Os níveis sangüíneos de pesticidas organoclorados (OCP) foram determinados em agricultores do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Amostras de soro de 26 voluntários (24 homens, duas mulheres, entre 17 e 60 anos de idade) foram retiradas em outubro de 1997. Os resíduos de OCP (op'DDT pp'DDT, pp'DDD, pp'DDE, aldrin, dieldrin, endrin, heptaclor, heptaclor-epóxido, alfa-, beta- gama-hexaclorociclohexano e hexaclorobenzeno) foram analisados por cromatografia gasosa com detector de captura de elétrons. O pp'DDE foi detectado em 16 das 26 amostras, mas em apenas três delas os níveis de pp'DDE excederam 1,4 µg/L (1,8; 2,4 e 4,4 µg/L). O beta-HCH foi encontrado em seis (23,1%) das 26 amostras. Em uma das amostras o beta-HCH não excedeu a 1,4 µg/L, mas nas restantes as concentrações variaram de 1,4 a 5,3 µg/L. A percentagem de amostras positivas para pp'DDE aumentou do grupo mais jovem (<FONT FACE=Symbol>£</FONT> 29 anos: 30,0%) para o mais velho (<FONT FACE=Symbol>³</FONT>40 anos: 100%). Uma tendência semelhante foi observada para a contaminação por beta-HCH (<FONT FACE=Symbol>£</FONT> 29 anos: 0%; 30-39 anos: 20,0%; <FONT FACE=Symbol>³</FONT>40 anos: 66,7%). O dieldrin (3.7 µg/L) foi encontrado em apenas uma das amostras. Nenhum outro resíduo de OCP foi encontrado nas amostras. As concentrações de OCPs encontradas nos agricultores são comparáveis aos níveis sangüíneos relatados para a população não exposta ocupacionalmente no Brasil e em outros países.
Praguicidas; DDT; Dieldrin; Exposição Ocupacional