O comunitarismo reconhece e valoriza (e não apenas no sentido instrumental) os elos que unem as comunidades e com os quais se identificam. Além disso, os comunitaristas também valorizam a comunidade em si. O artigo propõe que a confiança tende a ser maior naquelas comunidades onde os elos são mais sólidos. A eqüidade na assistência à saúde é um fenômeno social. Nos cuidados de saúde, fica evidente que sociedades mais comunitárias, tais como na Escandinávia ou entre os povos aborígines da Austrália, tendem a valorizar sistemas mais orientados para a eqüidade. No caso dos aborígines, o desejo de eqüidade aparece contra o pano de fundo de uma sociedade dominante poderosa (branca) que trata a minoria (negra) como dependente, levando à erosão da confiança dos aborígines na sociedade e nas instituições públicas australianas. Nesse contexto predominam a desconfiança e a falta de eqüidade. O artigo discute a confiança institucional como facilitador da eqüidade na assistência à saúde no contexto específico da saúde indígena. O exemplo utilizado é a saúde dos aborígines australianos, mas os princípios se aplicam a outras populações indígenas, como as da América do Sul.
Equidade em Saúde; Assistência à Saúde; População Indígena; Relações Comunidade-Instituição