, sendo utilizado o software Multiple Source Method (MSM) (version 1.0.1, 2011, Department of Epidemiology, German Institute of Human Nutrition Potsdam-Rehbrucke, Nuthetal, Brandenburg, Gemany)23.
A classificação dos alimentos ultraprocessados foi realizada segundo a NOVA24 com base na extensão e finalidade do processamento de alimentos aplicados. Existem 4 grupos de classificação. O Grupo 1 inclui alimentos que são frescos ou processados de maneira que não foram adicionados sal, açúcar, óleos ou gorduras e não contêm aditivos. O Grupo 2 apresenta ingredientes culinários processados, que são substâncias obtidas do primeiro grupo ou da natureza, podendo conter aditivos para preservar as propriedades originais e o Grupo 3 contêm alimentos processados, com a adição de sal, açúcar ou óleo e uso de processos como fumo, cura ou fermentação. No Grupo 4 foram inclusos produtos ultraprocessados de alimentos e bebidas, feitos predominantemente ou inteiramente de substâncias industriais, com pouco ou nenhum alimento integral, estando prontos para comer, beber ou aquecer, como as bebidas carbonatadas, salsichas, biscoitos, doces (confeitaria), iogurtes de frutas, sopas e macarrão empacotados instantaneamente, petiscos doces ou salgados, leite açucarado e bebidas de frutas.
No presente estudo, o Grupo 4 foi utilizado como o objeto principal, no qual o consumo dos alimentos foi classificado em quatro estratos. Em seguida, selecionou-se apenas o grupo de Alimentos Ultraprocessados para análise detalhada das quantidades de energia, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, fibra alimentar e sódio, que foram calculados pelo software Nutwin, versão 1.6.0.7, do Departamento de Informática em Saúde da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), por meio do uso dos dados da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO)25, Tabela de Composição Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil26 e ainda a Tabela United States Department of Agriculture (USDA) Food Search for Windows, versão 1.0, SR2327. Essa análise possibilitou verificar a contribuição dos alimentos ultraprocessados para o valor calórico total da dieta. Os indicadores relativos à ingestão de fibra e sódio foram expressos por 1.000 kcal, enquanto os demais nutrientes foram expressos em percentual do total de calorias ingeridas. Para avaliar a adequação do consumo alimentar utilizou-se a Dietary reference intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein and amino acids28.
Uma amostra de sangue venoso (5mL) foi colhida nas dependências das escolas, estando os estudantes em jejum de 10 horas. Após centrifugação do sangue a 3.000 rpm por 15 minutos, a 25º C, obteve-se o soro para determinação das concentrações de colesterol total (CT), High Density Lipoprotein Cholesterol (HDL-c) e triglicerídeos (TG). Estes parâmetros foram determinados segundo o método enzimático colorimétrico, utilizando kits Labtest®. Enquanto que a fração de Low-Density Lipoprotein Cholesterol (LDL-c) foi calculada de acordo com a fórmula de Friedwald et al.29 (LDL-c = CT – HDL-c - TG/5). Foram utilizados como referência os valores para lipídios séricos adotados pela atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose30, cujos valores de referências são para, LDL-c < 100 mg/dL, HDL-c ≥ 45 mg/dL CT < 150 mg/dL e TG < 100 mg/dL.
Os dados foram organizados em planilhas do Excel® e, posteriormente, exportados para o programa SPSS (Windows ® version 22.0). O teste de Kolmogorov-Smirnov foi aplicado para verificar a normalidade das distribuições das variáveis. Para comparação de médias utilizou-se o teste t de Student ou Mann-Whitney de acordo com a distribuição das variáveis. A regressão linear foi utilizada para associar o percentual de ingestão calórica do consumo de alimentos ultraprocessados e variáveis sociodemográficas e metabólicas, associar os indicadores nutricionais e o perfil lipídico nos tercis de consumo de alimentos ultraprocessados e, ainda, associar as frações lipídicas e dislipidemia com o consumo de alimentos ultraprocessados de forma fragmentada em quatro diferentes modelos (Tabela 4), de acordo com as variáveis utilizadas para ajuste (sexo, idade, renda familiar e tipo de escola). O nível de significância adotado na decisão dos testes foi de p < 0,05. A coleta de dados foi iniciada após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e pela Secretaria de Educação e Cultura do Piauí (SEDUC), de acordo com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS)31.
