Um total de 187 diferentes espécies de arbovírus, além de outros vírus de vertebrados, foram identificados pelo Instituto Evandro Chagas (IEC) no período de 1954 a 1998, entre as mais de 10.000 cepas de vírus isoladas de seres humanos, insetos hematófagos e vertebrados-sentinela e silvestres. Apesar dos estudos intensivos realizados na Amazônia brasileira, sobretudo no Estado do Pará, pouco se sabe a respeito da maioria desses vírus, com exceção de dados a respeito de data, hora, fonte e método de isolamento, assim como a capacidade de infectar animais laboratoriais. Os autores fazem uma revisão dos dados ecológicos e epidemiológicos e procuram associar o impacto, sobre os diversos vírus, das mudanças populacionais dos vetores e hospedeiros induzidas por profundas alterações no meio ambiente. O desmatamento, o uso do subsolo, a construção de represas e de rodovias, a colonização humana e a urbanização foram as principais modificações ambientais introduzidas pelo homem e associadas à emergência ou reemergência de importantes arbovírus, inclusive alguns com atividade patogênica em seres humanos.
Arbovírus; Ecossistema Amazônico; Ecologia de Vetores; Urbanização; Saúde Pública