A exposição ocupacional a determinados pesticidas, particularmente ao DBCP e à clordecona, pode ter efeitos adversos sobre a fertilidade masculina. Entretanto, com exceção do uso terapêutico do dietil-estilbestrol, a ameaça à reprodução humana através da "desregulação endócrina" por contaminantes ambientais ainda não foi comprovada através de evidências epidemiológicas. A questão diz respeito a outros efeitos endócrinos descritos em animais experimentais, e apenas a inibição tireóide foi confirmada em seres humanos, após exposição ocupacional a amitrole e mancozeb. O fato de serem hormônio-dependentes os cânceres de mama, endométrio, ovário, próstata, testículos e tireóide motivou pesquisas sobre o risco potencial associado à exposição ocupacional e ambiental aos pesticidas conhecidos como "desreguladores endócrinos". Os estudos mais recentes descartaram a hipótese dos derivados do DDT como responsáveis pelo risco em excesso de câncer dos órgãos reprodutivos. Entretanto, não se pode excluir o papel da exposição elevada ao o,p'-DDE, particularmente no câncer de mama pós-menopáusica, positivo para receptores estrogênicos. Além disso, há necessidade de mais investigação sobre o possível papel etiológico de outros pesticidas organoclorados e herbicidas triazínicos em alguns cânceres hormônio-dependentes.
Reprodução; Antitiroidianos; Neoplasias; Praguicidas; Desreguladores Endócrinos