Cad Saude Publica
csp
Cadernos de Saúde Pública
Cad. Saúde Pública
0102-311X
1678-4464
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz
Abstract
This study aimed to analyze differences between patients with diabetes and hypertension in drug treatment and their sources for obtaining medication. This was a cross-sectional study with data from the VIGITEL telephone survey in 2011 in Brazil’s state capitals and Federal District. Some 72% of the 15,027 hypertensive patients and 78.2% of the 4,083 diabetics were on medication; 45.8% of the hypertensive patients obtained their medications from public health units, 15.9% from the Popular Pharmacy program, and 38.3% from drugstores, pharmacies, and other sources. The rates among diabetics were 54.4%, 16.2%, and 29.4%, respectively. In the public health units the percentages were highest among individuals with less schooling, black or brown skin, and without private health plans, while the percentages in the Popular Pharmacy program and drugstores/pharmacies and other sources were higher among individuals with more schooling, white skin, and private health plans. Access to different sources of medicines showed disparities between Brazil’s regions and state capitals and between social segments of the population.
Introdução
Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), consideradas como um dos mais desafiadores problemas da saúde pública global, foram responsáveis por 63% dos 36 milhões de mortes ocorridas no mundo em 2008 1. Segundo Goulart2, duas em cada três mortes ao ano, em todo o mundo, podem ser atribuídas às DCNT, sendo que quatro quintos destes óbitos (80%) ocorrem em países de baixa e média rendas, e um terço atinge pessoas em idade produtiva, com menos de 60 anos. No Brasil, as DCNT são também a principal causa de mortalidade e afetam de forma mais intensa indivíduos pertencentes a grupos vulneráveis, com baixa escolaridade e menor renda 3,4.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2008) revelaram crescimento de 37% na prevalência do diabetes e de 15% na de hipertensão no país, no período de 2003 a 2008 4, aumento que impulsiona o consumo de medicamentos anti-hipertensivos e antidiabéticos. O tratamento medicamentoso, quando adequadamente conduzido, possibilita o controle das DCNT, redução da morbimortalidade e melhoria da qualidade de vida dos usuários portadores dessas condições 5.
O Estado brasileiro estabeleceu o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, para o período 2011-2022, que contém definições e priorizações de ações e investimentos para detecção e controle dessas doenças e de seus fatores de risco 6.
Diferentes estratégias têm sido implementadas pelo Estado brasileiro buscando viabilizar as diretrizes das políticas farmacêuticas no país 7,8 como: ampliação do financiamento público para maior disponibilidade de medicamentos nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) 9, promulgação de instrumentos regulatórios relativos ao acesso aos medicamentos, estruturação da assistência farmacêutica e desenvolvimento de um programa nacional para qualificar a assistência farmacêutica no SUS 9, entre outras medidas.
Dentre essas iniciativas foi criado o Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB) em 2004 10, visando a ampliar ações de universalização do acesso da população aos medicamentos, por meio de atendimento oferecido a pessoas usuárias ou não de serviços públicos de saúde. Desde a sua institucionalização, o programa incorporou modificações sucessivas 11. Em 2011, passou a garantir a gratuidade de medicamentos para o tratamento da hipertensão, diabetes e asma em todas as farmácias do país credenciadas ao programa e nas suas unidades próprias, como parte de um programa conhecido como Saúde Não tem Preço.
Nesse contexto, reconhece-se que o acesso aos medicamentos envolve uma complexa rede de atores públicos e privados, no contexto econômico, político e social dos países nos quais são formulados modelos e sistemas de saúde para efetivar tal acesso, envolvendo várias combinações de provisão de serviços e financiamentos estatal e privado 12,13. Dentre as dimensões específicas do acesso – disponibilidade física do produto, acessibilidade, acessibilidade geográfica, aceitabilidade ou satisfação 13 – a disponibilidade física do produto é básica e precisa compatibilizar tipo/quantidade de produtos e serviços existentes com tipo/quantidade de produtos e serviços necessários. No presente estudo, foi selecionado para análise um aspecto da disponibilidade física, relativo às fontes de obtenção dos medicamentos para tratamento da hipertensão e diabetes, nas capitais brasileiras e no Distrito Federal.
Os indicadores de acesso aos medicamentos para o tratamento de DCNT consideradas prioritárias permitem aferir em que medida os serviços públicos e privados de saúde, de diferentes países, estão sendo capazes de prover assistência farmacêutica aos pacientes com estas doen- ças 14. Por essa razão, em 2011, questões relacionadas ao uso dos medicamentos para hipertensão e diabetes, e às fontes de obtenção destes medicamentos, foram incluídas no inquérito do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL).
O objetivo do presente trabalho consistiu em analisar as diferenças sociodemográficas e regionais quanto ao acesso e fontes de obtenção de medicamentos, por indivíduos hipertensos e diabéticos com 20 anos ou mais de idade, residentes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, que são as áreas cobertas pelo inquérito VIGITEL.
Método
Trata-se de estudo transversal de base populacional que utilizou dados referentes à população de 20 anos ou mais, coletados em 2011, pelo VIGITEL, que é realizado anualmente nas capitais brasileiras e no Distrito Federal. O sistema VIGITEL estabelece um tamanho amostral mínimo de 2 mil indivíduos, com 18 ou mais anos de idade, em cada cidade. A seleção amostral é realizada em dois estágios: (1) sorteio de 5 mil linhas telefônicas em cada cidade, seguido por novo sorteio para organização de 25 réplicas de 200 linhas; (2) sorteio de um morador adulto do domicílio com idade ≥ 18 anos para responder à entrevista. Detalhes metodológicos do inquérito telefônico podem ser encontrados em publicações anteriores 14.
As entrevistas telefônicas foram realizadas entre os meses de janeiro e dezembro de 2011. As perguntas abordaram características demográficas e socioeconômicas, informações sobre hábito alimentar e atividade física, peso e altura, frequência do consumo de cigarros e de bebidas alcoólicas, autoavaliação do estado de saúde, referência a diagnóstico médico anterior de algumas doenças e uso e fonte de obtenção de medicamentos para diabetes e hipertensão, dentre outros tópicos.
As variáveis analisadas neste trabalho foram: o relato de diabetes ou de hipertensão diagnosticada por algum médico o uso de medicamentos (para os que apresentavam estas doenças) e a fonte para obtê-los. Esses dados foram obtidos com base nas seguintes perguntas: “Algum médico já lhe disse que o(a) sr(a) tem pressão alta?”, “Algum médico já lhe disse que o(a) sr(a) tem diabetes?”, ambas categorizadas em “sim”, “não” e “não lembra” e “Onde o(a) sr(a) consegue a medicação para controlar a pressão alta? ou “...para o diabetes?”, tendo por alternativas de resposta: unidade de saúde do SUS (US); PFPB; outro lugar; não sabe e não quis responder.
A categoria “outro lugar” resultou da junção das seguintes fontes de obtenção de medicamentos: drogarias e/ou farmácias não vinculadas ao PFPB e outras fontes de obtenção, tais como amostra gratuita recebida em consultórios médicos.
A prevalência de hipertensão e diabetes, os percentuais dos doentes em tratamento medicamentoso, bem como as fontes de obtenção dos medicamentos (de indivíduos hipertensos e diabéticos em tratamento) foram analisados segundo variáveis demográficas, socioeconômicas e local de residência:
Demográficas: sexo (feminino e masculino); faixas etárias (20-29, 30-39, 40-49, 50-59, 60-69, 70 ou mais anos); situação conjugal (casado/unido, solteiro, separado/divorciado e viúvo) e cor da pele (branca, preta, amarela, parda, indígena).
Socioeconômicas: escolaridade em anos de estudos (0-8, 9-11, 12 ou mais) e filiação ou não a plano médico de saúde.
Local de residência: capitais brasileiras e Distrito Federal.
Foram estimadas as prevalências de hipertensão e diabetes, os percentuais dos indivíduos em tratamento e as prevalências das diferentes fontes de obtenção de medicamentos, segundo as variáveis sociodemográficas, na população adulta (20 anos e mais). As razões de prevalência e respectivos intervalos de 95% de confiança (IC95%), para cada fonte considerada, foram estimados utilizando-se regressão de Poisson 15. Também foram estimadas as frequências relativas percentuais, pontuais e por IC95%, das fontes de obtenção dos medicamentos para as capitais e Distrito Federal. As análises foram realizadas com o uso do programa Stata 11 (StataCorp LP, College Station, Estados Unidos), o que permite considerar as ponderações relacionadas ao delineamento amostral complexo.
O projeto do sistema VIGITEL foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa para Seres Humanos do Ministério da Saúde (CONEP no 749/2006 – registro 13081; Atualização do Parecer no 355.590/2013). A assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, nesta pesquisa, foi substituída pelo consentimento verbal do entrevistado no momento da ligação telefônica que foi realizada por uma central e teve todas as entrevistas gravadas objetivando o controle de qualidade dos dados.
Resultados
Entre os 52.036 indivíduos pesquisados, 15.027 referiram hipertensão (24,3%; IC95%: 24,3-25,2) e 4.083 mencionaram ter diabetes mellitus (6%; IC95%: 5,6-6,5). Faziam uso de medicamento 11.955 (71,8%) dos hipertensos e 3.233 (78,2%) dos diabéticos.
