Resumo
O presente estudo analisa dados de violência intrafamiliar atendidos nos serviços de emergência segundo as características sociodemográficas das pessoas atendidas, do evento e a evolução do atendimento, da infância à velhice por sexo; e os fatores que diferenciam os eventos de violência intrafamiliar em comparação aos cometidos por não familiares. Foram analisados dados de 24 capitais brasileiras e do Distrito Federal, compreendendo 86 serviços de urgência e emergência e englobando um total de 4.893 indivíduos. Dentre o total de atendimentos, 26,6% sofreram violência intrafamiliar (40,0% crianças/adolescentes, 57,2% adultos e 2,8% idosos). O modelo ajustado, que compara as vítimas de violências cometidas por familiares em relação aos não familiares, mostra que ser do sexo masculino possui menor chance de sofrer violência intrafamiliar, ter menos anos de estudo tem risco aumentado e mulheres têm maior chance de cometerem violência intrafamiliar se comparado com a categoria “ambos os sexos”. O estudo reforça que os profissionais de saúde precisam ser habilitados a lidar com o fenômeno da violência familiar, prestando apoio e suporte, realizando boas práticas e cuidados protocolares, cuidando das lesões e promovendo acesso a outros serviços.
Violência doméstica; Violência intrafamiliar; Inquéritos; Serviços saúde de emergência