Avaliar a validade da Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo (EPDS) para rastreamento e diagnóstico de depressão pós-parto. Três meses pós-parto, a EPDS foi aplicada a 378 mães da Coorte de Nascimentos de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, em 2004. Até 15 dias após, as mães foram reentrevistadas por profissionais de saúde mental utilizando-se questionário semi-estruturado baseado na CID-10 (padrão-ouro). Calculamos sensibilidade e especificidade de cada ponto de corte e construiu-se curva ROC. Melhor ponto de corte para rastreamento foi > 10 (sensibilidade 82,6%, 75,3%-89,9%; especificidade 65,4%, 59,8%-71,1%). Para rastrear casos moderados e graves, melhor ponto de corte foi > 11, com sensibilidade 83,8% (73,4%-91,3%) e especificidade 74,7% (69,4%-79,5%). Para diagnóstico, a EDPS foi válida somente para prevalências em torno de 20%-25%, com valor preditivo positivo de 60% para o ponto de corte > 13 (sensibilidade 59,5%; especificidade 88,4%). As especificidades e valores preditivos positivos de todos os pontos de corte foram inferiores aos relatados na literatura. Possivelmente, o uso de amostras pequenas e o cálculo de valores preditivos positivos em amostras com super-representação de casos, sejam responsáveis por essas diferenças.
Depressão Pós-Parto; Estudos de Validação; Questionários