Plano de contingência |
Modelo de gestão participativo; plano como instrumento de condução; experiência em planejamento e antecipação das medidas; apoio à gestão municipal pelo nível regional |
“Nessa reunião, alertava gestores e profissionais de saúde sobre medidas que deveriam ser tomadas a partir daquele dia” (coordenador da atenção básica; município 10) “...montar o plano, quais ações executar e colocar em prática foi uma das partes mais difícil; a gente teve apoio” (coordenador da atenção básica/vigilância em saúde; município 16) |
Comitê de enfrentamento |
Criação e funcionamento do comitê com outros setores; comitê de natureza deliberativa, consultiva e condutor do plano; conflitos entre representantes; participação sócial reduzida |
“...a gente começou a se reunir, conversava sobre as decisões que ia tomar, só que as coisas foram acontecendo muito rápido” (profissional da ESF - enfermeiro/a; município 10) “não sei quem faz parte, não foi chamado o conselho” (representante do CMS; município 7) “a gente verificou a necessidade da Polícia Militar, solicitamos a Secretaria de Educação, Meio Ambiente, Tributos” (gestor; município 10) |
Orientação por decretos |
Adequação dos decretos estaduais e federais à realidade do municípios rurais remotos; APS fortalecida à vigilância e educação em saúde; predominância de orientação à população; dificuldade em fazer cumprir os decretos - bares, festas e comerciantes |
“...estávamos numa situação em que se todo mundo não vestisse a camisa junto, todo mundo ia afundar junto...” (profissional da ESF - enfermeiro/a; município 9) “é difícil,... principalmente o público jovem” (gestor; município 4) “Tínhamos muita resistência... a gente entendia... era a reação das pessoas... desesperadas, um misto de confusão, um caos, uma situação que a gente nunca imaginou que veria” (profissional da ESF - enfermeiro/a; município 9) “...eles perceberam que se não se adequassem o comércio não poderia abrir...” (profissional da ESF - enfermeiro/a; município 9) |
Articulação entre níveis de governo |
Recursos transferidos para aumentar a capacidade instalada; consórcios intermunicipais e ampliação do escopo de serviços; apoio técnico das instâncias regionais; articulação interfederativa à transferência de recursos financeiros e materiais |
“Ele [deputado] conseguiu também outros recursos para serem utilizados, no momento mais grave da pandemia...” (gestor; município 10) “...para você ter uma noção, o meu município tinha três tomografias mensais, então não dá para nada, então a gente comprava a maioria delas via consórcio” (gestor; município 2) “Do estado nós tivemos suporte, acredito que poderia ter mais,... não foi um suporte como a gente esperava da rede estadual” (coordenador da atenção básica; município 10) |
ESTRUTURA |
Insumos e serviços |
Aquisição de insumos e equipamento básicos; custo elevado exames e insumos; dificuldade para obter insumos mesmo dispondo recursos financeiros; compra de serviços do setor privado; ampliação do escopo de serviços por meio de consórcios; apoio logístico insuficiente: transporte e volume |
“Sim, comprou tanto com recurso próprio, com os incrementos das emendas parlamentares,... recursos COVID..., que era para custeio... O consórcio ajudou na compra de EPI” (gestor; município 2) “...a gente buscava, todo dia [oxigênio], saía daqui duas horas da manhã, às vezes dez horas da manhã de novo tinha que ir para buscar, graças a Deus..., ninguém ficou sem, mas era uma correria imensa para poder conseguir suprir tudo” (gestor; município 4) “Teve um aumento muito grande dos injetáveis..., com soro, teve, coisas que o município não tinha esse gasto” (gestor; município 2) “Sim, tem o consórcio e... as pactuações, que são feitas” (assistente social; município 4) |
Capacidade instalada ambulatorial, hospitalar e de leitos de UTI |
Profissionais de saúde em número reduzido, dificuldade de fixação de recursos humanos; leitos hospitalares e de UTI inexistentes ou em pequena quantidade; insumos e equipamentos hospitalares e laboratoriais reduzidos; transporte hospitalar escasso |
“O hospital presta serviço para a prefeitura; vendo certinho os locais, onde que ia ser a ala, o que precisava comprar, o que é, que materiais o hospital ia precisar, então assim, a parceria é bem grande mesmo, hospital e Secretaria da Saúde. O laboratório nosso era terceirizado; em Pontes e Lacerda. O município comprou serviço fora do ofertado do estado, quando acabou o dinheiro, acabou a alegria, aí infelizmente muitos pacientes ficaram à mercê. O que ele comprou, tomografia, o que mais, nós compramos tomografia” (profissional da ESF - enfermeiro/a; município 8) |
Acesso à UBS povos tradicionais |
SMS disponibilizou transporte para acesso à unidade de referência urbana e rural |
“Temos comunidade quilombola, tivemos um caso confirmado, a gente faz a assistência, o médico vai fazer a visita” (profissional da ESF - enfermeiro/a; município 9) “A gente chama de comunidade polo onde fica o posto de saúde, se tiver algum sinal, sintoma procurava esse posto, se o técnico avaliasse que poderia ser algo sugestivo a covid removia” (coordenador de atenção básica; município 10) |
