Um mundo de pessoas saudáveis em ecossistemas saudáveis tem sido uma meta elusiva da agenda de desenvolvimento sustentável. Inúmeras avaliações de bases científicas concordam com a interdependência fundamental entre saúde, economia e ambiente e, com a urgência de melhores determinações e orquestração de ações baseadas em enfoques participativos multissetoriais em níveis local e global. Para tornar o conhecimento relevante para fundamentar políticas públicas direcionadas para o desenvolvimento sustentável e saudável é necessário considerar as interações complexas e dinâmicas entre sistemas ecológicos e sociais (enfoque sistêmico), que devem estar ligadas às ações de desenvolvimento. Isso requer maior interação entre tomadores(as) de decisões, pesquisadores(as) e representantes da sociedade civil - um processo participativo com múltiplos atores, e a integração de diferentes disciplinas e de diferentes tipos de conhecimento em um enfoque transdisciplinar. Enfoques ecossistêmicos para saúde humana (ecossaúde) conecta esses elementos em um esquema adaptável para pesquisa e ação. Este artigo apresenta exemplos de pesquisas com enfoque em ecossaúde aplicadas às enfermidades transmitidas por vetores, com atenção particular à participação de múltiplos atores, considerando a proeminência desta prerrogativa no discurso político de desenvolvimento sustentável.
Desenvolvimento Sustentável; Doença de Chagas; Dengue