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Preferência por morrer em casa e fatores associados de pessoas idosas da cidade de Belo Horizonte, Brasil

Resumo

Examinamos as preferências das pessoas para o local da morte e identificamos os fatores associados com a preferência pela morte em casa. Perguntamos para uma amostra representativa (N = 400) de pessoas idosas (≥ 60 anos) residentes da cidade de Belo Horizonte, sobre suas preferências pelo local da morte numa situação de doença grave, com menos de um ano de vida. Os dados foram analisados utilizando regressão binomial para identificar os fatores associados. Indicaram a casa como o local preferido de morte, 52,2%. Cinco variáveis foram associadas à preferência por morte em casa: aqueles que vivem com 1 criança (odds ratio(OR)0,41; intervalo de confiança (CI)95%:0,18-0,92; ref: nenhuma criança); ter até 4 anos de escolaridade (OR0,42; CI95%:0,20-0,89; ref: ensino superior); ser difícil viver com o rendimento atual (OR3,18; CI95%:1,53-6,62; ref: vive confortavelmente); avaliar a sua saúde geral como razoável (OR2,07; CI95%:1,06-4,03; ref: saúde muito boa) e selecionar “escolher quem toma decisões sobre os cuidados” como a prioridade de cuidado mais importante (OR2,43; CI95%:1,34-4,40; ref: morrer no local que se quer). A maioria dos entrevistados expressaram preferência por morrer em casa. No entanto, a maioria dos residentes de Belo Horizonte morre nos hospitais, sugerindo que as preferências não estão sendo consideradas.

Palavras-chave
Idoso; Cuidados paliativos; Local de morte; Brasil

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