Este estudo teve como objetivo estimar a soroprevalência do vírus da hepatite A, em indivíduos atendidos em uma clínica de medicina de viagem e imunização no Rio de Janeiro, Brasil, e desenvolver um modelo de predição para a soroprevalência do vírus da hepatite A. Esta pesquisa retrospectiva incluiu indivíduos sequencialmente de abril de 2011 a junho de 2019, em uma clínica de medicina de viagem e uma clínica de vacinação de população especial, que, por qualquer motivo, tem um resultado de quimioluminescência IgG antivírus da hepatite A . Os dados dos participantes foram verificados em prontuário eletrônico. Os dados foram divididos em desenvolvimento e validação, tomando 2018 como data limite da divisão. Um modelo linear generalizado elástico com distribuição binomial submetido a validação cruzada foi aplicado. Foram analisados 2.944 indivíduos atendidos. A soroprevalência geral do vírus da hepatite A foi de 67,8%. Profissionais de saúde, viajantes e contatantes de indivíduos imunocomprometidos apresentaram menor soroprevalência, variando de 40% a 55%, enquanto indivíduos com condições crônicas (coração, pulmão e fígado) tiveram soroprevalência variando de 89% a 94%. Os preditores retidos no modelo final foram sexo, idade, ano de nascimento, viajantes, HIV/aids, asplenia funcional, candidatos a transplante, comunicante domiciliar, imunossupressão relacionada ao câncer e profissionais de saúde. A área sob a curva foi de 0,836 e o erro máximo foi de 0,051. Os usuários podem fazer previsões com uma calculadora (https://pedrobrasil.shinyapps.io/INDWELL/). Os grupos com menor soroprevalência devem ser avaliados com mais cuidado quanto à necessidade de vacinação contra o vírus da hepatite A, mesmo quando procuram clínicas de vacinação para outros fins.
Palavras-chave:
Hepatite A; Medicina de Viagem; Doença Crônica; Pessoal de Saúde; Programas de Imunização