Brites et al.1717 Brites LS, Weiller TH, Silveira D, Paula A, Françóis W. "A gente vai aprendendo": o apoio matricial na estratégia de saúde da família em um programa de residência multiprofissional integrada no interior do Rio Grande do Sul, Brasil. Saúde em Debate 2014; 38(101):285-295. (2014) |
Identificar se um programa RMS com ênfase em AB contribuiu para a formação de profissionais para o SUS utilizando o dispositivo metodológico e operacional de AM na ESF. |
RS |
34 profissio-nais da AB municipal e 11 R1. |
Pesquisa documental e entrevista. |
Os residentes mencionaram falta de experiência e formação prévia para a ESF e AM. Contudo, ao longo do processo, sentiram-se instrumentalizados pelo menos em parte para atuação como AM. Dificuldades no processo de trabalho: precariedade da US, falta de discussão e falta de reuniões regulares nas equipes. |
Experimentar os métodos (AM/ER), adequando-os às possibilidades e à realidade local, caracterizou-se como um diferencial para conseguir mudanças nos processos de trabalho no SUS, tornando-se uma rica experiência individual e coletiva para os sujeitos em formação. |
Pinho, Lago1818 Beker KK, Feliciano AB, Machado MLT. Atuação como apoiadores em saúde: reflexões sobre a formação na residência multiprofissional. Tempus, actas de saúde colet 2016; 10(4):151-169. (2018) |
Refletir sobre as possibilidades, limites e desafios do uso da AIPP como dispositivo para a formação interprofissional em um programa de RMS. |
SP |
32 residen-tes de duas turmas (R1 e R2). |
Grupo de discussão em formato de rodas de conversa e pesquisa documental. |
O uso de AIPP possibilitou movimento de encontro potente para as transformações das práticas, assim como a evidência de ruídos na formação em serviço. Proporcionou reflexão sobre as possibilidades de trabalho conjunto, momentos de encontro e temas de aprendizagem comuns na formação interprofissional. |
O uso de dispositivos reflexivos como a AIPP pode explicitar nós críticos que necessitam ser enfrentados por todos os atores envolvidos. Seu uso possibilita reflexão sobre a prática e seu contexto de formação e de trabalho. |
Beker et al.1919 Pinho L, Lago DM. A análise de práticas profissionais como dispositivo para a formação na residência multiprofissional. Interface (Botucatu) 2018; 22:1625-1634. (2016) |
Compreender a interface entre a atuação do residente como apoiador matricial e institucional e o processo de formação vivenciado na RMSFC da Universidade Federal de São Carlos. |
SP |
21 egressos da RMSFC da Univer-sidade Federal de São Carlos. |
Questionário online auto aplicado. |
Ao AM foram atribuídas ações do planejamento à execução do cuidado em saúde, destacando-se como espaço formativo facilitador a Unidade Estruturada e Tutoria de área. Ao AI foram atribuídas ações relacionadas à organização do processo de trabalho e análise de práticas em saúde, porém não houve consenso sobre que aspectos do programa contribuíram para esta atuação. |
O programa de residência favorece a formação de apoiadores matriciais, sendo de grande relevância principalmente à saúde da família. Há interface entre o processo de formação vivenciado na residência e a prática do AM e AI com a ressalva do AM apresentar melhor embasamento. |
Santos Filho et al.2020 Santos Filho EJ, Sampaio J, Braga LAV. Avaliação de um programa de residência multiprofissional em saúde da família e comunidade sob o olhar dos residentes. Tempus, actas de saúde colet 2016; 10(4):129-149. (2016) |
Avaliar o programa de RMSFC (Faculdade de Ciências Médicas/PB) a partir das narrativas dos residentes a ele vinculado. |
PB |
19 R2 da turma pioneira. |
Roda de conversa. |
Cinco categorias emergiram da análise: inserção do residente na rede; rodízios; relação do programa e outras residências; tutoria, preceptoria e suporte pedagógico; campo, núcleo e interdisciplinaridade. |
O programa carece de maturação frente à superação das fragilidades na inserção dos residentes nos serviços e nos processos de tutoria e preceptoria, sendo apontadas potencialidades na integração com outras residências e nos rodízios. |
Nasci-mento, Oliveira2121 Nascimento DDG, Oliveira MAC. Competências profissionais e o processo de formação na Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Saúde Soc 2010; 19(4):814-827. (2010) |
Construir um perfil de competências para orientar a formação profissional na RMSF. |
SP |
15 precep-tores e 8 profissionais da equipe de saúde da família. |
Entrevista individual semiestru-turada. |
Competências sobre os atributos necessários à formação na modalidade RMSF e à atuação na ESF: valores profissionais, comunicação, trabalho em equipe, gerência orientada à comunidade, promoção da saúde, resolução de problemas e atenção à saúde. |
