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Comportamentos de risco para transtornos do comportamento alimentar entre adolescentes do sexo feminino de diferentes estratos sociais do Nordeste do Brasil

Risk behaviors for eating disorders among female adolescents from different social strata in the Brazilian Northeastern

Este estudo procurou estimar a prevalência de transtornos do comportamento alimentar (TCA) e identificar fatores de risco entre adolescentes do sexo feminino em Fortaleza (Ceará, Brasil). Realizou-se um estudo seccional com 652 estudantes secundaristas (14-20 anos) usando-se o Teste de Investigação Bulímica de Edimburgo (BITE). Aplicou-se um modelo de regressão logística. Cerca de um quarto das participantes apresentou padrão alimentar de risco e práticas de controle de peso; em 1,2% encontraram-se indícios de TCA instalado. Medo de engordar foi relatado por 62%, independentemente de estudarem em colégios públicos ou particulares (p>0,05), mas uso de práticas de risco foi superior naquelas procedentes de escolas particulares (p<0,05). Não ter religião (OR: 2.2; 95%CI: 1.1-4.2) e estudar em colégio particular (OR: 1.7; 95%CI: 1.2-2.5) associaram-se com maior risco de apresentar TCA. Os TCA emergem como problema de Saúde Coletiva mesmo em áreas pobres do Brasil, e o desejo pelo corpo magro não se diferenciou entre os diferentes estratos sociais, embora as práticas de risco sejam mais usadas entre as informantes de colégios particulares. Aspectos culturais e subjetivos se apresentam não apenas como fatores de risco, mas também como protetores.

Transtornos alimentares; Anorexia nervosa; Bulimia nervosa; Comportamento alimentar; Epidemiologia nutricional; Imagem corporal


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