O objetivo deste estudo é refletir sobre os cuidados às pessoas com doenças em fase terminal na atenção primária à saúde (APS). Esta pesquisa torna-se relevante no contexto atual de transição demográfica e epidemiológica, na qual há um crescente envelhecimento populacional e um aumento da prevalência de doenças crônico-degenerativas. Por meio de pesquisa qualitativa sob o enfoque hermenêutico-crítico, foram realizadas entrevistas individuais com sete familiares, três profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) e dois profissionais do Programa de Assistência Domiciliar. A análise ressaltou duas categorias empíricas: cuidados no final da vida na percepção dos familiares; e na dos profissionais de saúde. Os resultados evidenciaram que, apesar do discurso de humanização, refletida na prerrogativa de viver os últimos momentos de vida com a família, esconde-se um grave problema de descontinuidade dos cuidados. Concluiu-se que, apesar dos esforços, pouco se logra de melhoria na qualidade de vida de quem morre por uma doença em fase terminal no domicílio, sob os cuidados do Sistema Único de Saúde (SUS) em municípios distantes dos grandes centros.
Cuidados paliativos; Atenção Primária à Saúde; Assistência domiciliar