A Tabela 1 apresenta a prevalência de hipertensos e diabéticos e o percentual de indivíduos em tratamento medicamentoso segundo características sociodemográficas. Verifica-se maior prevalência de hipertensão arterial entre mulheres, viúvos e pessoas com menor escolaridade. Entre os diabéticos, observa-se também maior prevalência da doença nos viúvos, naqueles que referiram até 8 anos de estudos e, no limiar da significância estatística, entre os que possuíam plano de saúde. Para ambas as doenças, as prevalências apresentaram tendências ao aumento com o avanço da idade. Após ajuste por idade e sexo, a categoria “viúvos” perdeu a significância para ambas as doenças (dados não apresentados em tabela).
Tabela 1
Prevalência de hipertensos e diabéticos e percentual em tratamento medicamentoso, segundo características sociodemográficas. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL).
Variável
Prevalência de hipertensos * (n = 15.027)
Percentual de hipertensos em tratamento (n = 11.955)
RP ajustada (IC95%)
Prevalência de diabéticos * (n = 4.083)
Percentual de diabéticos em tratamento (n = 3.233)
RP ajustada (IC95%)
%
% (IC95%)
%
% (IC95%)
Sexo
< 0,001
< 0,001
0,124
0,846
Masculino
21,2
64,2 (60,8-67,4)
1,00
5,7
78,6 (72,0-83,9)
1,00
Feminino
27,1
76,9 (74,0-80,0)
1,14 (1,08-1,20)
6,4
77,9 (74,4-81,0)
0,98 (0,91-1,06)
Idade (anos)
< 0,001
< 0,001
< 0,001
< 0,001
20-29
7,8
18,1 (11,3-27,8)
1,00
0,8
15,0 (5,4-35,3)
1,00
30-39
14,1
47,0 (41,6-52,6)
2,57 (1,61-4,11)
1,6
61,6 (49,3-72,6)
4,1 (1,56-11,02)
40-49
25,7
66,7 (62,8-70,4)
3,67 (2,32-5,78)
5,5
77,7 (70,6-83,5)
5,2 (1,99-13,66)
50-59
41,5
83,5 (81,0-85,7)
4,57 (2,90-7,19)
11,7
80,5 (76,1-84,3)
5,4 (2,06-14,09)
60-69
57,1
90,9 (88,3-93,0)
4,95 (3,14-7,80)
18,8
85,1 (81,0-88,4)
5,7 (2,19-14,94)
70 ou mais
60,3
95,6 (94,3-96,6)
5,17 (3,28-8,15)
22,0
84,6 (79,3-88,7)
5,7 (2,17-14,83)
Cor
0,185
0,006
0,381
0,489
Branca
25,2
75,1 (71,9-78,1)
1,00
6,3
73,2 (63,3-81,2)
1,00
Preta/Parda
23,5
69,4 (66,1-72,4)
0,99 (0,94-1,04)
5,9
78,7 (74,0-82,7)
1,04 (0,96-1,13)
Amarela
23,5
72,6 (62,2-81,1)
0,92 (0,81-1,04)
6,3
83,4 (78,5-87,3)
1,08 (0,93-1,25)
Indígena
21,3
58,8 (44,6-71,7)
0,89 (0,71-1,11)
4,1
75,6 (67,1-82,5)
0,84 (0,54-1,29)
Situação conjugal
< 0,001
< 0,001
< 0,001
0,196
Solteiro
14,7
52,1 (46,3-57,9)
1,00
2,7
73,2 (63,3-81,2)
1,00
Casado/Unido
27,5
74,2 (71,9-76,3)
1,18 (1,08-1,28)
7,1
78,7 (74,0-82,7)
0,99 (0,88-1,13)
Viúvo
56,3
92,1 (89,2-94,2)
1,01 (0,93-1,09)
17,2
83,4 (78,5-87,3)
0,93 (0,81-1,06)
Separado/Divorciado
31,7
83,8 (79,7-87,1)
1,22 (1,11-1,33)
9,0
75,6 (67,1-82,5)
0,96 (0,83-1,11)
Escolaridade (anos)
< 0,001
< 0,001
< 0,001
0,039
0-8
30,0
73,8 (70,6-76,7)
1,00
8,0
78,6 (74,2-82,5)
1,00
9-11
17,4
63,3 (60,2-66,2)
1,01 (0,95-1,08)
3,7
72,6 (66,8-77,8)
0,99 (0,89-1,09)
12 ou mais
17,9
75,2 (71,8-78,3)
1,14 (1,08-1,21)
3,8
84,0 (78,2-88,4)
1,10 (1,01-1,21)
Plano de saúde
0,603
< 0,001
0,051
< 0,001
Possui
24,0
78,0 (75,7-80,2)
1,00
6,5
83,5 (80,2-86,4)
1,00
Não possui
24,5
67,4 (64,1-70,5)
0,95 (0,92-0,99)
5,7
73,7 (68,3-78,4)
0,93 (0,87-0,99)
IC95%: intervalo de 95% de confiança; RP ajustada: razão de prevalência ajustada por sexo e idade. * Prevalências calculadas sob ponderações devidas ao desenho amostral.
A análise das razões de prevalência ajustadas por idade e sexo permitiu verificar que as menores prevalências de hipertensos em tratamento medicamentoso ocorreram entre os homens, nos indivíduos entre 20-29 anos, nos solteiros e viúvos, nos com menos de 12 anos de escolaridade e entre os que não possuíam plano de saúde. Entre diabéticos, verificaram-se menores prevalências de tratamento nos indivíduos mais jovens e naqueles com escolaridade inferior a 12 anos e nos que não possuíam plano de saúde.
A Tabela 2 apresenta a prevalência e razão de prevalência das diferentes fontes de obtenção de medicamentos dos pacientes hipertensos, segundo características sociodemográficas. Após ajuste por sexo e idade, as razões de prevalência apontam que as maiores prevalências de obtenção nas US foram observadas nas mulheres, nos indivíduos com idade inferior a 70 anos, nos que referiram cor de pele preta ou parda, naqueles com escolaridade até 8 anos de estudos e nos que não possuíam plano privado de saúde. Esses foram os segmentos da população que apresentaram as menores prevalências de obtenção de medicamentos para hipertensão nas drogarias e farmácias não vinculadas ao PFPB e em outras fontes.
Tabela 2
Prevalência e razão de prevalência de fontes de obtenção de medicamentos, por indivíduos hipertensos, segundo características sociodemográficas. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL)
Variável
US
PFPB
Drogarias e/ou farmácias e outros *
n
%
RP ajustada (IC95%)
n
%
RP ajustada (IC95%)
n
%
RP ajustada (IC95%)
Sexo
Masculino
1.154
42,5
1,00
616
15,8
1,00
2.055
41,7
1,00
Feminino
2.946
47,7
1,13 (1,03-1,24)
1.285
15,9
1,00 (0,84-1,20)
3.876
36,4
0,86 (0,79-0,95)
Total
4.100
45,8
1.901
15,9
5.931
38,3
Idade (anos)
20-39
238
51,9
1,48 (1,23-1,77)
125
15,8
0,89 (0,64-1,24)
338
32,2
0,68 (0,55-0,85)
40-49
591
46,8
1,34 (1,16-1,55)
281
15,8
0,89 (0,68-1,15)
834
37,4
0,79 (0,68-0,91)
50-59
1.165
47,4
1,36 (1,19-1,54)
470
15,6
0,88 (0,70-1,10)
1.563
37,0
0,78 (0,69-0,88)
60-69
1.217
49,3
1,40 (1,24-1,59)
543
14,5
0,81 (0,65-1,01)
1.625
36,2
0,77 (0,68-0,86)
70 ou mais
889
35,2
1,00
482
17,8
1,00
1.571
47,0
1,00
Cor
Branca
1.529
39,9
1,00
929
18,0
1,00
2.902
42,1
1,00
Preta/Parda
2.286
50,9
1,26 (1,14-1,38)
845
13,6
0,76 (0,64-0,90)
2.773
35,5
0,86 (0,78-0,94)
Amarela
98
43,5
1,08 (0,79-1,48)
49
15,3
0,84 (0,48-1,47)
114
41,2
0,99 (0,71-1,38)
Indígena
69
52,8
1,29 (0,88-1,88)
25
26,7
1,50 (0,79-2,85)
60
20,5
0,50 (0,23-1,09)
Situação conjugal
Solteiro
663
48,2
1,00
296
15,8
1,00
881
35,9
1,00
Casado/Unido
2.142
45,9
1,02 (0,91-1,16)
1.039
15,4
0,95 (0,74-1,24)
3.229
38,6
0,99 (0,86-1,14)
Viúvo
813
42,6
1,00 (0,86-1,18)
350
18,2
1,10 (0,81-1,51)
1.177
39,2
0,95 (0,80-1,13)
Separado/Divorciado
464
47,1
1,04 (0,88-1,22)
209
14,8
0,92 (0,65-1,30)
611
38
0,99 (0,82-1,20)
Escolaridade (anos)
0-8
2.820
55,2
1,00
824
14,5
1,00
2.103
30,4
1,00
9-11
992
33,8
0,56 (0,50-0,63)
594
19,1
1,37 (1,14-1,66)
1.905
47,1
1,70 (1,52-1,88)
12 ou mais
288
14,5
0,25 (0,19-0,31)
483
18,8
1,35 (1,08-1,69)
1.923
66,7
2,34 (2,11-2,60)
Plano de saúde
Possui
1.060
20,8
1,00
1.271
23,3
1,00
4.306
55,9
1,00
Não possui
3.036
66,4
3,16 (2,80-3,57)
629
9,8
0,42 (0,35-0,50)
1.614
23,9
0,43 (0,39-0,48)
IC95%: intervalo de 95% de confiança; PFPB: Programa Farmácia Popular do Brasil; RP ajustada: razão de prevalência ajustada por sexo e idade; US: unidade de saúde do SUS. * Drogarias e farmácias não credenciadas ao PFPB.
