Resumo
O crescente consumo de bebidas açucaradas como os refrigerantes ou sucos artificiais está associado à prevalência de obesidade no Brasil e no mundo. Este estudo se propõe a conhecer a frequência de consumo destas bebidas entre crianças brasileiras de 24 a 59 meses e investigar associações com variáveis demográficas, socioeconômicas e nutricionais. Utilizando dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher − 2006, o padrão alimentar foi obtido com o questionário de frequência de alimentos e bebidas nos sete dias anteriores à data da entrevista e a antropometria usou medidas de peso e de estatura das crianças. Entre os pré-escolares, 37,3% consumiram refrigerantes e sucos artificiais 4 dias ou mais por semana. Os fatores que apresentaram associação estatisticamente significante com consumo frequente de BA foram residir em regiões de maior desenvolvimento econômico do país, em áreas urbanas, pertencer ao estrato de maior poder aquisitivo, mães que assistiam TV regularmente e excesso de peso da criança, estavam associados ao consumo de refrigerantes e sucos artificiais em 4 ou mais dias por semana. Novos estudos são necessários para a compreensão da real contribuição das bebidas açucaradas na epidemia de obesidade infantil.
Palavras-chave Refrigerantes; Sucos; Bebidas Gasosas; Fatores Socioeconômicos; Obesidade; Pré-Escolar; Inquéritos Epidemiológicos