Na atual fase de ocupação antrópica da Amazônia, ou desenvolvimento agroindustrial-florestal, o setor da indústria madeireira, um dos pólos da economia do Estado de Mato Grosso, provoca grande impacto negativo no ambiente e na saúde. No estudo foram analisadas as situações de risco de 1.381 indústrias e avaliados 4.381 trabalhadores dos 21.607 que laboravam durante o ano de 2000. Foi observada a precarização do trabalho em todos os locais, em graus variados, demonstrando-se que, quanto mais as indústrias se afastam das sedes dos municípios, pioram as condições de trabalho/salário/saúde. Os resultados apontaram que 11% dos trabalhadores estavam mutilados, outros 25% apresentavam outras seqüelas de acidentes de trabalho e 28% estavam com deformidades de coluna vertebral, dentre outros agravos diagnosticados. A pesquisa apontou para a máxima exploração da força de trabalho, desresponsabilização patronal com as situações de riscos e ainda a insuficiente organização dos trabalhadores e precária regulação e fiscalização do Estado, acarretando desproteção social dos trabalhadores das indústrias madeireiras nessa região, expressando a violência social estrutural dessa ocupação/destruição da Amazônia.
Análise de risco; Saúde do trabalhador; Indústria da madeira