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Notificações, internações e mortes por lesões autoprovocadas em crianças nos sistemas nacionais de saúde do Brasil

Resumo

Praticamente não há estatísticas sobre o comportamento suicida na infância no mundo. Em parte, este cenário pode ser explicado pela representação social de alegria desta fase da vida. Este artigo tem como objetivo analisar informações sobre notificações, internações e mortes por lesões autoprovocadas entre crianças de cinco a nove anos no Brasil, visando conhecer sua magnitude e distribuição no período de 2006 a 2017, a partir dos dados dos sistemas nacionais de informação de saúde. Foram identificados 58 óbitos de crianças brasileiras decorrentes dessa causa, com a maioria sendo do sexo masculino, de cor da pele branca e com nove anos de idade. O enforcamento foi o meio mais utilizado pelas crianças para se matar. As internações por tentativas de suicídio no período de 2006-2017 somaram 1.994 casos, com predominância entre os meninos em todas as regiões. No que diz respeito às notificações, a maioria se refere a crianças entre oito e nove anos de idade, com cor da pele parda e do sexo feminino, com destaque à autointoxicação. A evidência de que qualquer comportamento suicida na infância está fortemente associado às tentativas ou ao suicídio consumado na adolescência e na vida adulta é uma das principais indicações da necessidade de prevenção desse comportamento na primeira década da vida.

Palavras-chave:
Criança; Comportamento suicida; Tentativa de suicídio; Suicídio

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