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Incidência de câncer de estômago no Brasil: estudo ecológico com fatores de risco selecionados

De forma distinta daquela verificada em muitos países industrializados onde se vem observando um marcado declínio das taxas de incidência de câncer de estômago, o Brasil ainda apresenta taxas consideradas intermediárias ou elevadas desta doença. Visando realizar um estudo exploratório das possíveis razões para estas diferenças, se realizou um estudo ecológico através de análise de agrupamento (cluster), análise de componentes principais e análise fatorial. Foram incluídos nestas análises as taxas de incidência de câncer de estômago no início da década de 90 - determinadas pelos registros de câncer de base populacional no país (Porto Alegre, Campinas, Fortaleza, Belém e Goiânia) -, bem como aqueles obtidos através de inquérito nacional de despesas familiares (ENDEF) realizado em 1974-75. Este levantou dados pormenorizados do consumo de diversos alimentos, bem como da disponibilidade de geladeiras nas diferentes regiões do país. Os resultados obtidos sugerem que a hetereogeneidade quanto à disponibilidade de geladeiras na década de 70, e portanto da conservação de alimentos, pode ter desempenhado um importante papel em relação às diferenças de incidência de câncer de estômago hoje observadas entre aquelas cidades. Diferenças quanto às condições de vida podem ter também desempenhado importante papel explicativo das diferenças hoje observadas na incidência de câncer de estômago entre as populações das cidades analisadas.

Estômago; Câncer; Fatores de Risco; Cluster; Fatorial


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