Resultados
Do total de 348 adolescentes, excluíram-se 21 participantes, dos quais 11 recusaram e os outros tiveram hemólise nas amostras de sangue. Assim, a amostra final foi constituída por 327 adolescentes.
A Tabela 1 mostra a caracterização da população de estudo (n = 327) segundo as variáveis sociodemográficas e metabólicas. Observa-se que o consumo de alimentos ultraprocessados foi maior entre os adolescentes do sexo feminino e aqueles com idade entre 17 a 19 anos, com renda familiar superior a dois salários mínimos e estudantes de escola particular.
Tabela 1
Análise bruta e ajustada da contribuição energética do consumo de alimentos ultraprocessados segundo as variáveis sociodemográficas e metabólicas (n=327).
Consumo de alimentos ultraprocessados (% kcal/dia)
Variáveis
Análise bruta
Análise ajustada‡
Média£
P
߆
IC95%
Sexo
0,01**
Masculino
21,4
Ref.
Feminino
27,5
0,39
7,26; 12,44
Idade (anos)
0,05**
14-16
23,6
Ref.
17-19
26,6
0,15
1,34; 6,37
Renda familiar (SMMB)
0,03**
≤ 2
24,2
Ref.
> 2
27,1
0,07
-0,46;1,82
Tipo de escola
0,03*
Pública
24,0
Ref.
Particular
27,0
0,11
10,94; 3,94
Perfil lipídico
LDL-c (mg/dL)
0,85*
< 100
24,9
Ref.
≥ 110
25,2
0,04
-1,58; 3,50
HDL-c (mg/dL)
0,99*
≥ 45
25,1
Ref.
< 45
25,1
- 0,05
-2,72; 2,47
CT (mg/dL)
0,56*
< 170
25,4
Ref.
≥ 170
24,6
0,04
-1,36; 3,65
TG (mg/dL)
0,04**
< 90
25,7
Ref.
≥ 90
22,6
0,10
0,12; 6,24
Dislipidemia §
0,18**
Sim
26,4
0,02
-2,79; 3,98
Não
24,8
*
Teste t de student;
**
Teste de Mann Whitney;
†
Teste de tendência linear. SMMB: Salário Mínimo Mensal Brasileiro; HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos.
£
Média dos percentuais de contribuição de AUP em relação ao VET da dieta;
§
Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídic.
‡
ajuste para sexo, idade, renda familiar e tipo de escola.
Nota-se com a análise ajustada, que o sexo feminino manteve-se associado ao consumo de ultraprocessados e que os participantes do estudo com idade entre 17 a 19 anos obtiveram uma ingestão calórica adicional de 0,15% atribuída ao consumo desses alimentos em comparação com participantes entre 14 a 16 anos de idade (IC95%: 1,34; 6,37). Associações positivas ainda foram observadas entre os adolescentes com renda superior a dois salários mínimos e estudantes de escolas particulares.
A avaliação da alimentação total dos adolescentes e das frações do consumo alimentar de ultraprocessados é apresentada na Tabela 2. A dieta dos adolescentes excede as recomendações de consumo para o percentual de contribuição de gorduras totais e gorduras saturadas e se mostra insuficiente em relação ao consumo de fibras. Ao comparar a dieta total com a fração relativa à ingestão de AUP observa-se um aumento em relação ao consumo de carboidratos, gorduras totais, gorduras saturadas e densidade de sódio (Na) e ainda um decréscimo no consumo de fibras alimentares (menor em 2,3 vezes) e proteínas totais (menor em 2,6 vezes).
