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Prevalência, tendências e fatores associados à crise hipertensiva em adultos peruanos

Há poucos estudos focados na epidemiologia da crise hipertensiva em nível populacional em ambientes com recursos limitados. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência e a tendência, ao longo do tempo, da crise hipertensiva e fatores associados a essa condição em adultos. Uma análise de dados secundários foi realizada usando a Pesquisa Demográfica de Saúde Familiar (ENDES) do Peru. Crise hipertensiva foi definida com base na presença de pressão arterial sistólica (≥ 180mmHg) ou diastólica (≥ 110mmHg), independentemente de diagnóstico prévio ou uso de medicação. Os fatores associados aos resultados foram avaliados por meio de regressão logística multinomial, e a tendência de crise hipertensiva foi avaliada pelo teste de Cochrane-Armitage. Os dados de 260.167 participantes, com média de 44,2 anos (DP: 16,9) e 55,5% mulheres, foram analisados. A prevalência de hipertensão foi de 23% (IC95%: 22,7-23,4), dentre eles, 5,7% (IC95%: 5,4-5,9) apresentaram crise hipertensiva, com prevalência geral de 1,5% (IC95%: 1,4-1,6). De 2014 a 2022, observou-se queda significativa na prevalência de crise hipertensiva, de 1,7% em 2014 para 1,4% em 2022 (p = 0,001). No modelo multivariável, sexo masculino, idade crescente, residir em área urbana, índice de massa corporal elevado e diabetes autorreferido associaram-se positivamente à crise hipertensiva, enquanto maior escolaridade, nível socioeconômico e altitude elevada associaram-se inversamente. Há necessidade de aprimorar as estratégias de diagnóstico, tratamento e controle da hipertensão arterial, especialmente da crise hipertensiva.

Palavras-chave:
Hipertensão; Crise Hipertensiva; Prevalência; Inquéritos Epidemiológicos


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