O câncer de estômago, a neoplasia maligna mais comum no mundo em 1980, vem apresentando uma diminuição da incidência e mortalidade em vários países. Este declínio tem sido atribuído a fatores ligados ao ambiente. É improvável, porém, que ele tenha resultado de mudanças no sistema de atendimento ou nas técnicas de diagnóstico. No Brasil, o câncer de estômago constitui-se num dos maiores desafios, pois as suas incidência e mortalidade são ascendentes, e o nosso sistema de saúde encontra-se desestruturado para assumir e desenvolver um programa de detecção, de altíssimo custo. Este tipo de câncer surge a partir de danos causados à mucosa gástrica por uma dieta rica em sal, nitratos, nitritos e, talvez, carboidratos. Suas iniciação e progressão podem ser neutralizadas por uma adequada ingestão de frutas e verduras frescas. A refrigeração, difundida a partir do início deste século, levou as pessoas a consumirem alimentos mais bem conservados e frescos, o que certamente causou um grande impacto sobre o declínio da incidência do câncer gástrico. No Brasil de hoje, uma política nacional voltada para o controle do câncer de estômago tem de ser baseada na reestruturação do sistema de saúde e do acesso das pessoas a ele, na difusão de informações relativas à mudança de hábitos alimentares e na melhoria das condições sócio-econômicas.
Câncer; Câncer de Estômago; Fatores de Risco; Prevenção; Epidemiologia