O objetivo do estudo foi descrever as taxas de transmissão vertical do HIV no Brasil nos anos de 2000 e 2001, e identificar as variáveis maternas e dos recém-nascidos associadas à transmissão. O estudo foi transversal, observacional, com dados retrospectivos obtidos por meio da análise de prontuários médicos em 63 serviços localizados nas cinco macrorregiões geográficas do país (vinte estados e o Distrito Federal). Foram consideradas, para o estudo, crianças nascidas de mães infectadas pelo HIV que apresentaram documentação da infecção pelo vírus antes ou durante a gestação, no momento da admissão para o parto ou nos três primeiros meses após o parto. Foram incluídas 2.924 crianças e a taxa de transmissão vertical do HIV foi: 8,6% em 2000 (IC95%: 7,2-10,2) e 7,1% em 2001 (IC95%: 5,8-8,6). As seguintes variáveis foram associadas com a transmissão vertical do HIV: parto cesárea eletiva, diagnóstico da infecção materna antes ou durante a gestação, acesso a exames de quantificação da carga viral do HIV e contagem de linfócitos-T CD4+ durante a gestação, peso ao nascimento e ausência de aleitamento materno.
Transmissão Vertical de Doença; HIV; Cuidado Pré-Natal