Neste estudo, aplicou-se um modelo espaço-temporal para examinar a disseminação espacial da epidemia de AIDS entre os casos adultos do Município do Rio de Janeiro em três períodos: 1988-1990, 1991-1993 e 1994-1996. As regiões administrativas foram as unidades geográficas de estudo. Posteriormente, realizou-se análise espacial dos casos pediátricos por transmissão vertical do HIV, por período de nascimento, 1985-1990 e 1991-1996. Para a totalidade dos casos adultos, o período inicial é caracterizado por um conglomerado poligonal em torno da Zona Portuária, que se expande na direção oeste-leste. Entre os casos homossexuais, o crescimento in situ predominou, notando-se arrefecimento da disseminação espacial nos últimos anos. Entre os casos heterossexuais, a epidemia demonstrou expansão geográfica expressiva, sobretudo de 1988-1990 a 1991-1993. Entre os casos do sexo feminino, no último período, houve a formação de um conglomerado de taxas elevadas na direção noroeste, que compreende áreas muito pobres. Entre 1991 e 1996, observou-se correlação significativa das taxas de incidência de AIDS perinatal com o índice de concentração de pobreza. Os resultados sugerem que o entendimento da dinâmica espaço-temporal da epidemia pode subsidiar, de forma relevante, as ações preventivas.
Análise Espacial; Análise Temporal; Síndrome de Imunideficiência Adquirida