Este estudo visa determinar a prevalência e a duração dos benefícios auxílio-doença devidos à doença mental e sua associação com atividade econômica, sexo, idade, relação com o trabalho, e reposição salarial. Estudaram-se os benefícios auxílio-doença por doença mental concedidos no Brasil em 2008. Analisou-se a associação entre benefícios auxílio-doença e sexo, idade, atividade econômica, relação com o trabalho e reposição salarial. Doença mental representou 10.7% do total de benefícios auxílio-doença em 2008, com prevalência de 45,1/10 mil trabalhadores. A prevalência e a duração dos benefícios auxílio-doença foram maiores e mais longos entre trabalhadores ≥ 40 anos de idade; mulheres tiveram prevalência 73% maior do que homens, mas com menor duração. As prevalências variaram amplamente entre atividade econômica, sendo esgoto, saúde da família e rádio e televisão aquelas com as maiores taxas. A relação com o trabalho foi caracterizada em 8,5% dos benefícios. Doença mental mostrou baixa relação com o trabalho, mas com ampla variação na prevalência e na duração dos benefícios auxílio-doença em relação à idade, sexo e atividade econômica, sugerindo que as condições de trabalho constituem fator mais importante para incapacidade do que o presumido.
Transtornos Mentais; Previdência Social; Depressão; Trabalho