Resumo:
O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre maus-tratos infantis e capital humano, medido por meio do quociente de inteligência (QI) aos 18 anos e escolaridade aos 22 anos, em 3.736 membros de uma coorte de nascimentos de base populacional no Sul do Brasil. A regressão linear múltipla foi utilizada para avaliar a associação entre maus-tratos infantis e medidas de capital humano. Foram considerados maus-tratos físicos, emocionais e a negligência física ocorrida até os 15 anos de idade. A negligência física associou-se a menores escores de QI entre mulheres (β = -4,40; IC95%: -6,82; -1,99) e homens (β = -2,58; IC95%: -5,17; -0,01), assim como menor escolaridade em mulheres (β = -1,19; IC95%: -1,64; -0,74 e homens (β = -0,82; IC95%: -1,34; -0,30). Além disso, homens que sofreram algum tipo de mau-trato na infância e mulheres que sofreram dois ou mais tipos apresentaram menor escolaridade aos 22 anos de idade (β = -0,41; IC95%: -0,73; -0,89 e β = -0,57; IC95%: -0,91; -0,22, respectivamente), em comparação com aqueles que não sofreram maus-tratos. Os esforços para aprimorar os futuros resultados educacionais e cognitivos devem incorporar estratégias de prevenção e intervenção precoce contra o mau-trato infantil.
Palavras-chave:
Maus-Tratos Infantis; Inteligência; Escolaridade; Coorte de Nascimento; Estudos Longitudinais