Tabela 2
Médias de indicadores nutricionais referentes ao consumo alimentar total e ao consumo de alimentos ultraprocessados de adolescentes.
Indicador
Fração do consumo alimentar
Consumo alimentar total
Alimentos ultraprocessados
Valores recomendados para os indicadoresa
Total de energia (kcal/d)
2053,1
501,4
-
Contribuição percentual para o total de energia de:
Carboidratos
48,8
55,3
55-60
Proteínas totais
19,6
7,5
12-15
Gorduras totais
34,7
43,2
<30
Gorduras saturadas
11,6
13,5
< 10
Densidade de fibras (g/1.000 kcal)
9,5
4,0
>12,5b
Densidade de Na (mg/1.000 kcal)
761,5
1052,7
< 1b
a
Dietary reference intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein and amino acids32.
b
O valor da recomendação considera uma dieta de 2.000 kcal.
A Tabela 3 apresenta indicadores do perfil nutricional da dieta para os tercis de consumo dos alimentos ultraprocessados. Observa-se que a energia total da dieta, o teor de carboidrato e a densidade de sódio aumentaram significativamente com a elevação da contribuição de AUP, enquanto a fração de proteínas totais e fibras alimentares diminuiu com o aumento do consumo de ultraprocessados. Ao controlar as variáveis sexo, idade, tipo de escola e renda familiar, notou-se que as mesmas não modificaram esses resultados. O teor de gorduras totais, gorduras saturadas e fibras alimentares manteve-se inadequados às recomendações de consumo em todos os tercis da amostra.
Tabela 3
Indicadores nutricionais do consumo de alimentos e do perfil lipídico de adolescentes, segundo tercis de consumo de alimentos ultraprocessados.
Indicador
Tercis de consumo de alimentos ultraprocessados (Kcal/dia)
Tercil 1
Tercil 2
Tercil 3
Total de energia (kcal/d)
1896,60
2022,97
2217,76*
Contribuição percentual para o total de energia de:
Carboidratos
49,32
47,75
49,39*
Proteínas totais
21,28
19,60
17,98*
Gorduras totais
32,08
35,87
36,27
Gorduras Saturadas
11,22
11,93
11,65
Densidade de nutrientes
Fibra (g/1.000 kcal)
10,89
9,16
8,39*
Sódio (mg/1.000 kcal)
649,75
798,16
836,65*
TG (mg/dL)
70,74
71,02
79,90
CT (mg/dL)
162,68
163,24
165,02
LDL-c (mg/dL)
102,87
104,34
101,82
HDL-c (mg/dL)
46,9
45,6
45,9
*
p < 0,05 para tendência linear da variação do indicador conforme tercil do consumo de alimentos ultraprocessados. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos.
Após o ajuste dos diferentes modelos (Tabela 4), observou-se que os adolescentes com maior consumo de AUP (Tercil 3), apresentaram maior risco de alterações lipídicas, sendo observadas associações negativas com as concentrações de HDL-c, demonstrando que quanto maior o consumo de ultraprocessados menor será a fração de HDL-c. Além disso, nota-se associação positiva entre o aumento do consumo de AUP e TG elevados e com a presença de dislipidemia, o que confirma, que o consumo elevado de ultraprocessados está associado à dislipidemias.
Tabela 4
Coeficientes brutos e ajustados da associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e parâmetros lipídicos.
Consumo de alimentos de ultraprocessados
Tercil 1
Tercil 2
Tercil 3
ß (95%IC)
ß (95%IC)
CT (mg/dl)
Modelo 0
Ref.
0,10 (-0,02; 0,23)
0,03 (-0,06; 0,09)
Modelo 1
Ref.
0,11 (-0,01; 0,24)
0,06 (-0,05; 0,12)
Modelo 2
Ref.
0,11 (-0,01; 0,24)
0,06 (-0,05; 0,12)
Modelo 3
Ref.
0,12 (-0,00; 0,25)
0,06 (-0,05; 0,12)
LDL-c (mg/dl)
Modelo 0
Ref.
