Resumo
Os processos e os efeitos da vulnerabilidade, embora de grande importância para a coesão e políticas territoriais, ainda são pouco explorados e operacionalizados do ponto de vista científico. Na verdade, a maioria das avaliações baseia-se em indicadores económicos e em contextos territoriais muito específicos, não explorando o potencial analítico de uma visão mais ampla ao nível nacional, tendo por base as especificidades e as interconexões regionais / municipais. Essa lacuna é visível nas vulnerabilidades relacionadas com a saúde, que, decorrentes da falta de recursos sociais, económicos e ambientais, aumentaram durante e após a crise económica iniciada na década passada. O principal objetivo deste artigo consiste em analisar os fenómenos de vulnerabilidade associados à saúde em Portugal numa ótica territorial. Através da realização de uma Análise de Correspondência Múltipla, são identificados diferentes perfis territoriais de vulnerabilidade social associados ao “estado de saúde” dos indivíduos e ao acesso e uso de “serviços de saúde”. Na conclusão do artigo, sublinha-se a importância de adicionar o contexto territorial às políticas de saúde que procuram encontrar respostas para fazer face aos desafios decorrentes de vulnerabilidades sociais e sugerem-se pistas para investigação futura.
Palavras-chave:
Saúde; Vulnerabilidade; Perfis territoriais