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Agregação familiar de câncer de mama e ovário: idade de manifestação em gerações subseqüentes no Brasil

A presença de antecedentes de agregação familiar de câncer de mama e ovário é observada em apenas 5% a 8% de todos os casos de câncer de mama. Esta variável, entretanto, é uma das que apresenta maior razão de riscos para o desfecho câncer de mama. Apesar da identificação recente de mutações genéticas associadas com a agregação familiar destes tumores, sobretudo nos genes BRCA1 e BRCA2, o conhecimento sobre as interações entre fatores ambientais e genéticos nessas famílias permanece relativamente obscuro. Neste trabalho, determinamos a correlação das idades de início de câncer de mama e ovário em 260 famílias com agrupação daqueles tumores. Posteriormente, foi estimada a idade média de início destes tumores ao longo de quatro gerações. Observou-se que quanto maior o número de casos de câncer na família, maior o coeficiente de correlação entre as idades de início destes cânceres. Foi também constatado um declínio de oito a dez anos na idade média de início do câncer nessas famílias ao longo de três gerações. Os autores acreditam que, se esses resultados forem confirmados por outras investigações, reforça-se a hipótese de uma interação entre fatores ambientais e genéticos no desencadeamento dos tumores de mama e ovário em famílias que já apresentam uma forte agregação desses tumores.

Neoplasia; Mama; Ovário; Genética


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