0,13 (0,01; 0,26)*
0,05 (-0,05; 0,10)
Modelo 1
Ref.
0,13 (0,01; 0,26)*
0,08 (-0,03; 0,12)
Modelo 2
Ref.
0,13 (0,01; 0,26)*
0,07 (-0,04; 0,12)
Modelo 3
Ref.
0,12 (-0,003; 0,25)
0,06 (-0,05; 0,12)
HDL-c (mg/dl)
Modelo 0
Ref.
-0,06 (-0,19; 0,06)
-0,20(-0,19; 0,04)*
Modelo 1
Ref.
-0,09 (-0,21; 0,03)
-0,21 (-0,20;0,04)*
Modelo 2
Ref.
-0,09 (-0,22; 0,03)
-0,21 (-0,20;0,04)*
Modelo 3
Ref.
-0,05 (-0,17; 0,07)
-0,16 (-0,17;0,01)*
TG (mg/dl)
Modelo 0
Ref.
-0,37 (-0,14; 0,07)
0,17 (0,02; 0,13)*
Modelo 1
Ref.
-0,05 (-0,15; 0,06)
0,19 (0,02; 0,14)*
Modelo 2
Ref.
-0,06 (-0,16; 0,05)
0,18 (0,01; 0,14)*
Modelo 3
Ref.
-0,07 (-0,16; 0,05)
0,18 (0,01; 0,14)*
Dislipidemia
Modelo 0
Ref.
0,17 (0,06; 0,35)*
0,20 (0,15; 0,74)*
Modelo 1
Ref.
0,20 (0,10; 0,39)*
0,21 (0,16; 0,75)*
Modelo 2
Ref.
0,21 (0,11; 0,40)*
0,21 (0,17; 0,75)*
Modelo 3
Ref.
0,19 (0,09; 0,38)*
0,18 (0,10; 0,69)*
Modelo 0: Coeficiente ß bruto; Modelo 1: Modelo 0 + sexo e idade; Modelo 2: Modelo 0 + modelo 1 + renda familiar; Modelo 3: Modelo 0 + modelo 1 + modelo 2 + tipo de escola.
*
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
Discussão
O presente estudo demonstrou que os alimentos ultraprocessados estão associados a um perfil nutricional negativo, como as alterações nos níveis lipídicos de adolescentes. Tais resultados também foram destacados por Rauber et al.31 em que o consumo de AUP na idade pré-escolar foi um preditor do aumento das concentrações de parâmetros lipídicos durante a infância. Em adolescentes, Vaz et al.32 verficaram associação entre o maior consumo do padrão alimentar contendo fast foods com a diminuição de níveis de HDL-c e que o maior consumo do padrão alimentar contendo doces e refrigerantes esteve associado ao aumento dos níveis de TG.
Observou-se que, alunos de escolas públicas tendem a consumir menos alimentos altamente processados. Em contraposição, discentes de instituições particulares apresentam maior contribuição de alimentos ultraprocessados. Estudos demonstram que alimentos vendidos em lanchonetes comerciais, geralmente encontradas dentro de escolas particulares, apresentam baixo teor nutricional e alto valor energético33, enquanto as escolas públicas tem sua política de alimentação voltada a atender os parâmetros regidos pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa Saúde na Escola (PSE) que regem a segurança alimentar e nutricional, além da promoção da alimentação saudável, influenciando em melhores escolhas e hábitos alimentares34.
Considerando os aspectos econômicos, nota-se nesse estudo que os adolescentes com renda familiar inferior a dois salários mínimos tiveram menor consumo de alimentos ultraprocessados. Resultados semelhantes foram destacados por Simões et al.35, em que relataram que os participantes com piores indicadores socioeconômicos (escolaridade, renda e classe social) mostraram menor contribuição calórica de AUP. Apesar do consumo de alimentos ultraprocessados ser maior em países de alta renda, estudos mostraram que essa ingestão aumenta, em termos relativos e absolutos36,37 em países de alta e média renda, especialmente nos últimos anos38.
