O objetivo deste estudo foi analisar fatores associados a não disposição para oferta de profilaxia pré-exposição (PrEP) por profissionais de saúde de serviços especializados em HIV/aids. Este é um estudo transversal, realizado com 252 profissionais de saúde de 29 serviços de atenção especializada (SAEs) em HIV/aids em 21 municípios do Estado da Bahia, Brasil. Para ser incluído no estudo, o profissional precisava estar trabalhando há pelo menos seis meses no serviço. Dados sociodemográficos, ocupacionais e comportamentais foram coletados por meio de questionário. Foi realizada regressão logística, com estimativa de razão de chances (OR) bruta e ajustada, com os respectivos intervalos de 95% de confiança (IC95%). A relutância em prescrever PrEP foi de 15,2% (IC95%: 10,8-19,6). Os fatores associados à relutância em prescrever PrEP foram a não prescrição de autotestes de HIV para populações-chave (ORajustada = 5,4; IC95%: 1,3-22,4) nem profilaxia pós-exposição (ORajustada = 2,00; IC95%: 1,3-3,1), localização do SAE na capital do estado (ORajustada = 3,9; IC95%: 1,4-10,2) e SAE sem oferta de PrEP (ORajustada = 1,7; IC95%: 1,1-2,8); profissionais que não relataram a necessidade de realizar treinamentos e cursos (ORajustada = 1,3; IC95%: 1,1-1,8) ou treinamento com profissionais mais experientes (ORajustada = 1,8; IC95%: 1,1-3,8) foram associados a uma menor proporção de relutância em prescrever PrEP. Nossos resultados indicam que os fatores contextuais, organizacionais e de treinamento dos profissionais de saúde podem contribuir para a indicação da PrEP. Sugerimos expandir o treinamento existente em prevenção combinada ao HIV entre os profissionais de saúde e aumentar a disponibilidade de PrEP nos serviços de saúde.
Palavras-chave:
Profilaxia Pré-Exposição; Atitude do Pessoal de Saúde; Conhecimento; HIV