A construção do perfil de competências revelou a potencialidade pedagógica e política da RMSF para transformação das práticas de cuidado em saúde e a necessidade de pensar a formação a partir de uma perspectiva ampliada do processo saúde-doença. |
Arruda et al.2222 Arruda GMMS, Barreto ICHC, Pontes RJS, Loiola FA. Educação interprofissional na pós-graduação em saúde: dimensões pedagógicas interprofissionais em uma Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Tempus, actas de saúde colet 2016;10(4): 187-214 (2016) |
Analisar a proposta pedagógica do Programa de RMSFC da Escola de Saúde Pública do Ceará na perspectiva da EIP. |
CE |
15 residentes, 7 preceptores e 2 coordenadores. |
Entrevistas semiestru-turadas, observação participante e análise documental. |
A RMSFC se organiza como estratégia de EIP por vários aspectos: currículo baseado em competências, educação pelo trabalho, articulação teórico-prática e articulação teórico-conceitual. Capturou-se a potência da metodologia da tenda invertida, do método da roda e do papel do preceptor de campo. Entre os desafios, encontram-se o processo de interiorização da EPS, a sustentabilidade financeira e a dependência do processo formativo quanto à adesão dos atores envolvidos. |
Percebe-se que o programa de RMSFC da Escola de Saúde Pública do Ceará propõe um processo formativo inovador e pautado nos princípios da EIP. Todavia, ainda existem grandes desafios para sua efetivação prática no cotidiano. |
Oliveira et al.2323 Oliveira JFM, Lima LS, Cronemberger IHGM, Silva SLC, Vieira NH. Educação permanente em saúde como estratégia balizadora do processo de formação em saúde: a experiência da Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade da UESPI. Tempus, actas de saúde colet 2016; 10(4):171-186. (2016) |
Analisar as concepções e práticas de EPS que permeiam o processo de ensino-aprendizagem do programa de RMSFC da Universidade Estadual do Piauí. |
PI |
10 residentes. |
Entrevista semiestru-turada. |
Ainda houve concepção da EPS como forma de aperfeiçoamento e agregação de conhecimento técnico. Ela se coloca em prática nos seminários de formação em saúde, roda ampliada, grupos de estudo multiprofissionais e grupos de estudos de categoria. Porém, identificou-se que o processo de formação em saúde ainda conserva as práticas de um modelo verticalizado de ensino-aprendizagem em alguns momentos. |
O programa em estudo mostra-se como uma estratégia fundamental para a superação de um modelo de formação em saúde verticalizado e pouco criativo, ao possibilitar ao residente vivenciar processos de ensino e cuidado propulsores de novos modos de fazer saúde. Observa-se a necessidade de superação de algumas práticas que vão de encontro a essa proposta. |
Arruda et al.2424 Arruda GMMS, Barreto ICHC, Ribeiro KG, Frota AC. O desenvolvimento da colaboração interprofissional em diferentes contextos de residência multiprofissional em Saúde da Família. Interface (Botucatu) 2018; 22(Supl. 1):1309-1323. (2018) |
Analisar a colaboração interprofissional (CIP) de um programa de RMSF por meio da tipologia interprofissional de D’amour e colaboradores em dois municípios do Ceará. |
CE |
15 residen-tes, 7 precetores e 2 coorde-nadores. |
Entrevistas semiestru-turadas e observação participante. |
A CIP acontece de variadas formas, a depender do município de lotação, do ano de residência, da dedicação que os residentes têm ao programa, das relações interpessoais, dos mecanismos de comunicação utilizados, entre outros fatores. |
A análise das dimensões da CIP permite concluir que ela acontece nas realidades da RMSF de Maracanaú e Aracati/CE. Entretanto, em ambos a CIP está em desenvolvimento em algumas dimensões e latente em outras. |
Domin-gos et al.2525 Domingos CM, Nunes EFPA, Carvalho BG. Potencialidades da Residência Multiprofissional em Saúde da Família: o olhar do trabalhador de saúde. Interface (Botucatu) 2015; 19(55):1221-1232. (2015) |
Revelar a percepção dos trabalhadores de saúde sobre as potencialidades da inserção da RMSF nas US da Família. |
PR |
25 trabalhado-res de 5 Unidades de Saúde da Família. |
Entrevista semiestru-turada. |
Processo de trabalho: contribuição para o avanço do trabalho em equipe; aumento da capacidade resolutiva da equipe; fortalecimento das ações de saúde (integralidade e ênfase na família); ampliação do conhecimento sobre o território; ampliação da relação teoria e prática. Formação: desenvolvimento da habilidade do residente em se relacionar com o usuário e vivência do cotidiano na US na perspectiva da ESF. |