Dietas com a maior ingestão desses alimentos, portanto, com qualidade nutricional inferior, estão fortemente associadas ao aumento de prevalências de doenças cardiovasculares, dislipidemias, obesidade e síndrome metabólica9,31,39-41.
Estudos anteriores demonstram que o maior consumo de alimentos ultraprocessados está relacionado ao menor consumo de vitaminas, proteínas e fibras, e, ainda, maior consumo de gorduras saturadas, açucares livres, carboidratos, sódio e ingestão global de energia. Os resultados deste trabalho corroboram a literatura indicando que AUP contribuem negativamente na qualidade nutricional da dieta. Conforme aumenta o tercil de consumo de ultraprocessados diminui-se a qualidade de distribuição de nutrientes42-44.
Essa associação inversa do consumo de alimentos ultraprocessados e qualidade da alimentação ratifica a necessidade de redução da participação desses produtos na rotina alimentar de adolescentes. Alcântara Neto et al.44 ressaltaram que o menor consumo de alimentos saudáveis, juntamente com elevada ingestão de alimentos gordurosos e industrializados acabam por promover maiores alterações sobre o perfil lipídico de jovens.
Nota-se que houve elevação de consumo de sódio nos segundo e terceiro tercis de consumo de AUP. Em estudo nacional realizado com quase 1.500 produtos processados e ultraprocessados, verificou-se que 60% apresentavam elevado conteúdo de Na (> 600mg / 100g), alguns desses produtos apresentavam até oito tipos diferentes de aditivos contendo Na em sua constituição31.
As alterações negativas que a ingestão de produtos ultraprocessados proporciona na alimentação de adolescentes, implica em possíveis alterações metabólicas, como as associações inversas e significativas entre as frações lipídicas e dislipidemias dos adolescentes no maior tercil de ingestão calórica proveniente de alimentos ultraprocessados. Nesta pesquisa notaram-se associações positivas entre maior consumo de AUP com níveis de TG e a ocorrência de dislipidemias e ainda associação inversa com níveis de HDL-c, em contrapartida Rauber et al.31, não encontraram associações entre esses parâmetros e o consumo de alimentos ultraprocessados, no entanto, a ingestão de ultraprocessados, associou-se a níveis elevados de LDL-c e colesterol total, ressaltando assim que o consumo de alimentos ultraprocessados acarreta em alterações nos perfis de lipoproteínas agravando o risco cardiovascular e metabólico na vida adulta40.
O baixo consumo de fibras alimentares observado nos adolescentes do presente estudo traz efeitos negativos para os desfechos lipídicos, pois o consumo diário de fibras alimentares de forma a atingir as recomendações para cada faixa etária está relacionado com a diminuição de TG, CT e relação LDL:HDL, além de melhorar os níveis de HDL-c40,43,44.
Os resultados desse estudo contribuem com novas informações sobre associações entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o perfil lipídico de adolescentes, assim como a presença de dislipidemias, portanto, ressalta-se a necessidade de uma avaliação mais abrangente sobre o efeito dos alimentos ultraprocessados em outros fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis como obesidade, hipertensão e diabetes. Este resultado, se confirmado em outras populações, será muito importante para a formulação de estratégias de saúde pública, no intuito de promover intervenções que objetivam a melhora dos hábitos alimentares, com o foco na redução do consumo de ultraprocessados ainda na adolescência.
Um ponto forte do trabalho foi à utilização da NOVA classificação de alimentos enfatizando o nível de processamento dos produtos e sua associação com os níveis lipídicos em adolescentes, visto que são escassos os trabalhos com essa temática. O estudo apresenta algumas limitações como o seu delineamento transversal, pois limita os achados ao nível de associações. O registro do consumo alimentar também foi considerado outra limitação, por ser realizado por meio de recordatório 24h, as informações obtidas dependiam, substancialmente, da memória dos adolescentes, podendo subestimar o consumo de ingredientes alimentares adicionados às refeições, marcas e quantidades de porções de alimentos ultraprocessados. Porém para sanar esses impasses foram realizados dois recordatórios alimentares em intervalos de dois meses e realizados ajustes de variabilidade intrapessoal. Além de ter sido utilizada diferentes tabelas de consumo de forma a deixar o programa de análises mais abrangente.