No PFPB, menores prevalências de obtenção foram observadas entre pretos/pardos e naqueles que não possuíam plano de saúde, e maior nos indivíduos com 9 ou mais anos de estudos.
A Tabela 3 apresenta a prevalência e razão de prevalência das diferentes fontes de obtenção de medicamentos pelos diabéticos, segundo características sociodemográficas. A obtenção nas US, após ajuste por idade e sexo, apresentou prevalências significativamente maiores nas idades inferiores a 70 anos, nos indivíduos de cor da pele preta ou parda e nos que referiram não possuir plano de saúde. Entre os viúvos e naqueles com 9 ou mais anos de estudos, as prevalências foram menores.
Tabela 3
Prevalência e razão de prevalência de fontes de obtenção de medicamentos, por indivíduos diabéticos, segundo características sociodemográficas. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL)
Variável
US
PFPB
Drogarias e/ou farmácias e outros *
n
%
RP ajustada (IC95%)
n
%
RP ajustada (IC95%)
n
%
RP ajustada (IC95%)
Sexo
Masculino
466
51,5
1,00
191
15,8
1,00
509
32,7
1,00
Feminino
997
56,6
1,10 (0,96-1,26)
352
16,5
1,04 (0,75-1,44)
706
26,9
0,82 (0,67-1,01)
Total
1.663
54,4
Idade (anos)
20-39
57
59,8
1,48 (1,11-1,98)
22
8,9
0,50 (0,25-0,98)
50
31,3
0,75 (0,48-1,16)
40-49
186
66,6
1,65 (1,31-2,07)
75
16,2
0,91 (0,53-1,57)
109
17,3
0,41 (0,27-0,63)
50-59
395
58,4
1,45 (1,17-1,81)
132
16,0
0,90 (0,59-1,36)
280
25,6
0,61 (0,45-0,81)
60-69
492
53,1
1,31(1,05-1,62)
174
16,8
0,94 (0,62-1,44)
388
30,1
0,73 (0,57-0,93)
70 ou mais
333
40,3
1,00
140
17,8
1,00
388
41,9
1,00
Cor
Branca
530
43,3
1,00
267
221
1,00
605
34,6
1,00
Preta/Parda
817
62,5
1,40 (1,21-1,62)
239
11,8
0,54 (0,39-0,75)
559
25,7
0,78 (0,63-0,96)
Amarela
39
54,2
1,26 (0,89-1,80)
15
11,1
0,50 (0,24-1,02)
27
34,7
0,97 (0,59-1,61)
Indígena
28
64,4
1,41 (0,89-2,23)
5
19,1
0,87 (0,19-4,05)
10
16,5
0,54 (0,20-1,45)
Situação conjugal
Solteiro
226
61,8
1,00
82
15,2
1,00
158
23,0
1,00
Casado/Unido
763
56,6
1,03 (0,86-1,23)
290
14,8
0,94(0,56-1,58)
681
28,6
1,00 (0,69-1,45)
Viúvo
316
40,4
0,78 (0,61-0,98)
113
23,5
1,55 (0,89-2,71)
253
36,2
1,14 (0,77-1,69)
Separado/Divorciado
155
49,2
0,85 (0,65-1,11)
56
14,7
0,96 (0,48-1,88)
118
36,1
1,41 (0,91-2,18)
Escolaridade (anos)
0-8
990
62,1
1,00
226
13,7
1,00
472
24,3
1,00
9-11
350
45,7
0,65 (0,56-0,76)
180
18,7
1,46 (1,01-2,11)
363
35,6
1,71 (1,36-2,15)
12 ou mais
123
19,7
0,29 (0,20-0,42)
137
28,2
2,23 (1,53-3,26)
380
52,1
2,34 (2,86-2,95)
Plano de saúde
Possui
488
32,4
1,00
365
20,9
1,00
923
46,7
1,00
Não possui
974
75,1
2,24 (1,88-2,66)
176
11,7
0,56 (0,40-0,79)
290
13,2
0,30 (0,24-0,38)
IC95%: intervalo de 95% de confiança; PFPB: Programa Farmácia Popular do Brasil; RP ajustada: razão de prevalência ajustada por sexo e idade; US: unidade de saúde do SUS. * Drogarias e farmácias não credenciadas ao PFPB.
A obtenção de medicamentos para diabetes no PFPB, após ajuste, apresentou prevalências significativamente maiores entre aqueles que possuem 9 ou mais anos de estudos. Nos indivíduos com 20 a 39 anos, nos respondentes de cor preta/parda, e entre os que não possuíam plano de saúde, as prevalências foram menores.
Em relação aos indivíduos que referiram obter medicamentos para diabetes em drogarias e/ou farmácias e outras fontes, após o ajuste por idade e sexo, observaram-se maiores prevalências entre os mais escolarizados e menores prevalências nos entrevistados de cor preta/parda, naqueles com idades entre 40 e 69 anos e entre os que não possuíam plano de saúde.
Quanto às fontes de obtenção de medicamentos, 45,8% dos hipertensos os conseguiram nas US; 15,9% no PFPB; e 38,3% em drogarias e farmácias não credenciadas ao programa e outras fontes (drogarias e/ou farmácias e outros). Entre os diabéticos, esses percentuais foram de 54,4%, 16,2% e 29,4%, respectivamente (dados apresentados nasTabelas 2 e 3).
No tocante ao conjunto das capitais brasileiras (Tabela 4), menores percentuais de obtenção dos medicamentos para hipertensão, nas US, foram observados nas cidades de Natal, Rio Grande do Norte (16,2%), São Luís, Maranhão (16,2%) e Belém, Pará (26,8%), e os maiores em São Paulo (59,7%), Vitória, Espírito Santo (56,1%) e Rio Branco, Acre (54,5%). Em relação à obtenção do medicamento para hipertensão por meio do PFPB, os menores percentuais ocorreram em Curitiba, Paraná (7,9%), Cuiabá, Mato Grosso (9%) e Rio Branco (9,8), sendo que os maiores percentuais foram registrados em Natal (25,1%), Belém (25%) e Rio de Janeiro (24,9%).
Tabela 4
Distribuição percentual de adultos (20 anos ou mais) que referiram conseguir medicamento para controle da hipertensão arterial e diabetes, segundo formas de obtenção nas regiões e capitais brasileiras. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL).
Regiões/Capitais
Hipertensão
Total
US
PFPB
Drogarias e farmácias e outros *
n
%
IC95%
%
IC95%
%
IC95%
Centro-oeste
1.853
44,9
41,20-48,60
12,1
10,10-4,60
42,6
39,10-46,10
Campo Grande
497
52,1
45,70-58,50
14,1
7,40-20,70
33,8
28,40-39,20
Cuiabá
439
48,4
40,70-56,00
9,0
5,40-12,50
42,7
35,50-49,70
Goiânia
459
27,3
22,20-32,30
16,4
12,30-20,50
56,3
50,70-61,90
Distrito Federal
457
51,3
44,90-57,60
10,5
7,150-13,80
38,2
32,20-44,20
Nordeste
4.093
40,7
38,20-43,10
14,9
13,00-16,70
44,4
42,00-46,80
Aracaju
444
41,0
33,00-49,00
14,0
8,40-19,60
45,0
37,70-52,20
Fortaleza
371
51,1
43,90-58,30
15,1
9,20-21,10
33,7
27,30-40,10
João Pessoa
514
40,7
34,00-47,30
14,9
10,10-19,60
44,5
38,10-50,80
Maceió
474
39,6
10,90-21,50
14,4
9,93-18,90
46,0
39,90-52,00
Natal
459
16,2
10,90-21,50
25,1
18,50-31,60
58,7
50,60-66,80
Recife
599
42,0
36,20-47,70
15,3
11,40-19,10
42,7
37,00-48,50
Salvador
454
41,5
35,50-47,40
11,9
8,02-15,70
46,6
40,80-52,40
São Luís
357
25,8
18,20-33,40
16,1
11,10-21,10
58,1
50,30-65,80
Teresina
422
49,0
41,40-56,50
11,5
7,40-15,50
39,5
32,50-46,50
Norte
2.363
38,2
34,20-42,10
18,5
15,30-21,70
43,3
39,50-47,00
Belém
370
26,8
20,40-33,50
25,0
13,70-24,30
48,3
41,40-55,10
Boa Vista
331
46,1
36,60-55,40
15,5
10,00-21,00
38,4
29,90-46,80
Macapá
342
26,8
18,80-34,70
17,6
7,60-27,60
55,6
45,70-65,50
Manaus
351
49,2
41,20-57,20
14,4
8,30-20,40
36,4
29,10-43,60
Palmas
277
30,2
21,00-39,30
23,8
15,90-31,60
46,0
36,40-55,50
Rio Branco
398
54,5
47,70-61,20
9,8
5,50-4,10
35,7
29,30-41,20
Porto Velho
294
42,3
34,50-49,90
13,1
8,50-17,60
44,7
37,10-52,10
Sudeste
2.082
48,8
45,30-52,30
17,3
14,90-19,60
33,9
30,70-37,00
Belo Horizonte
502
49,6
43,90-55,20
19,5
15,40-23,60
30,9
20,90-31,90
São Paulo
434
59,7
54,20-65,00
10,8
7,50-13,90
29,6
24,60-34,50
Vitória
522
56,1
50,60-61,60
11,3
8,20-14,40
32,6
27,60-37,50
Rio de Janeiro
624
35,0
29,30-40,60
24,9
20,50-29,20
40,2
35,20-45,10
Sul
1.541
49,6
45,80-53,40
11,3
9,20-13,40
39,0
35,40-42,60
Curitiba
473
49,2
43,20-55,20
7,9
5,50-10,30
42,9
31,70-42,10
Florianópolis
504
47,2
41,60-52,80
15,9
11,80-19,90
36,9
31,70-42,10
Porto Alegre
564
50,4
44,70-56,00
13,8
10,10-17,50
35,8
30,70-40,80
Total
11.932
Centro-oeste
461
54,8
47,70-61,90
12,1
7,80-16,40
33,1
26,50-39,60
Campo Grande
131
61,0
