O asbesto é um dos principais cancerígenos ocupacionais reconhecidos e estudados na literatura científica. A tendência mundial de utilização e consumo sofreu modificações nas últimas décadas, com uma severa restrição ao uso dos anfibólios comerciais e segue padrões distintos: em países desenvolvidos sua utilização é extremamente restrita ou proibida, exceção feita ao Japão, e em uma série de países em desenvolvimento há uma tendência a estabilidade ou aumento na produção e utilização. O Brasil, como exemplo, é um dos sete maiores produtores e consumidores mundiais de asbesto. Embora haja um maior excesso de mesoteliomas relacionados à exposição a anfibólios, notadamente a crocidolita, não há evidências de que a crisotila seja inócua para a pleura. Da mesma forma, as relações entre a fibrogênese e a carcinogênese não são suficientemente claras para afirmar-se que haja limites de exposição que protejam contra ambos efeitos, simultâneamente. A política do "uso controlado" pode ser efetiva, apenas a nível ocupacional, nas grandes empresas, que representam apenas uma fração dos expostos. É necessário que nos países em desenvolvimento, sujeitos a maiores pressões econômicas, estas questões sejam tratadas com seriedade, para evitar-se doenças e mortes desnecessárias.
Asbesto; Exposição Ocupacional; Neoplasias