Resumo:
O mundo enfrenta o fenômeno do envelhecimento populacional, com grandes contingentes de indivíduos afetados por doenças crônicas. Entre os países da América Latina, a Argentina já atingiu um patamar avançado na transição demográfica e apresenta uma taxa relativamente alta de mortalidade por câncer. O estudo teve como objetivos, examinar as tendências na mortalidade por câncer na província de Córdoba, Argentina, entre 1986 e 2011, e analisar as diferenças atribuíveis a variações de risco e mudanças demográficas. Para estimar a variação percentual anual, a regressão Joinpoint foi utilizada para elaborar modelos de séries longitudinais da taxa de mortalidade padronizada por idade para todos os cânceres e especificamente para mama e próstata. Foi utilizado o método de Bashir & Estève para dividir a variação da taxa bruta de mortalidade em três componentes: risco de mortalidade, estrutura etária populacional e tamanho da população. Observou-se uma tendência decrescente na taxa de mortalidade padronizada por idade por câncer (variação percentual annual 1986-2011: -1,4; IC95%: -1,6; -1,2 em homens; -0.8, IC95%: -1,0; -0.6 em mulheres), com um deslocamento significativo em 1996. As taxas brutas de mortalidade aumentaram para todos os cânceres em mulheres, e de mama e próstata, atribuíveis principalmente a mudanças demográficas. Inversamente, a taxa bruta de mortalidade para todos os cânceres em homens mostrou uma queda de 9,15%, influenciada basicamente pelo risco de mortalidade. Apesar de tendências favoráveis na taxa de mortalidade padronizada por idade, a influência do envelhecimento populacional reforça o desafio do controle de câncer em populações com estrutura etária cada vez mais envelhecida.
Palavras-chave:
Neoplasias; Efeitos Psicossociais da Doença; Envelhecimento da População