49,80-72,20
9,0
3,20-14,70
30,0
19,10-40,80
Cuiabá
109
54,8
42,30-67,30
15,7
4,30-26,90
29,5
19,10-39,90
Goiânia
100
43,1
30,50-55,60
17,7
30,50-55,60
39,3
8,90-26,40
Distrito Federal
121
57,5
45,70-69,40
10,2
45,70-69,30
32,2
21,40-43,00
Nordeste
1.166
53,7
49,10-58,40
12,2
9,50-14,90
34,1
29,80-38,30
Aracaju
131
58,3
46,80-69,80
8,7
2,40-14,80
33,0
22,40-43,50
Fortaleza
127
59,2
46,90-71,40
11,2
3,40-19,00
29,6
18,40-40,70
João Pessoa
140
60,3
49,50-70,90
11,0
3,70-18,20
28,8
19,80-37,60
Maceió
141
57,5
46,70-68,10
10,8
4,58-17,10
31,7
22,00-41,30
Natal
139
19,5
10,50-28,50
29,4
18,80-39,90
51,1
39,60-62,50
Recife
156
48,1
38,20-58,00
17,7
10,40-24,80
34,2
25,20-43,20
Salvador
122
59,8
47,70-71,80
5,4
1,80-8,90
34,8
23,30-46,30
São Luís
116
50,0
36,70-63,30
12,6
5,40-19,80
37,4
25,40-49,20
Teresina
94
61,1
49,20-72,90
8,1
1,70-14,50
30,8
20,00-41,50
Norte
648
52,5
45,50-59,50
19,0
13,70-24,30
28,5
22,80-34,20
Belém
113
47,2
34,00-60,20
27,3
16,30-38,30
25,5
15,70-35,30
Boa Vista
92
48,9
30,20-67,60
20,9
8,50-33,40
30,1
14,00-46,30
Macapá
90
32,3
14,70-49,80
13,8
1,80-25,80
53,9
34,90-72,80
Manaus
105
63,2
51,50-74,80
11,7
4,50-18,90
25,1
15,20-35,00
Palmas
72
49,8
27,80-71,80
22,0
7,14-36,70
28,2
12,00-44,40
Rio Branco
94
63,0
49,00-76,90
5,3
1,07-9,40
31,7
17,70-45,80
Porto Velho
82
51,5
37,60-65,30
19,3
8,30-30,30
29,2
17,10-41,20
Sudeste
534
54,6
47,90-61,20
19,0
14,20-23,80
26,5
21,00-31,90
Belo Horizonte
120
60,6
49,90-71,20
17,5
9,80-25,10
22,0
12,20-31,80
São Paulo
143
62,5
53,20-71,80
15,0
8,30-21,60
22,5
15,10-29,90
Vitória
131
69,5
60,10-78,90
11,6
5,60-17,70
18,8
11,30-26,40
Rio de Janeiro
140
37,0
26,20-47,80
27,3
18,40-36,20
35,7
25,50-45,90
Sul
412
57,0
49,90-64,10
12,0
8,00-16,10
30,9
24,00-37,80
Curitiba
120
56,8
45,20-68,40
9,7
3,10-16,30
33,5
21,80-45,10
Florianópolis
151
57,1
46,40-67,80
9,5
4,40-14,60
33,4
22,60-44,10
Porto Alegre
141
57,2
46,30-68,00
14,6
8,40-20,80
28,2
18,20-38,30
Total
3.221
IC95%: intervalo de 95% de confiança; PFPB: Programa Farmácia Popular do Brasil; RP ajustada: razão de prevalência ajustada por sexo e idade; US: unidade de saúde do SUS. * Drogarias e farmácias não credenciadas ao PFPB.
Quanto à obtenção de medicamentos para hipertensão em drogarias e/ou farmácias não credenciadas ao PFPB – situação em que os pacientes tiveram de arcar com o custo total dos medicamentos – maiores percentuais foram verificados nas capitais Natal (58,7%), São Luís (58,1%) e Goiânia, Goiás (56,3%) e os menores em São Paulo (29,6%), Belo Horizonte, Minas Gerais (30,9%) e Vitória (32,6%).
Para o diabetes, os menores percentuais de obtenção dos medicamentos em US foram registrados em Natal (19,5%), Macapá, Amapá (32,3%) e Rio de Janeiro (37%), e os maiores em Vitória (69,5%), Manaus, Amazonas (63,2%), Rio Branco (63%) e São Paulo (62,5%). Quanto à obtenção por meio do PFPB, os menores percentuais constaram em Rio Branco (5,3%), Salvador, Bahia (5,4%) e Teresina, Piauí (8,1%), e os maiores em Belém (27,3%), Rio de Janeiro (27,3%) e Natal (29,4%).
A obtenção de medicamentos em drogarias e/ou farmácias não credenciadas ao PFPB e outros locais foi menor nas capitais Vitória (18,8%), Belo Horizonte (22%) e São Paulo (22,5%), e maior em Goiânia (39,3%), Natal (51,1%) e Macapá (53,9%).
A Tabela 4 apresenta a distribuição percentual, nas cinco regiões brasileiras e capitais, dos adultos e idosos que obtiveram medicamentos para controle da hipertensão e do diabetes, segundo fontes de obtenção.
Para os hipertensos, foram observados maiores percentuais de obtenção em US das capitais, nas regiões Sul (49,6%) e Sudeste (48,8%); no PFPB, nas regiões Norte (18,5%) e Sudeste (17,3%); e em drogarias e/ou farmácias, nas regiões Nordeste (44,4%) e Norte (43,3%). Padrão similar foi observado em relação ao diabetes, com maiores percentuais de obtenção: em US, nas capitais do Sul (49,6%) e Sudeste (48,8%); nas farmácias do PFPB, nas regiões Norte (18,5%) e Sudeste (17,3%); e em drogarias e/ou farmácias não credenciadas ao PFPB e outros locais, nas regiões Nordeste (44,4%) e Norte (43,3%).
Discussão
As prevalências de hipertensão arterial e diabetes mellitus vêm crescendo no Brasil4 e mundialmente, configurando-se como uma epidemia resultante, em grande parte, do envelhecimento populacional 16 e do processo de globalização dos riscos 2. Constatou-se, no presente trabalho, prevalências mais elevadas dessas doenças nos estratos de menor nível de escolaridade, como observado em estudos prévios desenvolvidos com dados das PNAD de 2003 e 2008 4 e do VIGITEL 14.
A hipertensão e o diabetes configuram-se como fatores de risco para outras doenças cardiovasculares, cuja diminuição de mortalidade, constatada nas últimas décadas, vem sendo parcialmente atribuída ao controle adequado da pressão arterial 14,17,18. Em estudo sobre o perfil de utilização de medicamentos por aposentados brasileiros 5, constatou-se que 88,7% dos idosos hipertensos utilizavam medicamentos anti-hipertensivos e 64,7% dos diabéticos usavam antidiabéticos. Neste estudo, foram encontrados em tratamento medicamentoso 71,8% dos hipertensos e 78,2% dos diabéticos. Para ambas as doenças os segmentos com as menores frequências de pacientes em tratamento foram os de indivíduos entre 20-29 anos, aqueles com menos de 12 anos de escolaridade e os que não possuíam plano de saúde. Para esses segmentos, dentre os quais se incluem pacientes usuários do SUS, preconiza- se ampliar as estratégias de orientação terapêutica medicamentosa nos serviços públicos de saúde, a fim de evitar prejuízos decorrentes da desassistência no tratamento farmacológico.
Frequências mais reduzidas de tratamento medicamentoso ou a não utilização de medicamentos, entre portadores de hipertensão e diabetes, podem estar relacionadas a barreiras no acesso e na adesão ao tratamento 5. É possível ainda considerar que alguns segmentos de pacientes estariam reduzindo a utilização de medicamentos e adotando outras formas de controle das doenças, como mudanças de hábitos e de estilos de vida.
Na população de hipertensos do estudo houve diferenças quanto às fontes de obtenção de medicamentos, em relação ao sexo: as mulheres obtiveram os medicamentos com maior frequência nas US, e os homens nas drogarias/farmácias e outras fontes. Segundo a literatura, as mulheres utilizam os serviços de saúde em maior proporção do que os homens 5, e estes priorizam as farmácias/drogarias e outros locais para obter medicamentos 19. Sawyer et al. 20 analisaram o perfil de utilização de serviços de saúde no Brasil e verificaram que, quando enfermos, os homens mais jovens procuram, inicialmente, farmácias e prontos-socorros.
Já 45,8% dos hipertensos obtêm seus medicamentos nas US da rede pública; este percentual ascende a 54,4% entre os diabéticos. Tal resultado poderia sugerir, em alguma medida, maior efetividade em estratégias de implementação de programas voltados aos pacientes diabéticos, na atenção básica, no que se refere ao acesso aos medicamentos.
