O presente trabalho discute os resultados de uma avaliação nutricional, realizada com 147 crianças de 0-8,9 anos da comunidade indígena Suruí, Parque Indígena Aripuanã, Rondônia. Os dados incluem antropometria, dosagem de níveis de hemoglobina e exame coproparasitológico. A reserva Suruí localiza-se em uma região de intensa colonização e fluxo migratório. O grupo foi contactado pela Funai em 1969 e, nos últimos anos, envolveu-se ativamente no mercado regional, o que resultou em parcial abandono das atividades de subsistência tradicionais. Comparados com a população-referência do NCHS, os resultados indicam elevadas prevalências de baixa altura para idade (46,3%), peso para idade (31,9%) e peso para altura (6,6%). São também altas as prevalências de anemia (71,2%) e parasitismo intestinal (>75%). Os autores argumentam que a precariedade do estado nutricional das crianças Suruí reflete carências alimentares, devido à redução da capacidade de produção de alimentos e inadequadas condições sanitárias presentes nas diversas aldeias.