Os estudos soroepidemiológicos permitem conhecer a distribuição indireta das doenças, detectando marcadores séricos de imunidade e demonstrando infecções não diagnosticadas na população geral. O objetivo foi estimar a soroprevalência de anticorpos contra o SARS-CoV-2, em Córdoba, Argentina, entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, e identificar fatores associados à contagiosidade do vírus. Um estudo observacional transversal foi realizado, de base populacional, com 3.225 indivíduos maiores de 2 anos, residentes em Córdoba Capital, que foram selecionados por meio de um delineamento de amostragem aleatória em múltiplos estágios, proporcional à distribuição de gênero, a faixa etária e o nível socioeconômico da população de Córdoba. As características clínicas, antropometria e comorbidades foram coletadas por meio de entrevistas. Um teste sorológico qualitativo foi realizado para a detecção de anticorpos IgG anti-nucleocapsídeo para SARS-CoV-2 (ARCHITECT, Abbott). A soroprevalência do SARS-CoV-2 foi estimada na população e por faixa etária, sexo, nível socioeconômico e presença das patologias estudadas. Razões de prevalência (RP) foram estimadas usando um modelo de regressão log-binomial. A soropositividade para SARS-CoV-2 foi de 16,68% (IC95%: 15,41-18,01). Ter entre 2 e 18 años, residir em bairros com nível socioeconômico baixo e a presença de obesidade aumentaram a chance de soropositividade (RP = 1,50; IC95%: 1,10-2,04, RP = 1,91; IC95%: 1,34-2,67 e RP = 1,39; IC95%: 1,04-1,85). Os resultados indicam que em Córdoba Capital existem atributos diferenciais que aumentam a possibilidade de ser soropositivo para SARS-CoV-2. Isso permite direcionar estratégias de vigilância epidemiológica para reduzir a propagação do vírus.
Palavras-chave:
Infecções por Coronavirus; Anticorpos; Estudos Transversais