Tanto para hipertensos quanto para diabéticos que referiram cor da pele preta ou parda, as maiores prevalências de obtenção foram observadas nas US. Por outro lado, nas farmácias credenciadas ao PFPB e nas drogarias/farmácias não credenciadas e em outras fontes, as prevalências apresentaram-se significativamente menores em comparação aos brancos. A maior probabilidade de utilização de serviços públicos de saúde, por indivíduos pretos e pardos, constitui um indicativo do atendimento nas US de grupos com inserção socioeconômica historicamente menos favorecida no país.
Esse achado é condizente com a observação de redução da obtenção do medicamento nas US, com o aumento da escolaridade, e aumento significativo de obtenção nas drogarias/farmácias credenciadas ao PFPB e não credenciadas ao programa e outras fontes. A maioria da população atendida no serviço público de saúde é constituída de parcelas expressivas dos segmentos de menor renda, entre os quais a obtenção gratuita de medicamentos apresenta-se, frequentemente, como opção preferencial ou única de acesso aos tratamentos medicamentosos 21.
Hipertensos e diabéticos sem plano de saúde obtiveram, em maior proporção (66,4% e 75,1%, respectivamente), seus medicamentos nas US, porém 23,9% dos hipertensos e 13,2% dos diabéticos sem plano de saúde recorreram às drogarias/farmácias e outras fontes. Quanto aos entrevistados filiados a plano de saúde, em maior proporção eles obtiveram seus medicamentos nas drogarias/farmácias não vinculadas ao PFPB e outros locais, no entanto, 20,8% dos hipertensos e 32,4% dos diabéticos com planos de saúde conseguiram seus medicamentos nas US. Também os percentuais de pacientes que obtiveram medicamentos nas farmácias/drogarias do PFPB foram mais elevados entre os que têm plano de saúde em comparação ao segmento que não têm.
Os dados deste estudo apontam que os segmentos socialmente mais vulneráveis (com menor escolaridade, cor da pele preta/parda e sem plano de saúde) obtêm, prioritariamente, seus medicamentos nas US. Assim, investimentos na qualificação da assistência farmacêutica prestada nessas unidades pode beneficiar em especial esses segmentos que são os socialmente mais vulneráveis e mais acometidos por doenças e mortes precoces, objetivando a redução das inequidades existentes.
No estudo, foram analisadas as fontes de obtenção de medicamentos segundo as regiões brasileiras. Para hipertensos, os maiores percentuais de obtenção de medicamentos em US foram identificados nas capitais das regiões Sul (49,6%) e Sudeste (48,8%), e para os diabéticos, os maiores percentuais ocorreram nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste. Tal dado sugere que, em regiões social e economicamente mais desenvolvidas do país (Sudeste, Sul e Centro-oeste), a rede de atenção básica de saúde estaria mais organizada, de forma a proporcionar melhores condições de acesso ao medicamento a hipertensos e diabéticos.
Em todas as regiões, os percentuais de obtenção de medicamentos nas US, mais elevados para diabéticos em comparação com hipertensos, sugerem maior disponibilidade de medicamentos para o tratamento dos portadores de diabetes. Outras explicações decorrem de ofertas dos insumos para o controle do diabetes nas US, como as seringas com agulha acoplada para aplicação de insulina, tiras reagentes de medida de glicemia capilar e lancetas para punção digital, além de outros serviços assistenciais que resultam em maior vinculação do usuário às US.
As diferenças observadas entre as capitais podem refletir a cobertura e organização da atenção básica nestas cidades, assim como da assistência farmacêutica. As mesmas capitais tendem a apresentar menor percentual de obtenção de medicamentos nas US, seja para pacientes hipertensos ou para diabéticos, e nelas o maior percentual de pacientes é obrigado a arcar com os custos dos medicamentos. Constata-se a necessidade de investigações que avaliem os fatores e causas que possam explicar a heterogeneidade de acesso aos medicamentos para hipertensão e diabetes entre as capitais brasileiras.
Observa-se que, para ambas as doenças, os percentuais de obtenção, por meio de farmácias credenciadas ao PFPB, foram maiores em capitais com baixos percentuais de obtenção em US, como Natal, Rio de Janeiro, Palmas (Tocantins) e Belém. Tal ocorrência poderia explicar, parcialmente, a maior busca pelas farmácias do PFPB, uma vez que, desde 2011, estes estabelecimentos farmacêuticos proporcionam um conjunto de medicamentos para hipertensão e diabetes gratuitamente, viabilizando à população dessas capitais o acesso a medicamentos prescritos, sem desembolso de recursos próprios. Mas, nessas capitais, mais de 30% dos pacientes com diabetes e 50% daqueles com hipertensão precisam pagar pelo medicamento que utilizam para essas doenças.
A agilidade e praticidade em monitorar tendências das DCNT, na população adulta das 26 capitais brasileiras e do Distrito Federal, tornam o sistema VIGITEL um destacado instrumento de monitoramento de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis no país 22. Ainda que o alcance da telefonia fixa represente uma limitação, o uso de ponderações tende a reduzir os vícios resultantes da cobertura desigual em diferentes cidades. Em relação ao monitoramento de indivíduos em tratamento medicamentoso e das fontes de obtenção de medicamentos para hipertensão e diabetes, o sistema VIGITEL apresenta limitações que devem ser consideradas na análise realizada, pois não se investiga quantos e quais medicamentos são utilizados pelo paciente e se a fonte de obtenção difere entre eles. Porém, considerando o alto custo e a difícil operacionalização de inquéritos domiciliares específicos e aprofundados sobre acesso e uso de medicamentos, as informações desta pesquisa são essenciais para o planejamento, monitoramento e avaliação de algumas das ações propostas no âmbito da política de medicamentos do país 14. Entre as limitações do presente estudo, deve ainda ser considerado que podem ter ocorrido erros de informações sobre a fonte de obtenção dos medicamentos. Existem farmácias comerciais denominadas “Farmácia Popular” que podem não ser credenciadas ao PFPB rede própria e não as farmácias credenciadas.
Conclusão
Este trabalho indicou disparidades nas fontes de obtenção de medicamentos para hipertensão e diabetes entre as capitais e regiões brasileiras e entre segmentos sociais da população, no período analisado, sendo que em capitais e regiões de menor desenvolvimento econômico, com maiores parcelas da população socialmente vulnerável, maior percentual de pacientes hipertensos e diabéticos precisou arcar com os custos dos medicamentos.
A análise dos padrões de acesso a medicamentos anti-hipertensivos e antidiabéticos identificados neste estudo pode propiciar subsídios para o redirecionamento das políticas públicas, no sentido de favorecer a promoção de ações de saúde e de assistência farmacêutica mais equânimes no país. Os resultados sinalizam também a necessidade do desenvolvimento de pesquisas sobre a organização dos serviços de assistência farmacêutica no país, incluindo as farmácias do PFPB, visando à melhor compreensão a respeito das barreiras ao acesso e das dispari- dades existentes.
Agradecimentos
As autoras do artigo agradecem às equipes técnicas da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério de Saúde, envolvidas na implantação e operacionalização do sistema VIGITEL.
Referências
1
1. World Health Organization. Non communicable diseases country profiles 2011. Geneva: World Health Organization; 2011.
World Health Organization
Non communicable diseases country profiles 2011
Geneva
World Health Organization
2011
2
2. Goulart FAA. Doenças crônicas não transmissíveis: estratégias de controle e desafios para o sistema de saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde/Ministério da Saúde; 2011.
Goulart
FAA
Doenças crônicas não transmissíveis: estratégias de controle e desafios para o sistema de saúde
Brasília
Organização Pan-Americana da Saúde/Ministério da Saúde
2011
3
3. Departamento de Análise de Situação de Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde. Plano de Ações Estratégicas para Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.
Departamento de Análise de Situação de Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde
Ministério da Saúde
Plano de Ações Estratégicas para Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022
Brasília
Ministério da Saúde
2011
4
4. Barros MBA, Francisco PMSB, Zanchetta LM, César CLG. Tendências das desigualdades sociais e demográficas na prevalência de doenças crônicas no Brasil, PNAD: 2003-2008. Ciênc Saúde Coletiva 2011; 16:3755-68.
Barros
MBA
Francisco
PMSB
Zanchetta
LM
César
CLG
Tendências das desigualdades sociais e demográficas na prevalência de doenças crônicas no Brasil, PNAD: 2003-2008
Ciênc Saúde Coletiva
2011
16
3755
3768
5
5. Gontijo MF, Ribeiro AQ, Klein CH, Rozenfeld S, Acurcio FA. Uso de anti-hipertensivos e antidiabéticos por idosos: inquérito em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad Saúde Pública 2012; 28:1337-46.
Gontijo
MF
Ribeiro
AQ
Klein
CH
Rozenfeld
S
Acurcio
FA
Uso de anti-hipertensivos e antidiabéticos por idosos: inquérito em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Cad Saúde Pública
2012
28
1337
1346
6
6. Malta DC, Silva Junior JB. Brazilian Strategic Action Plan to combat Chronic Non-Communicable Diseases and the global targets set to confront these diseases by 2025: a review. Epidemiol Serv Saúde 2013; 22:151-64.
Malta
DC
Silva
JB
Junior
Brazilian Strategic Action Plan to combat Chronic Non-Communicable Diseases and the global targets set to confront these diseases by 2025: a review
Epidemiol Serv Saúde
2013
22
151
164
7
7. Ministério da Saúde. Política Nacional de Medicamentos. Brasília: Ministério da Saúde; 2001. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios, 25).
