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Tendência na prevalência de sintomas depressivos no Brasil: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013 e 2019

O estudo objetiva avaliar a variação nacional na prevalência geral da depressão e em diferentes grupos sociodemográficos, comportamentos de saúde e macrorregiões do Brasil entre 2013 e 2019. Os dados foram obtidos de dois inquéritos brasileiros de abrangência nacional, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013 e a 2019. Entre os participantes com idade de 18 anos ou mais, houve 60.202 indivíduos em 2013 e 88.531 em 2019. A depressão foi avaliada com o Questionário de Saúde do Paciente-9 (PHQ-9). Todas as estimativas levaram em conta os pesos populacionais e a amostragem complexa. Os achados mostraram que durante os seis anos entre as duas edições da PNS, a prevalência de depressão no Brasil aumentou em 36,7%, de 7,9% em 2013 para 10,8% em 2019, com um aumento ainda maior em adultos jovens, no grupo etário de 18 a 24 anos, e naqueles que não estavam trabalhando, onde houve um aumento de quase três vezes na prevalência de depressão (3,7% em 2013 e 10,3% em 2019), ou seja, um aumento de 178,4%. Indivíduos residindo em áreas urbanas tiveram um aumento maior na prevalência de depressão ao longo do período de seis anos (39,8%), em comparação com os residentes em áreas rurais (20,2%). Houve um aumento na prevalência de depressão entre 2013 e 2019 para as piores categorias dos três comportamentos de saúde incluídos no estado, tanto em homens quanto em mulheres: etilismo, tabagismo e sedentarismo. Nossos resultados mostram um aumento significativo na prevalência de depressão nos seis anos entre as duas edições da PNS, principalmente entre homens mais jovens e desempregados. A recessão econômica no Brasil durante o período pode explicar esses achados.

Palavras-chave:
Inquéritos Epidemiológicos; Depressão; Saúde Mental; Estudos Transversais


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