Resumo
O objetivo deste estudo foi analisar o padrão de distribuição espacial de novos casos de hanseníase em menores de 15 anos e seus contatos. Estudo transversal, descritivo, abrangendo características sociodemográficas e análise espacial. Os participantes eram de Sobral, Ceará e o estudo foi realizado entre agosto de 2014 e setembro de 2015. Os contatos foram identificados pelos responsáveis pelas crianças. A soropositividade foi determinada com o antígeno NDO-LID e os casos positivos foram plotados em polígonos de Voronoi. Nove novos casos de hanseníase em menores de 15 anos foram encontrados. O número médio de pessoas que conviviam com os casos foi superior ao número de pessoas que conviviam com contatos não domiciliares. Todos os contatos domiciliares sabiam de outros casos de hanseníase e apresentaram maior taxa de testes soropositivos do que os contatos não domiciliares. Os casos índice residiam nas regiões mais pobres do município e em áreas hiperendêmicas. A análise espacial revelou um agrupamento de infecção subclínica em um raio de 102 metros, sugerindo que a transmissão não domiciliar está relacionada à proximidade com indivíduos soropositivos. Concluindo, a busca por novos casos de hanseníase não pode se restringir aos contatos domiciliares.
Palavras-chave:
Hanseníase; Criança; Mycobacterium Leprae; Epidemiologia