Ministério da Saúde
Política Nacional de Medicamentos
Brasília
Ministério da Saúde
2001
Série C. Projetos, Programas e Relatórios, 25
8
8. Conselho Nacional de Saúde. Resolução no 338, de 2004, de 06 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica e estabelece seus princípios gerais e eixos estratégicos. Diário Oficial da União 2004; 20 mai.
Conselho Nacional de Saúde
Resolução no 338, de 2004, de 06 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica e estabelece seus princípios gerais e eixos estratégicos
Diário Oficial da União
2004
20
05
9
9. Ministério da Saúde. Portaria no1.214, de 13 de junho de 2012. Institui o Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica no âmbito do SUS. Diário Oficial da União 2012; 14 jun.
Ministério da Saúde
Portaria no1.214, de 13 de junho de 2012. Institui o Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica no âmbito do SUS
Diário Oficial da União
2012
14
06
10
10. Ministério da Saúde. Decreto no5.090, de 20 de maio de 2004. Regulamenta a Lei no 10.858, de 13 de abril de 2004, e institui o programa “Farmácia Popular do Brasil”, e dá outras providências. Diário Oficial da União 2004; 21 mai.
Ministério da Saúde
Decreto no 5.090, de 20 de maio de 2004. Regulamenta a Lei no 10.858, de 13 de abril de 2004, e institui o programa “Farmácia Popular do Brasil”, e dá outras providências
Diário Oficial da União
2004
21
05
11
11. Ministério da Saúde. Portaria no491, de 9 de março de 2006. Dispõe sobre a expansão do Programa “Farmácia Popular do Brasil”. Diário Oficial da União 2006; 10 mar.
Ministério da Saúde
Portaria no 491, de 9 de março de 2006. Dispõe sobre a expansão do Programa “Farmácia Popular do Brasil”
Diário Oficial da União
2006
10
03
12
12. Ministério da Saúde. Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos: projeto de pesquisa. Brasília: Ministério da Saúde; 2013.
Ministério da Saúde
Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos: projeto de pesquisa
Brasília
Ministério da Saúde
2013
13
13. Luiza VL, Bermudez JAZ. Acesso a medicamentos: conceitos e polêmicas. In: Bermudez JAZ, Oliveira MA, Escher A, organizadores. Acceso a medicamentos: derecho fundamental, papel del Estado. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz/Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde; 2004. p. 45-67.
Luiza
VL
Bermudez
JAZ
Acesso a medicamentos: conceitos e polêmicas
Bermudez
JAZ
Oliveira
MA
Escher
A
organizadores
Acceso a medicamentos: derecho fundamental, papel del Estado
Rio de Janeiro
Fundação Oswaldo Cruz/Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde
2004
45
67
14
14. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde. VIGITEL Brasil 2011: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília: Ministério da Saúde; 2012.
Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa
Secretaria de Vigilância em Saúde
Ministério da Saúde
VIGITEL Brasil 2011: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico
Brasília
Ministério da Saúde
2012
15
15. Barros AJ, Hirakata VN. Alternatives for logistic regression in cross-sectional studies: an empirical comparison of models that directly estimate the prevalence ratio. BMC Med Res Methodol 2003; 3:21.
Barros
AJ
Hirakata
VN
Alternatives for logistic regression in cross-sectional studies: an empirical comparison of models that directly estimate the prevalence ratio
BMC Med Res Methodol
2003
3
21
16
16. Duncan BB, Chor D, Aquino EML, Bensenor IM, Mill JG, Schmidt MI, et al. Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: prioridade para enfrentamento e investigação. Rev Saúde Pública 2012; 46 Suppl 1:126-34.
Duncan
BB
Chor
D
Aquino
EML
Bensenor
IM
Mill
JG
Schmidt
MI
et al
Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: prioridade para enfrentamento e investigação
Rev Saúde Pública
2012
46
Suppl 1
126
134
17
17. Ben AJ, Neumann CR, Mengue SS. Teste de Morisky-Green e Brief Medication Questionnaire para avaliar adesão a medicamentos. Rev Saúde Pública 2012; 46:279-89.
Ben
AJ
Neumann
CR
Mengue
SS
Teste de Morisky-Green e Brief Medication Questionnaire para avaliar adesão a medicamentos
Rev Saúde Pública
2012
46
279
289
18
18. Wang YR, Alexander GC, Stafford RS. Outpatient hypertension treatment, treatment intensification, and control in Western Europe and the United States. Arch Intern Med 2007; 167:141-7.
Wang
YR
Alexander
GC
Stafford
RS
Outpatient hypertension treatment, treatment intensification, and control in Western Europe and the United States
Arch Intern Med
2007
167
141
147
19
19. Vosgerau MZS, Soares DA, Souza RKT, Matsuo T, Carvalho GS. Consumo de medicamentos entre adultos na área de abrangência de uma Unidade de Saúde da Família. Ciênc Saúde Coletiva 2011; 16 Suppl 1:1629-38.
Vosgerau
MZS
Soares
DA
Souza
RKT
Matsuo
T
Carvalho
GS
Consumo de medicamentos entre adultos na área de abrangência de uma Unidade de Saúde da Família
Ciênc Saúde Coletiva
2011
16
Suppl 1
1629
1638
20
20. Sawyer DO, Leite IC, Alexandrino R. Perfis de utilização dos serviços de saúde no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva 2002; 7:757-76.
Sawyer
DO
Leite
IC
Alexandrino
R
Perfis de utilização dos serviços de saúde no Brasil
Ciênc Saúde Coletiva
2002
7
757
776
21
21. Paniz VMV, Fassa AG, Facchini LA, Bertoldi AD, Piccini RX, Tomasi E, et al. Acesso a medicamentos de uso contínuo em adultos e idosos nas regiões Sul e Nordeste do Brasil. Cad Saúde Pública 2008; 24:267-80.
Paniz
VMV
Fassa
AG
Facchini
LA
Bertoldi
AD
Piccini
RX
Tomasi
E
et al
Acesso a medicamentos de uso contínuo em adultos e idosos nas regiões Sul e Nordeste do Brasil
Cad Saúde Pública
2008
24
267
280
22
22. Moura EC, Silva SA, Malta DC, Morais Neto OL. Fatores de risco e proteção para doenças crônicas: vigilância por meio de inquérito telefônico, VIGITEL, Brasil, 2007. Cad Saúde Pública 2011; 27: 486-96.
Moura
EC
Silva
SA
Malta
DC
Morais
OL
Neto
Fatores de risco e proteção para doenças crônicas: vigilância por meio de inquérito telefônico, VIGITEL, Brasil, 2007
Cad Saúde Pública
2011
27
486
496
Authorship
Karen Sarmento Costa
Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil.Universidade Estadual de CampinasBrasilCampinas, BrasilFaculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil.
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Ministério da Saúde, Brasília, Brasil.Ministério da SaúdeBrasilBrasília, BrasilSecretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Ministério da Saúde, Brasília, Brasil.
Priscila Maria S. Bergamo Francisco
Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil.Universidade Estadual de CampinasBrasilCampinas, BrasilFaculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil.
Débora Carvalho Malta
Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, Brasília, Brasil.Ministério da SaúdeBrasilBrasília, BrasilSecretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, Brasília, Brasil.
Marilisa Berti de Azevedo Barros
Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil.Universidade Estadual de CampinasBrasilCampinas, BrasilFaculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil.
Correspondência K. S. Costa Rua Nélson César de Oliveira 170, São José dos Campos, SP 12240-220, Brasil. karen.costa@gmail.com
Colaboradores
K. S. Costa participou da concepção e delineamento do estudo, análise e interpretação dos dados, redação e revisão crítica do conteúdo intelectual do manuscrito e aprovação final da versão a ser publicada. P. M. S. B. Francisco colaborou na análise e interpretação dos dados e revisão do manuscrito. D. C. Malta e M. B. A. Barros participaram da concepção e delineamento do estudo, análise e interpretação dos dados e aprovação final da versão a ser publicada.
SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS
Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil.Universidade Estadual de CampinasBrasilCampinas, BrasilFaculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil.
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Ministério da Saúde, Brasília, Brasil.Ministério da SaúdeBrasilBrasília, BrasilSecretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Ministério da Saúde, Brasília, Brasil.
Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, Brasília, Brasil.Ministério da SaúdeBrasilBrasília, BrasilSecretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, Brasília, Brasil.
Tabela 1
Prevalência de hipertensos e diabéticos e percentual em tratamento medicamentoso, segundo características sociodemográficas. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL).
Tabela 2
Prevalência e razão de prevalência de fontes de obtenção de medicamentos, por indivíduos hipertensos, segundo características sociodemográficas. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL)
Tabela 3
Prevalência e razão de prevalência de fontes de obtenção de medicamentos, por indivíduos diabéticos, segundo características sociodemográficas. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL)
Tabela 4
Distribuição percentual de adultos (20 anos ou mais) que referiram conseguir medicamento para controle da hipertensão arterial e diabetes, segundo formas de obtenção nas regiões e capitais brasileiras. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL).
table_chartTabela 1
Prevalência de hipertensos e diabéticos e percentual em tratamento medicamentoso, segundo características sociodemográficas. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL).
