Em décadas recentes, o número de pessoas expostas a eventos traumáticos tem aumentado significativamente, bem como formas de violência como guerras e revoluções políticas, que subjugam populações civis em todo o mundo. Apesar da dispersão dos conflitos armados, guerrilhas e violência política na América Latina e Caribe, atenção insuficiente tem sido dada para avaliar o impacto psicológico a médio e longo prazo e o peso das doenças, mortes, e invalidez provocadas pela violência e guerra contra populações civis. Algumas perguntas centrais são levantadas, a partir de revisão da literatura: qual o impacto na saúde da população, a curto, médio e longo prazo, ao vivenciar violências extremas e continuadas? Como a violência política se relaciona com saúde mental pobre, individual e coletiva? As desordens relacionadas aos traumas são conseqüências universais da violência extrema e continuada? Essas perguntas conduzem-nos a reformular a análise da violência política e de suas conseqüências sobre a saúde mental, e a reexaminar as noções de trauma e a agenda da pesquisa e ação para a região. Ao final, são apresentados alguns princípios básicos que podem ser úteis ao se projetar intervenções psicossociais.
Violência política; Trauma da guerra; TEPT; Saúde mental; América Latina e Caribe