SADT e assistência farmacêutica |
Prescrição/Entrega domiciliar de medicamentos de uso contínuo; ausência de pactuação interestadual; contratação de serviços laboratoriais/imagem |
“...o remédio, o agente mesmo levava para a pessoa... de diabetes, hipertensão?... da zona rural sim” (coordenador da atenção básica; município 11) “A gente precisou muito... exame de tomografia, raio-X,... não tinha laboratório no município, quando precisava tinha que encaminhar... para o hospital de referência mais próximo...” (coordenador da atenção básica; município 16) “...a gente comprava a maioria delas [TC] via consórcio” (gestor; município 2) |
Transporte para fora do município rural remoto |
Transporte sanitário reduzido/inadequado, com necessidade fluvial/aérea; custo elevado para contratar UTI móvel, ausente na região; profissionais sobrecarregados para acompanhar os pacientes |
“...a UTI móvel estava aqui, e ela saiu daqui entubada” (gestor; município 16) “Teve também um carro, uma ambulância, que era tomografia toda hora de paciente, toda hora” (assistente social; município 4) “...aconteceu até de contratar UTI móvel...” (coordenador da atenção básica; município 2) “Tomografia mais próxima... dá 90km, então era ambulância indo duas, três vezes para lá e tinha que levar só um paciente” (assistente social; município 4) “...a gente conseguiu consertar na época as três ambulâncias, mas agora acabaram duas, só ficou uma aqui” (gestor; município 11) |
ORGANIZAÇÃO |
Fluxo inicial na pandemia e atendimento de rotina |
Rotina de atendimento com prioridade à COVID-19; cuidados no isolamento; agendamento diferenciado, estrutura separada e equipes distintas; manutenção de canais de comunicação com a população |
“Reduzimos o fluxo da unidade, os serviços foram suspensos., e depois. entendemos. que teríamos que retomar” (profissional da ESF/coordenador da atenção básica - enfermeiro/a; município 3) “No início foram mais usadas por meio de telefone, telecomunicação criou uma rotina priorizando os atendimentos... foi organização da UBS para não parar o atendimento” (profissional da ESF - enfermeiro/a; município 16) “...não queriam ir nas unidades, não queriam sair de casa, hoje está aparecendo muitas pessoas com diabetes e hipertensão, ansiedade... as psicólogas não estão dando conta de atendimento” (gestor; município 4) |
Unidade de referência local para COVID-19 |
Reorganização diferenciada; instalação de unidade de referência COVID-19; pontos de contato rural (postos) e transporte (rodoviário ou fluvial) |
“Com a criação do centro do COVID, houve essa separação,... o paciente que ia ser internado já saía com a prescrição, a ambulância pegava e levava até o setor de internamento...” (profissional da ESF - médico/a; município 7) “...pegamos uma UBS... para funcionar 24 horas como um pronto socorro, só para os sintomáticos respiratórios...” (gestor; município 10) “...tivemos que alugar um hospital 24 horas” (gestor; município 4) “Os pacientes [interior] que tinham condições, vinham no carro próprio, caso fosse emergência, a ambulância busca” (coordenador da atenção básica; município 2) |
Articulação com a rede |
Rede local limitada à APS; coleta laboratorial local; equipes de NASF/CAPS no atendimento à COVID-19; fisioterapeutas e psicólogos |
“O NASF nos apoiou muito na ESF” (coordenador da atenção básica; município 10) “Fisioterapia é muito contato, então não tinha como estar fazendo, a não ser que fosse um caso grave” (profissional da ESF - enfermeiro/a; município 14) “O NASF participou na reabilitação, após o paciente ter COVID, precisava de reabilitação pulmonar, fisioterapia” (coordenador da atenção básica; município 16) |
Regulação e fluxo de referência |
Baixa articulação interfederativa; vazios assistenciais público-privados; cuidado gerenciado para além da gravidade e da rede local; atuação além das atribuições/autossuficiência da rede e dos recursos humanos/financeiros; regulação e deslocamento dificultadas - logística |
“A regulação em si era ruim... às vezes faltava vaga” (profissional da ESF - enfermeiro/a; muncicípio 14) “A regulação; tivemos um período bem crítico” (profissional da ESF/coordenador da atenção básica - enfermeiro/a; município 3) “O médico entubou ela dentro da unidade,... a paciente graças a Deus está bem, fizeram até agradecimentos nas redes sociais...” (gestor; município 16) “O estado falhou porque poderia ter melhorado..., ter ampliado leitos... principalmente municípios mais remotos como é o nosso, a gente fica meio à mercê, mais dificultoso” (profissional da ESF/coordenador da atenção básica - enfermeiro/a; município 3) “...chegamos a ficar com o paciente aguardando três, quatro dias,... nós tivemos de fila de espera...” (gestor; município 10) “Via aérea era bancada pelo município, não tinha quase nenhum apoio do Estado em relação a essas transferências, mas da COVID para cá, melhorou 300%, hoje o Estado conta com o serviço” )gestor; município 10) |