Conclusão
Os alimentos ultraprocessados influenciam negativamente a alimentação de adolescentes, estando associados a uma piora no perfil nutricional da dieta e, ainda, contribuem para alterações nos níveis lipídicos dessa população. Sugere-se maior acompanhamento e planejamento no programa alimentar do público adolescente, especialmente na rede de ensino particular, com redução do consumo de alimentos ultraprocessados e maior de frutas, verduras e cereais integrais.
Referências
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A
Neto
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AM
Sposito
AC
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Casella-Filho
A
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AF
Alencar
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Filho
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B
Magalhães
CC
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C
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D
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Giuliano
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JS
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J
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M
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Santos
RD
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Betti
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EJ
Fatores associados à dislipidemia em crianças e adolescentes de escolas públicas de Salvador, Bahia
Rev Bras Epidemiol
2012
15
20
335
345
Authorship
Laurineide Rocha Lima
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Piauí (UFPI). Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Planalto Ininga. 64049-550 Teresina PI Brasil. laurineidelima@gmail.comUniversidade Federal do PiauíBrazilTeresina, PI, BrazilCentro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Piauí (UFPI). Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Planalto Ininga. 64049-550 Teresina PI Brasil. laurineidelima@gmail.com
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Piauí (UFPI). Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Planalto Ininga. 64049-550 Teresina PI Brasil. laurineidelima@gmail.comUniversidade Federal do PiauíBrazilTeresina, PI, BrazilCentro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Piauí (UFPI). Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Planalto Ininga. 64049-550 Teresina PI Brasil. laurineidelima@gmail.com
Departamento de Biofísica e Fisiologia, UFPI. Teresina PI Brasil.UFPIBrazilTeresina, PI, BrazilDepartamento de Biofísica e Fisiologia, UFPI. Teresina PI Brasil.
LR Lima participou da coleta e análise dos dados, interpretou os resultados e escreveu o artigo. LM Nascimento participou coleta e análise de dados, interpretou os resultados e revisão do artigo. KRO Gomes participou da concepção do estudo e revisou o artigo. MCC Martins participou das análises bioquímicas e revisou o artigo. MTP Rodrigues participou da concepção do estudo e revisou o artigo. KMG Frota participou da concepção do estudo, análise estatística e revisou o artigo.
SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Piauí (UFPI). Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Planalto Ininga. 64049-550 Teresina PI Brasil. laurineidelima@gmail.comUniversidade Federal do PiauíBrazilTeresina, PI, BrazilCentro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Piauí (UFPI). Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Planalto Ininga. 64049-550 Teresina PI Brasil. laurineidelima@gmail.com
Colégio Técnico de Teresina, UFPI. Teresina PI Brasil.UFPIBrazilTeresina, PI, BrazilColégio Técnico de Teresina, UFPI. Teresina PI Brasil.
Departamento de Biofísica e Fisiologia, UFPI. Teresina PI Brasil.UFPIBrazilTeresina, PI, BrazilDepartamento de Biofísica e Fisiologia, UFPI. Teresina PI Brasil.
Departamento de Nutrição, UFPI. Teresina PI Brasil.UFPIBrazilTeresina, PI, BrazilDepartamento de Nutrição, UFPI. Teresina PI Brasil.
Tabela 1
Análise bruta e ajustada da contribuição energética do consumo de alimentos ultraprocessados segundo as variáveis sociodemográficas e metabólicas (n=327).
Tabela 3
Indicadores nutricionais do consumo de alimentos e do perfil lipídico de adolescentes, segundo tercis de consumo de alimentos ultraprocessados.