Variável
Prevalência de hipertensos * (n = 15.027)
Percentual de hipertensos em tratamento (n = 11.955)
RP ajustada (IC95%)
Prevalência de diabéticos * (n = 4.083)
Percentual de diabéticos em tratamento (n = 3.233)
RP ajustada (IC95%)
%
% (IC95%)
%
% (IC95%)
Sexo
< 0,001
< 0,001
0,124
0,846
Masculino
21,2
64,2 (60,8-67,4)
1,00
5,7
78,6 (72,0-83,9)
1,00
Feminino
27,1
76,9 (74,0-80,0)
1,14 (1,08-1,20)
6,4
77,9 (74,4-81,0)
0,98 (0,91-1,06)
Idade (anos)
< 0,001
< 0,001
< 0,001
< 0,001
20-29
7,8
18,1 (11,3-27,8)
1,00
0,8
15,0 (5,4-35,3)
1,00
30-39
14,1
47,0 (41,6-52,6)
2,57 (1,61-4,11)
1,6
61,6 (49,3-72,6)
4,1 (1,56-11,02)
40-49
25,7
66,7 (62,8-70,4)
3,67 (2,32-5,78)
5,5
77,7 (70,6-83,5)
5,2 (1,99-13,66)
50-59
41,5
83,5 (81,0-85,7)
4,57 (2,90-7,19)
11,7
80,5 (76,1-84,3)
5,4 (2,06-14,09)
60-69
57,1
90,9 (88,3-93,0)
4,95 (3,14-7,80)
18,8
85,1 (81,0-88,4)
5,7 (2,19-14,94)
70 ou mais
60,3
95,6 (94,3-96,6)
5,17 (3,28-8,15)
22,0
84,6 (79,3-88,7)
5,7 (2,17-14,83)
Cor
0,185
0,006
0,381
0,489
Branca
25,2
75,1 (71,9-78,1)
1,00
6,3
73,2 (63,3-81,2)
1,00
Preta/Parda
23,5
69,4 (66,1-72,4)
0,99 (0,94-1,04)
5,9
78,7 (74,0-82,7)
1,04 (0,96-1,13)
Amarela
23,5
72,6 (62,2-81,1)
0,92 (0,81-1,04)
6,3
83,4 (78,5-87,3)
1,08 (0,93-1,25)
Indígena
21,3
58,8 (44,6-71,7)
0,89 (0,71-1,11)
4,1
75,6 (67,1-82,5)
0,84 (0,54-1,29)
Situação conjugal
< 0,001
< 0,001
< 0,001
0,196
Solteiro
14,7
52,1 (46,3-57,9)
1,00
2,7
73,2 (63,3-81,2)
1,00
Casado/Unido
27,5
74,2 (71,9-76,3)
1,18 (1,08-1,28)
7,1
78,7 (74,0-82,7)
0,99 (0,88-1,13)
Viúvo
56,3
92,1 (89,2-94,2)
1,01 (0,93-1,09)
17,2
83,4 (78,5-87,3)
0,93 (0,81-1,06)
Separado/Divorciado
31,7
83,8 (79,7-87,1)
1,22 (1,11-1,33)
9,0
75,6 (67,1-82,5)
0,96 (0,83-1,11)
Escolaridade (anos)
< 0,001
< 0,001
< 0,001
0,039
0-8
30,0
73,8 (70,6-76,7)
1,00
8,0
78,6 (74,2-82,5)
1,00
9-11
17,4
63,3 (60,2-66,2)
1,01 (0,95-1,08)
3,7
72,6 (66,8-77,8)
0,99 (0,89-1,09)
12 ou mais
17,9
75,2 (71,8-78,3)
1,14 (1,08-1,21)
3,8
84,0 (78,2-88,4)
1,10 (1,01-1,21)
Plano de saúde
0,603
< 0,001
0,051
< 0,001
Possui
24,0
78,0 (75,7-80,2)
1,00
6,5
83,5 (80,2-86,4)
1,00
Não possui
24,5
67,4 (64,1-70,5)
0,95 (0,92-0,99)
5,7
73,7 (68,3-78,4)
0,93 (0,87-0,99)
table_chartTabela 2
Prevalência e razão de prevalência de fontes de obtenção de medicamentos, por indivíduos hipertensos, segundo características sociodemográficas. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL)
Variável
US
PFPB
Drogarias e/ou farmácias e outros *
n
%
RP ajustada (IC95%)
n
%
RP ajustada (IC95%)
n
%
RP ajustada (IC95%)
Sexo
Masculino
1.154
42,5
1,00
616
15,8
1,00
2.055
41,7
1,00
Feminino
2.946
47,7
1,13 (1,03-1,24)
1.285
15,9
1,00 (0,84-1,20)
3.876
36,4
0,86 (0,79-0,95)
Total
4.100
45,8
1.901
15,9
5.931
38,3
Idade (anos)
20-39
238
51,9
1,48 (1,23-1,77)
125
15,8
0,89 (0,64-1,24)
338
32,2
0,68 (0,55-0,85)
40-49
591
46,8
1,34 (1,16-1,55)
281
15,8
0,89 (0,68-1,15)
834
37,4
0,79 (0,68-0,91)
50-59
1.165
47,4
1,36 (1,19-1,54)
470
15,6
0,88 (0,70-1,10)
1.563
37,0
0,78 (0,69-0,88)
60-69
1.217
49,3
1,40 (1,24-1,59)
543
14,5
0,81 (0,65-1,01)
1.625
36,2
0,77 (0,68-0,86)
70 ou mais
889
35,2
1,00
482
17,8
1,00
1.571
47,0
1,00
Cor
Branca
1.529
39,9
1,00
929
18,0
1,00
2.902
42,1
1,00
Preta/Parda
2.286
50,9
1,26 (1,14-1,38)
845
13,6
0,76 (0,64-0,90)
2.773
35,5
0,86 (0,78-0,94)
Amarela
98
43,5
1,08 (0,79-1,48)
49
15,3
0,84 (0,48-1,47)
114
41,2
0,99 (0,71-1,38)
Indígena
69
52,8
1,29 (0,88-1,88)
25
26,7
1,50 (0,79-2,85)
60
20,5
0,50 (0,23-1,09)
Situação conjugal
Solteiro
663
48,2
1,00
296
15,8
1,00
881
35,9
1,00
Casado/Unido
2.142
45,9
1,02 (0,91-1,16)
1.039
15,4
0,95 (0,74-1,24)
3.229
38,6
0,99 (0,86-1,14)
Viúvo
813
42,6
1,00 (0,86-1,18)
350
18,2
1,10 (0,81-1,51)
1.177
39,2
0,95 (0,80-1,13)
Separado/Divorciado
464
47,1
1,04 (0,88-1,22)
209
14,8
0,92 (0,65-1,30)
611
38
0,99 (0,82-1,20)
Escolaridade (anos)
0-8
2.820
55,2
1,00
824
14,5
1,00
2.103
30,4
1,00
9-11
992
33,8
0,56 (0,50-0,63)
594
19,1
1,37 (1,14-1,66)
1.905
47,1
1,70 (1,52-1,88)
12 ou mais
288
14,5
0,25 (0,19-0,31)
483
18,8
1,35 (1,08-1,69)
1.923
66,7
2,34 (2,11-2,60)
Plano de saúde
Possui
1.060
20,8
1,00
1.271
23,3
1,00
4.306
55,9
1,00
Não possui
3.036
66,4
3,16 (2,80-3,57)
629
9,8
0,42 (0,35-0,50)
1.614
23,9
0,43 (0,39-0,48)
table_chartTabela 3
Prevalência e razão de prevalência de fontes de obtenção de medicamentos, por indivíduos diabéticos, segundo características sociodemográficas. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL)
Variável
US
PFPB
Drogarias e/ou farmácias e outros *
n
%
RP ajustada (IC95%)
n
%
RP ajustada (IC95%)
n
%
RP ajustada (IC95%)
Sexo
Masculino
466
51,5
1,00
191
15,8
1,00
509
32,7
1,00
Feminino
997
56,6
1,10 (0,96-1,26)
352
16,5
1,04 (0,75-1,44)
706
26,9
0,82 (0,67-1,01)
Total
1.663
54,4
Idade (anos)
20-39
57
59,8
1,48 (1,11-1,98)
22
8,9
0,50 (0,25-0,98)
50
31,3
0,75 (0,48-1,16)
40-49
186
66,6
1,65 (1,31-2,07)
75
16,2
0,91 (0,53-1,57)
109
17,3
0,41 (0,27-0,63)
50-59
395
58,4
1,45 (1,17-1,81)
132
16,0
0,90 (0,59-1,36)
280
25,6
0,61 (0,45-0,81)
60-69
492
53,1
1,31(1,05-1,62)
174
16,8
0,94 (0,62-1,44)
388
30,1
0,73 (0,57-0,93)
70 ou mais
333
40,3
1,00
140
17,8
1,00
388
41,9
1,00
Cor
Branca
530
43,3
1,00
267
221
1,00
605
34,6
1,00
Preta/Parda
817
62,5
1,40 (1,21-1,62)
239
11,8
0,54 (0,39-0,75)
559
25,7
0,78 (0,63-0,96)
Amarela
39
54,2
1,26 (0,89-1,80)
15
11,1
0,50 (0,24-1,02)
27
34,7
0,97 (0,59-1,61)
Indígena
28
64,4
1,41 (0,89-2,23)
5
19,1
0,87 (0,19-4,05)
10
16,5
0,54 (0,20-1,45)
Situação conjugal
Solteiro
226
61,8
1,00
82
15,2
1,00
158
23,0
1,00
Casado/Unido
763
56,6
1,03 (0,86-1,23)
290
14,8
0,94(0,56-1,58)
681
28,6
1,00 (0,69-1,45)
Viúvo
316
40,4
0,78 (0,61-0,98)
113
23,5
1,55 (0,89-2,71)
253
36,2
1,14 (0,77-1,69)
Separado/Divorciado
155
49,2
0,85 (0,65-1,11)
56
14,7
0,96 (0,48-1,88)
118
36,1
1,41 (0,91-2,18)
Escolaridade (anos)
0-8
990
62,1
1,00
226
13,7
1,00
472
24,3
1,00
9-11
350
45,7
0,65 (0,56-0,76)
180
18,7
1,46 (1,01-2,11)
363
35,6
1,71 (1,36-2,15)
12 ou mais
123
19,7
0,29 (0,20-0,42)
137
28,2
2,23 (1,53-3,26)
380
52,1
2,34 (2,86-2,95)
Plano de saúde
Possui
488
32,4
1,00
365
20,9
1,00
923
46,7
1,00
Não possui
974
75,1
2,24 (1,88-2,66)
176
11,7
0,56 (0,40-0,79)
290
13,2
0,30 (0,24-0,38)
table_chartTabela 4
Distribuição percentual de adultos (20 anos ou mais) que referiram conseguir medicamento para controle da hipertensão arterial e diabetes, segundo formas de obtenção nas regiões e capitais brasileiras. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL).
