O estudo buscou identificar diferenças no escopo da prática de médicos na atenção primária e os principais fatores associados com a ampliação dessa prática nas áreas rural e urbana do Brasil. Foram usados dados de um inquérito online com 2.277 médicos de atenção primária, realizado entre janeiro e março de 2016. Foram utilizados os testes de Kruskal-Wallis/post hoc de Dunn e qui-quadrado para verificar as diferenças em relação às atividades e procedimentos realizados pelos médicos, de acordo com o local. Foram realizadas análises de regressão linear multivariada, usando a técnica bootstrap para identificar os principais fatores associados com o escopo ampliado da prática. Independente de localização, os resultados mostraram que os médicos de atenção primária estão praticando abaixo de seus níveis de competências. Os médicos rurais realizavam mais procedimentos e atividades quando comparados aos colegas de municípios intermediários e urbanos. Na amostra total, as variáveis relacionadas ao escopo ampliado incluíam: sexo masculino, trabalho em municípios rurais, participação em programas de capacitação e de educação continuada, além de consultas a protocolos clínicos, artigos e livros. O estudo corrobora evidências de que o escopo da prática médica varia de acordo com a localização. O reconhecimento e compreensão das diferenças e fatores associados à ampliação do escopo de prática são relevantes para determinar as competências e recursos necessários para a prática médica nas áreas rural e urbana, contribuindo para propostas de estratégias para melhorar a qualidade e acesso a serviços de saúde.
Palavras-chave:
Âmbito da Prática; Médicos; Acesso aos Serviços de Saúde; Atenção Primária à Saúde