Práxis da APS |
“É acompanhar de perto esse paciente, desde a prevenção das doenças, e no caso desses que já têm alguma doença crônica (...). Seja a função do médico, seja em conjunto à enfermeira, assistentes de saúde, agentes comunitários, pra tá tendo uma visão global desse paciente, caso haja uma necessidade encaminhar” (M3/AE). “...Eu não tô a par do funcionamento da atenção básica (...), tô falando é o que acontece comigo aqui. A dificuldade que tem o paciente de chegar até aqui. De que no meu modo de ver não havia necessidade de tanta burocracia para ele chegar até o oftalmologista” (M5/AE). “...A atenção básica é a primeira porta de entrada pra enxergar este paciente, (...) ela não só tem esse papel de ficar esperando que o usuário adoeça e venha procurar o serviço, uma vez que é o local mais importante em se fazer prevenção e promoção à saúde...” (AP2/APS). “A atenção básica é a ordenadora do cuidado, (...) deve ser a porta de entrada pros serviços de saúde, principalmente das doenças crônicas (...). Ela é a ordenadora do serviço, inicia o cuidado, mas nunca deve soltar esse paciente” (AP3/APS). “A gente tem essa dificuldade de observar pacientes tão de perto, porque são muitos (...) procura manter uma periodicidade, mas nunca é tão próximo quanto se gostaria” (M7/APS). “...Não sei se é por causa de mudanças de profissionais, (...) não tenho tido boas respostas em relação aos pacientes. Uma série de causas, mudança profissional, questão de vagas, de consultas, aí acho que a atenção básica mudou muito sua característica...” (M2/AE). |
Práxis da AE |
“Diagnosticar, tratar, encaminhar pra atenção básica, quando a patologia é fácil de tratar, orientando nos cuidados que esse paciente tem que ter e tratar as exacerbações (...) e oriento sempre o paciente que qualquer intercorrência procure marcar” (M2/AE). “...Acho que todo mundo exerce direitinho, quando chega lá né? [na AE] (...) o paciente vem, começa a usar a medicação que foi prescrita lá, as orientações que foram feitas e (...) a grande maioria já vem controladinha, quando volta pra mim...” (M1/APS). |
Aspectos comunicacionais entre profissionais que facilitam a coordenação assistencial |
“A facilidade dessa coordenação do cuidado se dá pela vontade de cuidar do paciente, pela responsabilização pelo território, pela conduta” (AP3/APS). “Acho que o que tem muitas vezes é a boa vontade dos profissionais (...), isso é o facilitador. É o profissional abrir mão da marcação, pedir que o paciente venha antes, é o coordenador da policlínica que facilita a chegada do paciente, é o gerente que tá lá no nível mais acima, (...) ter sensibilidade pra abrir algumas exceções...” (M1/AE). “A regulação facilita, em parte. Porque antigamente o paciente teria que se dirigir à secretaria de saúde pra marcar consulta com o especialista. Hoje é marcado aqui mesmo no posto de saúde, através de um sistema de computador e de telefone também” (M5/APS). “O fortalecimento da atenção primária, (...) realmente como ordenadora dos serviços. (...) tem avançado bastante nessa proposta, a própria implantação do apoio institucional. É você ter a gestão mais próxima das equipes e em relação à interação com a atenção especializada, estamos trabalhando também de ter o apoio institucional na especializada” (AP2/APS). |
Aspectos comunicacionais entre profissionais que dificultam a coordenação assistencial |
“Sinceramente, como funciona (...) devo tá fora do sistema, porque não vejo a maneira como tá funcionando como sendo a correta, acho uma desumanização da medicina” (M5/AE). “Eu acho que o SUS, na sua essência, seria perfeito, agora (...) existem gestões e gestões. (...) a atenção básica ainda não era prioridade de governo, é o meu ponto de vista, a prioridade foi a atenção especializada, prejudicou muito o andamento da atenção básica” (AP1/APS). “A dificuldade é exatamente esse contato com o especialista, que não tenho aqui. O acesso a eles é difícil! Houve casos de eu ir pessoalmente numa policlínica onde tinha o cardiologista pra conversar sobre um paciente, e fui muito mal recebido pelo colega” (M5/APS). “...Uma vez foram instituídas algumas fichas de referência e contrarreferência e não teve muita adesão pelos médicos da atenção especializada. Os especialistas, não são todos, mas infelizmente eles mal conseguem escrever no prontuário, quanto mais escrever num papel de contrarreferência” (AP3/APS). “...Primeiro o tempo de espera pra uma consulta, depois a burocratização pra solicitação dos exames, falta de informatização, restrição das medicações que a farmácia dispõe. Uma coisa que também atrapalha um pouco é a burocracia na farmácia do estado” (M3/APS). “...Demanda que é muito grande, o profissional não consegue dar conta de todo mundo” (M2/APS). “Acho que poderia melhorar a comunicação entre a gente (...). Se houvesse essa comunicação sobre os pacientes. Eu sei a questão é tempo, que é difícil pra todo mundo, mas pelo menos o colega lá orientar ‘olha, mostra a receita pra médica que tá na atenção básica (...) do que foi feito. Vou pedir exames, você mostra pra mim, mas mostra pra ela também lá’...” (M1/APS). “Eu acho que falta escutar mais o que a gente fala. Eles [gestão] precisam aprender a ouvir o que a gente tem pra dizer. A gente que tá na ponta. Nós, agentes de saúde, o pessoal do PACS, onde não tem PSF. Eu acho que falta o pessoal da gestão e o pessoal da regulação, não é ouvir, é escutar a gente. Assimilar um pouco a realidade da gente” (M3/APS). |