Descrevem-se aqui dados de prevalência de malária e soroprevalência de arboviroses na linha de base de um estudo de coorte, envolvendo 467 indivíduos, atualmente em curso na Amazônia rural. A maioria (72,2%) dos indivíduos relatou um ou mais episódios maláricos prévios, tendo 15,6% deles tido pelo menos uma internação hospitalar motivada pela malária, mas somente 3,6% dos indivíduos com idade igual ou superior a cinco anos tinham plasmódios (Plasmodium vivax em dez e P. falciparum em quatro) diagnosticados por microscopia. Detectaram-se anticorpos contra Alphavirus, Orthobunyavirus e Flavivirus, pelo teste de inibição de hemaglutinação, em 42,6% dos indivíduos com idade igual ou superior a cinco anos, com uma taxa de soropositividade maior entre indivíduos do sexo masculino (49,2%) do que os do feminino (36,2%). Como 98,9% dos indivíduos entrevistados tinham sido previamente vacinados contra a febre amarela, a presença de reações cruzadas com o vírus do dengue e outros Flavivirus não pode ser descartada, mas a exposição recente ao vírus do dengue foi evidenciada pela detecção de anticorpos IgM por ELISA em 12 indivíduos (3,3%).
Malária; Dengue; Arbovírus; Infecções por Arbovirus; Ecossistema Amazônico