A atuação dos residentes nas US da Família foi potente para induzir mudanças no processo de trabalho destas e para a formação de profissionais capacitados para atuar na ESF. Desse modo, a residência contribui para que a ESF se torne um dispositivo de mudança do modelo de assistência à saúde e constitui uma forma de operar o proposto na política de EPS. |
Gomes et al.2626 Gomes ER, Heberle AM, Maximo CE, Manske GS. Psicólogos na Residência Multiprofissional em Atenção Básica: estudo a partir de documentos e sujeitos. Rev Saude e Pesqui 2017; 10(2):271-282. (2017) |
Analisar a formação dos psicólogos na RMS em AB/Saúde da Família da Universidade do Vale do Itajaí a partir do referencial analítico do quadrilátero da formação para a área da saúde. |
SC |
4 R2 de psicologia. |
Entrevista e análise documental. |
Na gestão, participação dos residentes no processo de trabalho e em seu processo formativo. Na atenção à saúde, coexistência do modelo biologicista e atendimento integral. No ensino, falhas na estruturação, transmissão de conteúdos e dificuldade no trabalho multidisciplinar. Controle social compreendido como importante espaço de discussão e proposição de mudanças. |
Os domínios da gestão, do controle social e do ensino/educação para a saúde produzem tensão frente à clássica formação do psicólogo orientada para o domínio assistencial, fundamentalmente psicoterápico e instrumental, essencialmente avaliativo e classificatório. Mesmo o domínio assistencial passa a ser interpelado pela dimensão de uma lógica assistencial orientada para a integralidade. |
Landim et al.2727 Landim SA, Silva GTR, Batista NA. Residência Multiprofissional em Saúde da Família: vivência hospitalar dos enfermeiros. Rev Baiana Enferm 2012; 26(1):375-386. (2012) |
Compreender os significados atribuídos pelas residentes enfermeiras à vivência clínica hospitalar em sua formação no programa de RMSF, com vistas à sua atuação na APS. |
SP |
8 residentes de enferma-gem. |
Entrevista. |
As falas permitiram a construção da categoria temática “aprendizagem significativa”, que se desdobrou nos subtemas: “vivência significativa para sua atuação na APS”, “aprimorando competências em ambiente hospitalar”, “complementando a formação do enfermeiro”, “o exercício do julgamento clínico” e “a atuação na APS”. |
A vivência hospitalar é descrita como importante e significativa para a formação das enfermeiras pela possibilidade de aprimorar a competência clínica, desenvolver novas competências e/ou aprimorar limitações e lacunas da formação na graduação, além de ser relevante parte do programa de residência. |
Costa et al.2828 Costa ML, Silva RF, Lima VV, Ogata MN. Residência multiprofissional em saúde e o mundo do trabalho do fisioterapeuta. Tempus, actas de saúde colet 2016; 10(4):101-110. (2016) |
Analisar as experiências de fisioterapeutas egressos de um programa de RMSFC, visando verificar as repercussões desta residência na prática profissional. |
SP |
9 fisiotera-peutas egressos das 3 primeiras turmas. |
Técnica da história oral. |
Surgiram três temas: “De diferentes pontos de partida”, aponta para a baixa experiência prévia na APS. A RMSFC possibilitou recriação e invenção. “Um lugar no qual se constrói uma identidade” apresenta o papel da residência na promoção de mudanças de papéis e perspectivas em relação à aprendizagem, e no modelo de atenção à saúde. “O mundo do trabalho: novos desafios e perspectivas” reportou avanços e dilemas vivenciados no trabalho. |
A RMSFC teve um importante papel na formação profissional dos fisioterapeutas, principalmente na consolidação de princípios voltados à humanização e integralidade do cuidado em saúde. Essa modalidade de formação em serviço mostrou-se como potente dispositivo capaz de produzir mudanças na formação desses profissionais. |
Landim et al.2929 Landim SA, Batista NA, Silva GT. Vivência clínica hospitalar: significados para enfermeiros residentes em Saúde da Família. Rev Bras Enferm 2010; 63(6):913-920. (2010) |
Compreender os significados atribuídos pelas residentes enfermeiras à vivência clínica hospitalar em sua formação no programa de RMSF, com vistas à sua atuação na APS. |
SP |
8 residentes de enferma-gem |
Entrevista. |
A partir da categoria “aproximando a vivência hospitalar e a APS”, emergiram os subtemas “articulando o modelo assistencial-hospitalar com a APS, “articulação ensino/serviço”, “o preceptor como articulador de saberes”, “interação e o diálogo entre os pares no ambiente hospitalar” e “possibilidade de interação com a família”. |
Dos significados atribuídos à vivência hospitalar emerge a necessidade e a relevância da vivência clínica hospitalar como parte integrante do currículo da RMSF para os enfermeiros, assim como a reflexão sobre aspectos essenciais a serem abordados no hospital com foco na APS. |