Tabela 4
Coeficientes brutos e ajustados da associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e parâmetros lipídicos.
table_chartTabela 1
Análise bruta e ajustada da contribuição energética do consumo de alimentos ultraprocessados segundo as variáveis sociodemográficas e metabólicas (n=327).
Consumo de alimentos ultraprocessados (% kcal/dia)
Variáveis
Análise bruta
Análise ajustada‡‡
ajuste para sexo, idade, renda familiar e tipo de escola.
Média££
Média dos percentuais de contribuição de AUP em relação ao VET da dieta;
P
߆†
Teste de tendência linear. SMMB: Salário Mínimo Mensal Brasileiro; HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos.
IC95%
Sexo
0,01****
Teste de Mann Whitney;
Masculino
21,4
Ref.
Feminino
27,5
0,39
7,26; 12,44
Idade (anos)
0,05****
Teste de Mann Whitney;
14-16
23,6
Ref.
17-19
26,6
0,15
1,34; 6,37
Renda familiar (SMMB)
0,03****
Teste de Mann Whitney;
≤ 2
24,2
Ref.
> 2
27,1
0,07
-0,46;1,82
Tipo de escola
0,03**
Teste t de student;
Pública
24,0
Ref.
Particular
27,0
0,11
10,94; 3,94
Perfil lipídico
LDL-c (mg/dL)
0,85**
Teste t de student;
< 100
24,9
Ref.
≥ 110
25,2
0,04
-1,58; 3,50
HDL-c (mg/dL)
0,99**
Teste t de student;
≥ 45
25,1
Ref.
< 45
25,1
- 0,05
-2,72; 2,47
CT (mg/dL)
0,56**
Teste t de student;
< 170
25,4
Ref.
≥ 170
24,6
0,04
-1,36; 3,65
TG (mg/dL)
0,04****
Teste de Mann Whitney;
< 90
25,7
Ref.
≥ 90
22,6
0,10
0,12; 6,24
Dislipidemia §§
Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídic.
0,18****
Teste de Mann Whitney;
Sim
26,4
0,02
-2,79; 3,98
Não
24,8
table_chartTabela 2
Médias de indicadores nutricionais referentes ao consumo alimentar total e ao consumo de alimentos ultraprocessados de adolescentes.
Indicador
Fração do consumo alimentar
Consumo alimentar total
Alimentos ultraprocessados
Valores recomendados para os indicadoresaa
Dietary reference intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein and amino acids32.
Total de energia (kcal/d)
2053,1
501,4
-
Contribuição percentual para o total de energia de:
Carboidratos
48,8
55,3
55-60
Proteínas totais
19,6
7,5
12-15
Gorduras totais
34,7
43,2
<30
Gorduras saturadas
11,6
13,5
< 10
Densidade de fibras (g/1.000 kcal)
9,5
4,0
>12,5bb
O valor da recomendação considera uma dieta de 2.000 kcal.
Densidade de Na (mg/1.000 kcal)
761,5
1052,7
< 1bb
O valor da recomendação considera uma dieta de 2.000 kcal.
table_chartTabela 3
Indicadores nutricionais do consumo de alimentos e do perfil lipídico de adolescentes, segundo tercis de consumo de alimentos ultraprocessados.
Indicador
Tercis de consumo de alimentos ultraprocessados (Kcal/dia)
Tercil 1
Tercil 2
Tercil 3
Total de energia (kcal/d)
1896,60
2022,97
2217,76**
p < 0,05 para tendência linear da variação do indicador conforme tercil do consumo de alimentos ultraprocessados. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos.
Contribuição percentual para o total de energia de:
Carboidratos
49,32
47,75
49,39**
p < 0,05 para tendência linear da variação do indicador conforme tercil do consumo de alimentos ultraprocessados. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos.
Proteínas totais
21,28
19,60
17,98**
p < 0,05 para tendência linear da variação do indicador conforme tercil do consumo de alimentos ultraprocessados. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos.