Regiões/Capitais
Hipertensão
Total
US
PFPB
Drogarias e farmácias e outros *
n
%
IC95%
%
IC95%
%
IC95%
Centro-oeste
1.853
44,9
41,20-48,60
12,1
10,10-4,60
42,6
39,10-46,10
Campo Grande
497
52,1
45,70-58,50
14,1
7,40-20,70
33,8
28,40-39,20
Cuiabá
439
48,4
40,70-56,00
9,0
5,40-12,50
42,7
35,50-49,70
Goiânia
459
27,3
22,20-32,30
16,4
12,30-20,50
56,3
50,70-61,90
Distrito Federal
457
51,3
44,90-57,60
10,5
7,150-13,80
38,2
32,20-44,20
Nordeste
4.093
40,7
38,20-43,10
14,9
13,00-16,70
44,4
42,00-46,80
Aracaju
444
41,0
33,00-49,00
14,0
8,40-19,60
45,0
37,70-52,20
Fortaleza
371
51,1
43,90-58,30
15,1
9,20-21,10
33,7
27,30-40,10
João Pessoa
514
40,7
34,00-47,30
14,9
10,10-19,60
44,5
38,10-50,80
Maceió
474
39,6
10,90-21,50
14,4
9,93-18,90
46,0
39,90-52,00
Natal
459
16,2
10,90-21,50
25,1
18,50-31,60
58,7
50,60-66,80
Recife
599
42,0
36,20-47,70
15,3
11,40-19,10
42,7
37,00-48,50
Salvador
454
41,5
35,50-47,40
11,9
8,02-15,70
46,6
40,80-52,40
São Luís
357
25,8
18,20-33,40
16,1
11,10-21,10
58,1
50,30-65,80
Teresina
422
49,0
41,40-56,50
11,5
7,40-15,50
39,5
32,50-46,50
Norte
2.363
38,2
34,20-42,10
18,5
15,30-21,70
43,3
39,50-47,00
Belém
370
26,8
20,40-33,50
25,0
13,70-24,30
48,3
41,40-55,10
Boa Vista
331
46,1
36,60-55,40
15,5
10,00-21,00
38,4
29,90-46,80
Macapá
342
26,8
18,80-34,70
17,6
7,60-27,60
55,6
45,70-65,50
Manaus
351
49,2
41,20-57,20
14,4
8,30-20,40
36,4
29,10-43,60
Palmas
277
30,2
21,00-39,30
23,8
15,90-31,60
46,0
36,40-55,50
Rio Branco
398
54,5
47,70-61,20
9,8
5,50-4,10
35,7
29,30-41,20
Porto Velho
294
42,3
34,50-49,90
13,1
8,50-17,60
44,7
37,10-52,10
Sudeste
2.082
48,8
45,30-52,30
17,3
14,90-19,60
33,9
30,70-37,00
Belo Horizonte
502
49,6
43,90-55,20
19,5
15,40-23,60
30,9
20,90-31,90
São Paulo
434
59,7
54,20-65,00
10,8
7,50-13,90
29,6
24,60-34,50
Vitória
522
56,1
50,60-61,60
11,3
8,20-14,40
32,6
27,60-37,50
Rio de Janeiro
624
35,0
29,30-40,60
24,9
20,50-29,20
40,2
35,20-45,10
Sul
1.541
49,6
45,80-53,40
11,3
9,20-13,40
39,0
35,40-42,60
Curitiba
473
49,2
43,20-55,20
7,9
5,50-10,30
42,9
31,70-42,10
Florianópolis
504
47,2
41,60-52,80
15,9
11,80-19,90
36,9
31,70-42,10
Porto Alegre
564
50,4
44,70-56,00
13,8
10,10-17,50
35,8
30,70-40,80
Total
11.932
Centro-oeste
461
54,8
47,70-61,90
12,1
7,80-16,40
33,1
26,50-39,60
Campo Grande
131
61,0
49,80-72,20
9,0
3,20-14,70
30,0
19,10-40,80
Cuiabá
109
54,8
42,30-67,30
15,7
4,30-26,90
29,5
19,10-39,90
Goiânia
100
43,1
30,50-55,60
17,7
30,50-55,60
39,3
8,90-26,40
Distrito Federal
121
57,5
45,70-69,40
10,2
45,70-69,30
32,2
21,40-43,00
Nordeste
1.166
53,7
49,10-58,40
12,2
9,50-14,90
34,1
29,80-38,30
Aracaju
131
58,3
46,80-69,80
8,7
2,40-14,80
33,0
22,40-43,50
Fortaleza
127
59,2
46,90-71,40
11,2
3,40-19,00
29,6
18,40-40,70
João Pessoa
140
60,3
49,50-70,90
11,0
3,70-18,20
28,8
19,80-37,60
Maceió
141
57,5
46,70-68,10
10,8
4,58-17,10
31,7
22,00-41,30
Natal
139
19,5
10,50-28,50
29,4
18,80-39,90
51,1
39,60-62,50
Recife
156
48,1
38,20-58,00
17,7
10,40-24,80
34,2
25,20-43,20
Salvador
122
59,8
47,70-71,80
5,4
1,80-8,90
34,8
23,30-46,30
São Luís
116
50,0
36,70-63,30
12,6
5,40-19,80
37,4
25,40-49,20
Teresina
94
61,1
49,20-72,90
8,1
1,70-14,50
30,8
20,00-41,50
Norte
648
52,5
45,50-59,50
19,0
13,70-24,30
28,5
22,80-34,20
Belém
113
47,2
34,00-60,20
27,3
16,30-38,30
25,5
15,70-35,30
Boa Vista
92
48,9
30,20-67,60
20,9
8,50-33,40
30,1
14,00-46,30
Macapá
90
32,3
14,70-49,80
13,8
1,80-25,80
53,9
34,90-72,80
Manaus
105
63,2
51,50-74,80
11,7
4,50-18,90
25,1
15,20-35,00
Palmas
72
49,8
27,80-71,80
22,0
7,14-36,70
28,2
12,00-44,40
Rio Branco
94
63,0
49,00-76,90
5,3
1,07-9,40
31,7
17,70-45,80
Porto Velho
82
51,5
37,60-65,30
19,3
8,30-30,30
29,2
17,10-41,20
Sudeste
534
54,6
47,90-61,20
19,0
14,20-23,80
26,5
21,00-31,90
Belo Horizonte
120
60,6
49,90-71,20
17,5
9,80-25,10
22,0
12,20-31,80
São Paulo
143
62,5
53,20-71,80
15,0
8,30-21,60
22,5
15,10-29,90
Vitória
131
69,5
60,10-78,90
11,6
5,60-17,70
18,8
11,30-26,40
Rio de Janeiro
140
37,0
26,20-47,80
27,3
18,40-36,20
35,7
25,50-45,90
Sul
412
57,0
49,90-64,10
12,0
8,00-16,10
30,9
24,00-37,80
Curitiba
120
56,8
45,20-68,40
9,7
3,10-16,30
33,5
21,80-45,10
Florianópolis
151
57,1
46,40-67,80
9,5
4,40-14,60
33,4
22,60-44,10
Porto Alegre
141
57,2
46,30-68,00
14,6
8,40-20,80
28,2
18,20-38,30
Total
3.221
How to cite
Costa, Karen Sarmento et al. Sources of medicines for hypertension and diabetes in Brazil: telephone survey results from Brazilian state capitals and the Federal District, 2011. Cadernos de Saúde Pública [online]. 2016, v. 32, n. 2 [Accessed 14 April 2025], e00090014. Available from: <https://doi.org/10.1590/0102-311X00090014>. Epub 23 Feb 2016. ISSN 1678-4464. https://doi.org/10.1590/0102-311X00090014.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo CruzRua Leopoldo Bulhões, 1480 , 21041-210 Rio de Janeiro RJ Brazil, Tel.:+55 21 2598-2511, Fax: +55 21 2598-2737 / +55 21 2598-2514 -
Rio de Janeiro -
RJ -
Brazil E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br
rss_feed
Acompanhe os números deste periódico no seu leitor de RSS
scite shows how a scientific paper has been cited by providing the context of the citation, a classification describing whether it supports, mentions, or contrasts the cited claim, and a label indicating in which section the citation was made.