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A carga de doença por microcefalia associada ao vírus Zika na Colômbia

O vírus Zika foi introduzido na Colômbia em 2015. O surgimento dessa arbovirose é um desafio para a saúde pública do país, devido à associação entre a infecção e as anomalias congênitas como a microcefalia. Portanto, o estudo buscou estimar a carga de doença pela microcefalia associada ao vírus Zika na Colômbia como um todo e em duas subdivisões administrativas nos anos de 2015 e 2016. Foi realizado um estudo ecológico de tipo exploratório, usando como unidade de medida os anos de vida ajustados para incapacidade (AVAIs). Os casos de microcefalia foram coletados das bases de dados nacionais e departamentais construídos por do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde Pública (SIVIGILA). Os óbitos por microcefalia foram estimados a partir de estudos anteriores. Através dos coeficientes de mortalidade e de incidência, realizamos uma análise de sensibilidade em três cenários distintos (conservador, médio e extremo) para estimar os AVAIs. No período de 2015-2016, foram estimados 10.609,4 AVAIs pela microcefalia associada ao Zika na Colômbia. 71% dos AVAIs correspondiam aos anos de vida perdidos, e os outros 29% representavam os anos vividos com incapacidade. Cinco dos 32 departamentos (Meta, Córdoba, Tolima, Valle del Cauca e Norte de Santander) contribuíram com 71% do total de AVAIs. A carga da microcefalia associada ao Zika ultrapassou a carga por outras anomalias congênitas, como os defeitos do tubo neural e a síndrome de Down em crianças de 0 a 4 anos na Colômbia. São necessárias medidas de saúde pública para prevenir e acompanhar esses casos.

Palavras-chave:
Microcefalia; Zika Vírus; Anos de Vida Ajustados pela Incapacidade; Carga Global de Doença


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