Gorduras totais
32,08
35,87
36,27
Gorduras Saturadas
11,22
11,93
11,65
Densidade de nutrientes
Fibra (g/1.000 kcal)
10,89
9,16
8,39**
p < 0,05 para tendência linear da variação do indicador conforme tercil do consumo de alimentos ultraprocessados. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos.
Sódio (mg/1.000 kcal)
649,75
798,16
836,65**
p < 0,05 para tendência linear da variação do indicador conforme tercil do consumo de alimentos ultraprocessados. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos.
TG (mg/dL)
70,74
71,02
79,90
CT (mg/dL)
162,68
163,24
165,02
LDL-c (mg/dL)
102,87
104,34
101,82
HDL-c (mg/dL)
46,9
45,6
45,9
table_chartTabela 4
Coeficientes brutos e ajustados da associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e parâmetros lipídicos.
Consumo de alimentos de ultraprocessados
Tercil 1
Tercil 2
Tercil 3
ß (95%IC)
ß (95%IC)
CT (mg/dl)
Modelo 0
Ref.
0,10 (-0,02; 0,23)
0,03 (-0,06; 0,09)
Modelo 1
Ref.
0,11 (-0,01; 0,24)
0,06 (-0,05; 0,12)
Modelo 2
Ref.
0,11 (-0,01; 0,24)
0,06 (-0,05; 0,12)
Modelo 3
Ref.
0,12 (-0,00; 0,25)
0,06 (-0,05; 0,12)
LDL-c (mg/dl)
Modelo 0
Ref.
0,13 (0,01; 0,26)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
0,05 (-0,05; 0,10)
Modelo 1
Ref.
0,13 (0,01; 0,26)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
0,08 (-0,03; 0,12)
Modelo 2
Ref.
0,13 (0,01; 0,26)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
0,07 (-0,04; 0,12)
Modelo 3
Ref.
0,12 (-0,003; 0,25)
0,06 (-0,05; 0,12)
HDL-c (mg/dl)
Modelo 0
Ref.
-0,06 (-0,19; 0,06)
-0,20(-0,19; 0,04)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
Modelo 1
Ref.
-0,09 (-0,21; 0,03)
-0,21 (-0,20;0,04)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
Modelo 2
Ref.
-0,09 (-0,22; 0,03)
-0,21 (-0,20;0,04)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
Modelo 3
Ref.
-0,05 (-0,17; 0,07)
-0,16 (-0,17;0,01)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
TG (mg/dl)
Modelo 0
Ref.
-0,37 (-0,14; 0,07)
0,17 (0,02; 0,13)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
Modelo 1
Ref.
-0,05 (-0,15; 0,06)
0,19 (0,02; 0,14)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
Modelo 2
Ref.
-0,06 (-0,16; 0,05)
0,18 (0,01; 0,14)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
Modelo 3
Ref.
-0,07 (-0,16; 0,05)
0,18 (0,01; 0,14)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
Dislipidemia
Modelo 0
Ref.
0,17 (0,06; 0,35)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
0,20 (0,15; 0,74)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
Modelo 1
Ref.
0,20 (0,10; 0,39)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
0,21 (0,16; 0,75)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
Modelo 2
Ref.
0,21 (0,11; 0,40)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
0,21 (0,17; 0,75)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
Modelo 3
Ref.
0,19 (0,09; 0,38)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
0,18 (0,10; 0,69)**
p < 0,05. Teste de tendência linear. HDL-c: lipoproteína de alta densidade; LDL-c: lipoproteína de baixa densidade; CT: colesterol total; TG: triglicerídeos. § Dislipidemia: pelo menos uma alteração no perfil lipídico.
How to cite
Lima, Laurineide Rocha et al. Association between ultra-processed food consumption and lipid parameters among adolescents. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2020, v. 25, n. 10 [Accessed 21 April 2025], pp. 4055-4064. Available from: <https://doi.org/10.1590/1413-812320202510.24822018>. Epub 07 Oct 2020. ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/1413-812320202510.24822018.
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